O título não mente. State Of Play é mesmo a melhor série da BBC dos últimos 25 anos. Para mim, que tenho costume de assistir todas as mini séries da emissora é a melhor dentre as melhores. Se você não viu, veja. Mas, veja logo. Essa é uma daquelas que merecem entrar para Top List e nunca mais sair.
Absolutamente nenhum minuto decepciona. E o final é absolutamente perfeito. O tempo todo, somos levados a pensar que existe um grande poder por trás do assassinato de Sonia Baker e, embora algumas vezes a gente desconfie, até aqui nada provava o envolvimento de Stephen Collins. Político proeminente e ótimo ator. Mentiroso de primeira, traído pela quantidade vinho que lhe subiu à cabeça.
Não fosse também, Cal ser um repórter muito antenado, o detalhe teria passado e a história de como Sonia morreu seria completamente diferente.
Todas as provas levavam até a U-Ex Oil e á corrupção do Ministro da Energia. E eles eram parte do processo. Culpados de espionagem e de tentar influenciar as políticas nacionais a favor do lucro da compania. Tudo isso sim. Culpados de assassinato? Não.
Talvez a coisa até chegasse a isso. Sonia precisa se calar. Sabia demais e queima de arquivo era um álibi perfeito.
Stephen Collins sabia de tudo. Amava Sonia, mas descobriu, numa das vezes em passou o dia na casa dela, que se encontra com Paul Cunning, manda-chuva da U-Ex Oil. Preocupado em perder sua posição caso Sonia abrisse a boca, ele pede que um de seus ex alunos de alfabetização no exército fique de olho. E esse aluno é Bingham, o assassino careca que todo mundo temeu e que apagou Kelvin Stagg e Sonia da face da terra.
Dedicado ao ex-professor, Bingham sabia de tudo e reportava cada passo de Sonia. Apesar de Stephen não dar exatamente a ordem para matá-la, não impediu. Quando o contato parou, ele sabia que algo iria acontecer. Até por isso, esteve mais vezes com Sonia e dormiu com ela na noite anterior a sua morte.
Kelvin foi um infeliz que atravessou o caminho de Bingham e virou o estopim da investigação. Não fosse ele um ladrão de bolsas o crime de Collins jamais seria revelado.
Com provas nas mãos, depoimentos gravados e tudo o que fosse necessário, Cal não se sente vitorioso. Está arrasado. Conseguiu a história de sua vida, mas perdeu qualquer chance com Anne e sabe disso.
Ainda assim, a verdade não pode ser detida. As prensas reproduzem as páginas exclusivas e bombásticas a todo vapor: Collins confessa assassinato.

Só falta um episódio de State Of Play e a tensão aumenta. MUITO. Dominic Foy é a chave para desenrolar esse novelo que vai acabar com muita gente grande.
Primeiro por que o dono do Herald deixou claro par o editor chefe, Cameron Foster que não queria aborrecer o governo com a história de Sonia Baker. Para bom entendedor, meia palavra basta e é isso que Cal, Della, Dan, Helen e Peter precisam buscar.
Como foi Dominic o responsável por plantar Sonia no gabinete de Stephen é com ele que estão as informações necessárias.
Ele procura a polícia para soltar suas mentiras e com aviso do Detetive Bell, Della se planta na porta e dá uma de amigona. Ela sabe que Foy não está sendo seguido de verdade. Até está, mas foi Cal quem contratou um pessoal para amedrontá-lo tanto a ponto de fazê-lo falar. Depois de encurralar Greer, a secretária de Stephen, que conta a história de como foi compelida a aceitar Sonia, a menos qualificada de todos os entrevistados para o emprego, ele pede que Stephen se esconda no quarto ao lado do de Foy e faça as perguntas certas no ouvido de Della, que vai reproduzi-las e conseguir as respostas.
Meio a contragosto, Collins se tranca com Dan e Syd para escutar a entrevista de Foy. Entre as tentativas de escapar das piores afirmações, Foy revela que plantou Sonia Baker a pedido de um dos diretores da Cia de Petróleo. E ela serviu perfeitamente, passando informações privilegiadas, até seu caso com Collins a fez mudar de ideia. Sonia para de reportar e deixou seus contratantes muito aborrecidos. Apaixonada e grávida, não tinha mais coragem de trair Stephen e por saber de mais e colaborar de menos, acabou morta.
Para infelicidade de Foy, Stephen perde o controlo e invade o quarto. Arrebenta a porta do banheiro e dá-lhe uma surra daquelas.
Helen também faz sua parte e corre atrás de uma declaração do Ministro da Energia, que foi quem educadamente obrigou Greer a aceitar Sonia como pesquisadora. Tudo isso, somado ao recibo do fim de semana de casal pago pelos lobistas formam uma das histórias mais bombásticas já vistas no jornalismo.
O problema é que sempre existe a pressão para não publicarem nada e apesar disso, Cameron Foster publica, em vez de matérias, páginas em branco, com frases como: Pergunte ao seu Parlamentar ou Pergunte a U-EX Oil.
Claro que isso causa seu afastamento do cargo, mas ele incentiva Cal a continuar no caso e conseguir mais provas. Enquanto ele vai atrás de Sonny Stagg, Stephen coloca o Ministro da Energia contra a parede, preparando o terreno para um final que promete ser, no mínimo, eletrizante.

