Teremos nós unhas até o fim dessa temporada?
Não sei vocês, mas esse ritmo lento me mata. Não digo isso no mau sentido, como se eu morresse de tédio ou coisa assim. Eu morro de expectativa mesmo. Sons Of Anarchy ainda está apenas no 2º episódio, mas eu sinto um clima tão tenso que é como se uma bomba estivesse prestes a explodir e destruir tudo em volta.
Depois daquele final eletrizante e inesperado vem aquele momento de reflexão e de investigação. Os erros do passado ensinam que a retaliação só deve acontecer quando se tem um alvo certo. Para Jax, porém, isso é o de menos. A prioridade ainda é encontrar o pequeno Abel, que está em Belfast.
Confesso que me dá uma raiva imensa ver aquele irlandês made in Lost saber onde está a criança e continuar fazendo jogo sujo. Aliás, essa trama toda do seqüestro me dá desespero. Nem gosto de imaginar uma coisa dessas acontecendo de verdade. Fico pensando que logo o pessoal da Samcro vai perder esse rastro e nunca mais vão achar esse menino. Isso que é plot nervoso.
Vi algumas pessoas comentando sobre Tara e Jax e que o fim do relacionamento deles era preocupante. Não acho. Nesse momento, Jax pode dizer o que quiser. Tara está decidida a ser a ‘Gemma New Generation’ e nada vai afastá-la dali.
Fico nervosa também com a fuga de Gemma. Não bastasse pai gagá e ter que saber que Tig é um “cara grande” que precisa de óleo de amêndoas na hora do sexo, ainda tem a babá de idoso metida a Bitch, querendo lucrar entregando-a para a policia.
Isso, sem falar nos problemas locais que começam a surgir. Além do ataque, que não ficará sem resposta, o irmão de Hale se confirma como um grande obstáculo da o clube. Engraçado ver como ele tenta trazer Unser para seu lado e não consegue nem um aperto de mãos. Se tem uma coisa que deveria acontecer é Unser receber um colete de membro do SOA, porque ele é um dos aliados mais fiéis e sempre pronto a ajudar, mesmo nos piores casos.
Mais uma vez, tivemos uma cena de deixar os nervos no limite. Ver aquele cara enterrado, só com a cabeça de fora e as motos tirando fina foi digno de filme de terror. Numa situação daquelas, eu boto a culpa até na minha mãe.
Juntando tudo isso à trama paralela do IRA, fica ou não fica a impressão de estamos pisando numa mina terrestre? Essa sensação de que o menor movimento pode nos estraçalhar em pedacinhos é o grande trunfo de Sons Of Anarchy, que sabe trabalhar, como nenhuma outra série, esse clima sufocante.
Uma das melhores coisas que fiz nessa Summer Season foi ter investido na maratona Sons Of Anarchy. Essa Season Premiere não só confirma isso, como promete uma temporada completamente insana.
Quando a gente pensa que tudo de mal já aconteceu, novos fatos nos mostram que aquilo era só uma amostra. Para mim, esse é o grande trunfo de Sons Of Anarchy, uma série que deixa claro que nada está tão ruim que não possa piorar.
Essa Season Premiere foi assim, depressiva. E aquela calmaria que acontece depois da passagem do furacão não deixava prever que viria por aí nova tempestade, bagunçando mais o que já estava fora de ordem. O seqüestro de Abel deixa marcas profundas. Jax está um trapo e mal consegue sair do poço de auto-piedade que criou. A relação com Tara está abaladíssima. Gemma ainda foge da polícia e o clube, como sempre, está ameaçado.
Não é que a polícia esteja à espreita (embora sempre esteja). Mas depois da morte de Half-Sack e de todas as dificuldades que quase destruíram o SOA, as filiais precisam saber quem está no comando e o período de luto de Jax não pode durar muito mais.
Tudo se passa num ritmo um pouco lento. Quase como se os personagens (e nós), estivéssemos anestesiados, esperando o pior da dor passar.Mas nada passa, é lógico. E todo o debate ideológico quando a ameaça aumenta em proporções descontroladas.
Fiquei absolutamente chocada com os minutos finais. A violência nunca encontra um limite e ver o atentado ao grupo, que acabava de sair de um velório, foi arrasador. Mulheres e crianças metralhadas já seriam o suficiente, mas o atropelamento do “subdelegado” Hale foi algo que superou qualquer expectativa. A cena é tão bem feita e tão real que sofri com a pancada e mais ainda, ao ver aquele crânio esmagado no asfalto. Foi tudo muito impressionante, para nos levar ao novo clima da série e aos novos desafios que os Sons Of Anarchy vão enfrentar nessa temporada. O irmão de Hale, candidato a prefeito, é o potencial inimigo número um da vez, embora os últimos acontecimentos mostrem que ele pode se transformar num aliado. Jax ainda ficará dividido entre agir pelo momento ou seguir a filosofia deixada por seu pai, mas eu não duvido que estamos diante de um momento em que a teoria dará lugar à prática.
As buscas por Abel continuam, mas todos esses acontecimentos ficarão impunes e não serão deixados de lado. A vingança, como todos sabem, é um prato que se come frio e nesse caso, vem muito bem acompanhada de uma dose de sangue quente.
A 1ª Temporada de Sons Of Anarchy é boa, mas a 2ª é infinitamente melhor.
