Detetives fora da lei com faro bom pra cachorro? Pois é nessa premissa meio tosca, no melhor estilo sessão da tarde, que eu penso quando relaciono o nome dado à nova série do FX.
Sim, essa introdução acaba de transformar Terriers em uma série estilo pastelão, mas não se enganem. Esse é apenas meu humor distorcido, tentando transformar 50 minutos soníferos em algo positivo. Deixando frescuras e dúvidas de lado, serei clara e objetiva: não gostei do episódio Piloto.
Digo isso completamente despida de preconceitos sobre séries de investigação, que não são lá minhas favoritas, mas o fato é que alguma coisa ficou faltando. Não sei se é carisma dos personagens ou alguma emoção mais forte para nos prender à produção. Talvez as duas coisas, mas não sou capaz de entrar em grandes detalhes.
Passei o tempo todo tentando prestar atenção no que estava sendo dito e mesmo forçando meus olhos para a tela, a trama não conseguiu me prender. Eu esperava mais, confesso. Especialmente por saber que os produtores já estiveram em projetos como The Shield e Ocean’s Eleven (Onze Homens e um Segredo).
Terriers é a história de uma dupla de amigos que trabalha com investigação particular, digamos assim, ilegal? Os dois não têm licença para trabalhar, mas mesmo assim, correm atrás de fraudes, desaparecimentos e assassinatos. Tivemos todos esses elementos só no primeiro episódio e ainda assim, não consegui gostar, vejam só.
Um dos personagens principais é Hank (Donal Logue), ex-policial que resolveu se juntar ao melhor amigo, Britt (Michael Raymond-James) nessa brincadeira de detetive. E é basicamente isso, sem mais, nem menos. Há algumas referências a problemas familiares e com ex-colegas de trabalho, mas ao que parece, tudo ficará em segundo plano, enquanto Hank e Britt violam cenas de crime para pegar celulares com sex-tapes.
Como os dois estão por baixo, sem lenço, sem documento, sem grana e sem dignidade, a série pretende explorar esse lado de que baixas expectativas geram grandes feitos, ou pelo menos, é isso que o resumo do FX promete.
Por esse episódio, apenas, eu não saberia dizer como vão fazê-lo. O único personagem que realmente me interessou foi o cachorro, que sequer aparece na lista de elenco.
De qualquer forma, a série é bem produzida e acredito que se conseguirem injetar uma boa dose de emoção aos casos semanais, a coisa possa ir além do medíocre. Talvez, Terriers devesse seguir sua própria filosofia de “pequeno demais para falhar”. Por enquanto, sinto dizer, não funcionou.