A cada episódio de State Of Play a rede de mentiras cresce e o caso fica mais complicado. Dessa vez, a equipe do Herald age como espiã e consegue informações importantes no apartamento de Dominic Foy.
Dan Foster, que já havia revistado a bagagem dele, sabe que não há roupas para troca e depois de hospedá-lo num hotel, derrama cerveja na blusa de Foy, que vaidoso como é, lhe entrega as chaves de seu apartamento para que Dan pegue suas roupas.
Enquanto Syd criptografa cada palavra do quarto ao lado, Dan, Helen e Peter reviram o apartamento e tiram cópias de documentos espalhados, da HD do computador de Foy e conseguem um vídeo do aniversário de Sonia Baker. Tudo isso começa a desvendar uma parte da história que é muito mais complicada do que um caso extra-conjugal entre um político e sua assistente.
Aliás, falando em extra-conjugal, a situação de Cal se complica no Herald por causa de seu affair com Anne Collins. Os dois não conseguem se manter afastados e Stephen planeja soltar o caso nos tablóides. Quem consegue segurar a bomba é Cameron Foster e Della Smith, que convencem Stephen de que isso não vai ajudar em nada e só pode tornar mais dificil a investigação sobre a morte de Sonia. Cameron coloca Cal contra a parede e quer que ele pare de ver Anne, sob risco de ser demitido. Mas Cal não parece se importar e afirma ser incapaz de terminar com Anne.
Cruzando os dados obtidos na busca à casa de Foy com seu depoimento, a ligação com lobistas do petróleo vem à tona. Foy recebia uma enorme quantia de dinheiro deles em sua conta pessoal e, como foi ele a oferecer o emprego no gabinete de Stephen para Somia, um mês antes de sua contratação real, fica claro que ela foi plantada para trabalhar junto com o presidente do Comitê de Energia para repassar aos lobistas informações privilegiadas.
Prova disso é que uma ex professora de Dan, que trabalha hoje como chefe de comunicação da Cia petrolífera, fica muito aborrecida com a conversa. Além disso, o fato de a Cia ter guinado suas ações para sair de pior para melhor no ramo de meio ambiente é mostra óbvia de que obtiveram dados prévios do relatório sobre o desempenho do setor.
Quase ao mesmo tempo, Stephen investiga sobre um final de semana romântico muito luxuoso, pago por Sonia, que na verdade foi financiado pela Cia de petróleo sem seu conhecimento.
Nesse momento ele procura Cal e os dois trocam informações sobre a seleção de Sonia para seu gabinete. Stephen garante que foram entrevistadas seis pessoas e que o emprego ficou com a melhor candidata. Detalhe é que a escolha não foi feita diretamente por Stephen, ms por Greer, sua secretária de confiança que, ao que tudo indica, não é tão confiável assim.
Enquanto isso, Foy, que deixou a segurança do hotel e a vigilância da equipe do Herald depois de ser confrontado com as verdades, é perseguido por um carro misterioso e percebe, finalmente que sua vida tam bém corre grande perigo.