Se tem uma coisa importante numa série é sua capacidade de melhorar após um inicio de qualidade. Sons Of Anarchy cumpre esse papel com perfeição e apresenta uma continuação emocionante e para lá de tensa.
Depois de conhecermos o clube, seus membros, a hierarquia e os crimes em que estão envolvidos dentro da pequena cidade de Charming, chega a hora dos desafios. O clima entre Jax e Clay é de guerra e tudo começa a desmoronar. É impressionante o modo como tudo, absolutamente tudo, é arquitetado para dar errado, até porque, há um perigo maior rondando, mas essa briga interna acaba cegando a todos de alguma forma.
Chega a dar desespero. Estupros, prisões, mortes, explosões. Sempre há alguma coisa que pode piorar o que já está ruim, mas é justamente no momento mais crítico que o segredo de Gemma une a todos novamente para uma vingança sem precedentes. Mas é claro que, ainda assim, nada se resolve em definitivo.
A convergência de cenários une cada elemento que já fez parte da série. Niners, chineses, Mayans, arianos, irlandeses e o pessoal da ATF, misturados com a chegada de Zobelle e a tentativa de dominar o território e expulsar os Sons Of Anarchy.
O modo como as mulheres ganham terreno também é extremamente positivo. O desenvolvimento da relação entre Gemma e Tara é uma das coisas mais interessantes, porque ajudam a transformar o clube numa família e, embora eles sejam criminosos, é fácil enxergá-los como mocinhos.
A revolta de Jax traz muitas verdades à tona e ajuda a trazer Opie para uma nova situação na série. Confesso que o achava muito mal aproveitado, assim como alguns dos coadjuvantes, mas definitivamente a série consegue aprofundar os personagens.
Nem preciso comentar (mas vou) o nível de qualidade dos últimos episódios. A parte em que tudo dá errado é incrível e fundamental para que torçamos ainda mais pelo momento da virada. Na Season Finale, a gente espera triunfo e um acerto de contas sem igual. Como eu já disse, o sucesso é incerto e cada cena surpreende. O resultado é a intensa vontade de ver logo a continuação e por isso, espero ansiosamente pelo inicio da 3ª temporada logo mais, em setembro.
Para quem ainda não viu, mas fixou interessado, é um bom momento para encarar uma maratona com os 26 episódios existentes e esperar para ver aonde esse cliffhanger absolutamente nervoso irá nos levar.
Motos, tatuagens e anarquia?
A anarquia sempre funcionou melhor em conceito do que na prática e, por isso mesmo, Sons Of Anarchy, série do canal FX, é o mais claro retrato disso. O clube de motoqueiros, que na verdade é um grupo de criminosos envolvidos com tráfico de armas, é a fachada perfeita. Não que eles realmente não sejam amantes de motos. Eles são. E criaram uma sociedade própria, com regras exclusivas e ética diferenciada.
Ver como funciona esse sistema por dentro é o grande lance da série. Os problemas, a escala de comando, a filosofia e as relações humanas dentro desse grupo de pessoas que tem de conviver em meio à sociedade normal, são muito interessantes, especialmente em relação à polícia.
O tempo todo, o grupo está em risco e é preciso tomar decisões perigosas, que podem uni-los cada vez mais ou separá-los para sempre. Aliás, esse é o grande tema da temporada. Essa busca por unidade e total controle das situações é o principal obstáculo para os Sons Of Anarchy, que vivem numa linha tênue entre os dois homens em comando.
Clay (Ron Perlman), o presidente, é um cara que acredita na violência como meio para conseguir o que quer. Mestre em intimidar e conspirar, ele acaba vendo a situação virar quando Jax (Charlie Hunnam), filho de seu melhor amigo e vice-presidente do clube, começa a se aprofundar na ideologia deixada pelo pai. Entre eles, está Gemma (Katey Sagal), esposa de um, mãe de outro e talvez a personagem mais sagaz de toda a trama. Ela está sempre tentando dominar a vida amorosa de Jax e manter seu lugar como uma espécie de primeira-dama. Logo de início, já temos uma amostra do que ela é capaz, ao entregar à nora viciada, uma seringa cheia de drogas, como vingança pelos danos causados ao neto recém-nascido.O nascimento da criança é o estopim para as mudanças no modo de agir e pensar de Jax, que também lida com o retorno de Tara (Maggie Siff), sua ex-namorada de adolescência.
Junto com Tara, vem uma bagagem emocional intensa e mais um namorado louco, que além de psicopata é agente federal. Outra história bacana é a de Opie (Ryan Hurst), que foi preso durante uma das atividades do clube e vive entre a vontade de retornar e a pressão da esposa para abandonar de vez esse modo de vida.
O mais impressionante em séries do gênero é que logo você começa a torcer para os bandidos. Não se enganem, os Sons Of Anarchy não são gente boa, já que são capazes de matar até mesmo seus próprios membros se isso significar a unidade do grupo ou a manutenção de uma mentira. Eles também corrompem a polícia, estão envolvidos com o IRA, com roubos, assassinatos e chantagens. É uma longa lista de crimes que os agentes federais estão loucos para flagrar, mas sempre há um modo de escapulir, pelo menos, nesse começo.
Definitivamente, é uma produção muito boa e que vale conferir. Temporada curta, de apenas 13 episódios muito bem executados. Roteiro bem escrito, elenco bem escolhido e atuações marcantes garantem bons momentos em frente à tela. Além disso, há as belas motos, tatuagens. A anarquia? Essa fica para uma próxima vez.