State Of Play me deixa tensa. Tão tensa, que nas cenas de maior suspense eu quase clicava no pause para me acalamar antes de prosseguir. Quando a coisa é bem feita é assim mesmo. Terceiro episódio magistral, com mais reviravoltas e zero de clichê.

Cal foi preso e não abre o bico sobre sua informante para a polícia. Aliás, ele aproveita o momento para livrar Della da mira do assassino careca. Com a publicação de diversas notícias que reportam sua prisão por esconder provas sobre a morte de Kelvin Stagg, Cal vira o alvo da vez e recebe proteção policial.

Tudo isso acaba dificultando o contato dele com Anne Collins, mas não tanto a ponto de impedí-lo de vê-la. Enquanto ela deixa os filhos com Stephen, os dois se encontram num hotel. Agente da polícia de guarda, eu já pressentia o perigo de longe. Os amantes são surpreendidos pelo assassino careca e o agente da polícia corre contra o tempo para salvar a vida de Cal, que tem uma arma apontada no meio da cabeça. Sem conseguir qualquer informação, o assassino careca foge e, numa perseguição cheia de suspense acaba morto por um atirador de elite.

As notícias no jornal acabam levando Stephen a descobrir que o homem que considerava seu melhor amigo está dormindo com sua esposa. O clima na família Collins fica tenso, mas a coisa pode piorar, já que Cal começa a desconfiar que Stephen está mentindo sobre o caso Sonia Baker.

Muitos fatos novos não se encaixam. Dan descobre com a melhor amiga de Sonia que ela sabia que teria um emprego com Stephen Collins um mês antes da data alegada por ele. A prova está no fato de que Sonia, nascida em 25 de março, comemorou o trabalho inciado apenas em 30 de abril, no dia de seu aniversário.
Além disso, o Detetive Bell resolve fazer um acordo de cooperação com a equipe de jornalistas do Herald e agora se sabe que alguém aletrou os resultados do exame toxicológico de Kelvin. O que antes era exame limpo se tornou um resultado onde ele teria usado muito crack antes de ser assassinado. Cal, que caiu em desgraça com a família Stagg, precisa da ajuda e da permissão deles para provar que os exames foram falsificados.
Além disso, com a dica da polícia, Cal, Della e Dan encurralam Dominic Foy, ex-namorado de Sonia que mandou as cartas reveladoras para Anne Collins e para o jornal concorrente. Foy também foi a última pessoa a falar com Sonia, exatamente uma hora antes de ela morrer em baixo de um trem. Sem alternativas, ele concorda em falar com o pessoal do Herald e suas revelações podem dar mais um passo nessa investigação que ainda está longe de terminar.

Confirmando a qualidade de State Of Play, esse segundo episódio é ainda melhor que o primeiro. O clima de suspense aumenta e a trama começa a se desenvolver por caminhos cada vez mais perigosos.

Stephen retoma seu trabalho no Parlamento. Por algum motivo sua presidência no conselho de energia é muito importante e pode ser a chave para o assassinato de sua amante e assistente, Sonia Baker. Ele também enfrenta os filhos, que percebem que o pai estava prestes a deixar a família para ficar com a amante.

Anne, a esposa recebe provas cabais disso quando aparecem papéis que comprovam que Stephen e Sonia procuravam um lugar para viverem juntos. Apesar disso, suas declarações à imprensa são muito discretas e ela acaba se aproximando de Cal. Aliás, ali tem história. Eles são velhos amigos, mas o clima de romance se desenvolve, apesar das implicâncias que isso possa ter para ambos.

Na redação, mais repórteres começam a se envolver com a história, além de Cal e Della. Juntos eles formam uma equipe de investigação que chega cada vez mais perto da verdade. Agora já são Helen, Pete e Dan (James McAvoy), o filho do editor Cameron Foster, que chega para somar informações e alguma confusão.

Uma nova pista aparece, com um fax enviado para Sonia. Della tenta obter a origem do documento, mas Dan está a sua frente e é isso que faz com que ele se junte à equipe. Unindo as pistas, eles chegam até o emissário do documento, mas ele foge.

Depois de uma noitada, Della chega em csa, acompanhada de Helen e encontra tudo revirado. Na escadaria, ela topa com o mesmo homem que matou Kelvin, e que viu no hospital antes da tentiva de matarem o motoqueiro.

Na polícia, o retrato falado que Della descreve é identico ao dado pelo motoqueiro. Della está na mira do assassino e a polícia invade a sede do jornal atrás das pistas que ele tanto quer recuperar. Quando se nega a identificar a fonte que lhe deu acesso à maleta prateada, Cal acaba preso e a redação se transforma num pandemônio.

Como era de esperar de qualquer produção da BBC, State Of Play é uma microssérie incrível. Pelo menos é isso que o episódio inicial anuncia, com um mix na medida de suspense, ação e muito jornalismo investigativo.

A produção de 2003 é tão bacana que inspirou a criação do filme Intrigas de Estado que tem em seu elenco Russell Crowe e Ben Afleck.

Em seus 6 episódios, com cerca de 55 minutos de duração cada, John Simm e David Morrissey interpretam respectivamente, o repórter Cal McCaffrey e o parlamentar Stephen Collins. Este último entra no olho do furacão quando uma de suas assistentes morre e sua reação atormentada começa rumores de que os dois tinham um caso. Como não poderia deixar de ser, Stephen é casado com Anne (Polly Walker, de Rome) e sua família, assim como a carreira de político promissor vão direto pro lixo quando a história aparece.

Sem ter para onde correr, Stephen aceita a ajuda de Cal, velho amigo de quem andava afastado e que será uma pessoa chave para descobrir todos os mistérios que envolvem essa morte, julgada inicialmente por acidente ou suicidio, já que ela foi encontrada morta embaixo de uma das linhas de trem, em Londres.

Mas, se Stephen foge da imprensa, Cal e sua companheira de trabalho Della correm atrás de diferentes reportagens que acabam se mostrando muito interligadas.

Della está atrás da história da morte de um adolescente de 15 anos, Kelvin Stagg, morto com um tiro à queima roupa enquanto fugia de homem misterioso. A testemunha desse crime, um motoqueiro que teve a infelicidade de passar pelo local no momento em que Kelvin era eliminado, acaba atingido, mas sobrevive e fica sob a supervisão da polícia, que ainda nem desconfia o que está por vir.

Aos poucos, as investigações avançam e Della, cruzando as ligações telefônicas da amante de Stephen com as do celular de Kelvin e descobre que o garoto fez uma ligação para ela no mesmo dia em que ambos morreram.

Como Kelvin era acusado de ser traficante de drogas, Cal vai até suas fontes e descobre a causa mortis. Tiro na cabeça, com uma 9mm, sem rastros de qualquer droga ilegal no sangue. Com a família Stagg, ele fica sabendo que Kelvin era apenas um ladrão de bolsas inexperiente e que provavelmente se envolveu com quem não devia.

O que ele não esperava era ser levado até a namorada de Kelvin, que em troca de sigilo total e algum dinheiro, entrega a ele uma maleta prateada que ainda vai custar a vida de muita gente. Dentro dela, fotos de Stephen Collins com sua amante, armas e documentos. No jornal, Cal, Della, o advogado e o editor Chefe Cameron Foster (Bill Nighy) precisam decidir o que fazer com esse novo elemento. Enquanto não entregam essas provas para a polícia, que vai ter de iniciar uma investigação criminal do caso, Della tenta avisar uma de suas fontes que o motoqueiro sobrevivente, que ainda está no hospital corre perigo.

Em questão de minutos o hospital tem um incêndio e é preciso mover a vítima com rapidez. Infelizmente o chefe de segurança e fonte de Della acaba assassinado por um atirador de elite, que aguardava o momento certo para eliminar sua última testemunha de um caso que está apenas começando.