Mesmo com algumas tramas repetitivas e conclusões
forçadas, o ultimo episódio dessa temporada reforça que essa de fato foi uma
grande geração da série.
Skins é uma série fascinante: consegue ao mesmo tempo lidar com temas como a auto-afirmação de identidade ou a resistência a qualquer coisa além daquilo que nos interessa, sem se tornar arrastada ou contemplativa. Ao contrario do que se pode esperar diante desses temas, o episódio consegue ser enérgico e divertido, como é natural em Skins.
Já fui uma fã fervorosa de Skins, agora, isso mudou radicalmente e não sei se vou me torturar vendo a próxima temporada. O que era uma visão inovadora se transformou apenas em mais uma série teen recheada de bobagens e non-sense. Em suma, Skins se rendeu ao estigma. Não é que eu não goste desse estilo, o problema é que não dá para fazer de conta que não me decepcionei com o rumo que as coisas tomaram e com a aparente queda na qualidade da série. Para resumir o que achei desse episódio, usarei apenas três palavras: PUTA FINAL ESCROTO!
O pior de tudo é que eu já esperava isso. O episódio focado em Effy anunciava a desgraça que seria essa Season Finale, que na verdade, caminhava com certa dignidade, até os segundos finais, tão estúpidos que estragaram todo o resto.
Para começar, quero protestar pelo fato de não terem produzido episódios para Naomi e Pandora. As duas, como pudemos constatar, renderiam boas histórias, isso é claro, se não conseguissem destruí-las também. Infelizmente, não nos pouparam da pataquada de Effy e Freddie. Cook também seria dispensável se o episódio dele não tivesse mostrado algo que preste.
Não há como negar: a temporada foi fraca. Fraca de roteiro, fraca de ideias, de interpretações. Não vi nada de genial nas caras de louca de Effy, ao contrário de alguns fãs da personagem. Para mim, a melhor personagem continua sendo Naomi, que foi coadjuvante em todos os episódios, mas surpreendeu no final. Gostei bastante do desfecho que ela e Emily tiveram, embora esse lance ‘final feliz’ seja a contramão da proposta original de Skins. Outra coisa: por mais que eu tenha achado fofo saber que Thomas e Pandora vão estudar em Harvard juntinhos, esse é mais um caso de final alegrinho, uma espécie de “cala a boca” para que não digamos que o casal ficou indefinido, assim como foi com Cassie e Sid. Aliás, esse é o grande trauma de todo fã de Skins e o motivo geral de a maioria das pessoas nem ter dado uma chance à 3ª temporada. Hoje, dois anos depois, sinto como se eu tivesse feito mal em não seguir essa corrente e abandonado o barco antes do naufrágio.
A história de Pandora e Thomas é só incoerência. Para começar, ela sempre taxada como a burra. Panda tinha notas sofríveis, desempenho escolar muito abaixo do medíocre e então, num passe de mágica, ela é aceita em Harvard, onde até os maiores gênios penam para entrar. Thomas então, nem escola completou e apesar da história da bolsa atleta ser mais plausível, ele não teria sido aceito em apenas algumas horas, já que o episódio retrata UM DIA.Pra mim, uma coisa dessas é indesculpável. Um remendo frouxo num trapo velho.
O drama de Katie e os problemas de fertilidade se resumiram a um olhar tristonho para o bebê da namorada de JJ, que virou praticamente um pai de família. Effy continua doida e instável, sentindo falta de Freddie, sem mais a acrescentar, a não ser os momentos de ‘vozes do além’. Isso foi o fim da picada. Sussurros do morto que alertam sobre sua ausência. Até Cook ouve, apesar dos peidos sonoros da namoradinha clone de Effy que arranjou. Ou seja, mais trash impossível, certo? Errado. Imaginem só, Freddie era um cara tão obcecado por Effy que em vez de fazer lição de casa, gastava canetas e caderno escrevendo inúmeras vezes: I Love Her. Que medo do Freddie. Completamente psicopata. O pior é que a irmã dele, que é a provável nova protagonista de Skins para a 5ª temporada, seguindo a linha do que fizeram com Effy , entrega o caderno para Cook que descobre uma pista. Quão aleatório seria Freddie escrever numa página qualquer dessas, recheadas de ‘I Love Her’ a frase “John Foster quer machucá-la”? É isso, somado ao fato de que John é retardado e fica se escondendo no jardim de sua vítima sem nenhum motivo aparente, levam Cook a descobrir a morada do assassino. Camisetas ensaguentadas e tênis de Freddie para provar e o flagra. John e seu inseparável taco de baseball se preparam para matar mais um dos machos de Effy. Cá entre nós, nem que John dedicasse sua vida a isso, ele daria conta de matar tanto homem. E o final que temos, é esse, com Cook obviamente enfrentando seu algoz, porque não é nada na vida e não tem nada a temer. Fica por isso. Um grito de raiva e uma tela preta. E o grito era meu.
Alguém me diga, por favor, que porra de roteiro louco é esse de Skins? Quando digo louco, não é no bom sentido, não mesmo. Simplesmente os fatos não casam e é impossível entender qual é o objetivo dos roteiristas.
Vi muita gente elogiando esse episódio e não sei o porquê. Foi uma enrolação psicológica do começo ao fim e dá pra resumir os acontecimentos em poucas frases. Basicamente Effy está em depressão, faz um tratamento com um terapeuta lelé e fica mais retardada do que já é. Ou seja, está aí o conteúdo desse maravilhoso episódio.
À parte da interpretação, que não foi ruim, apesar de muitos momentos forçados, fiquei bestificada com o final. Se não me engano, o próximo episódio já é a Season Finale e por isso mesmo, precisavam arrumar um cliffhanger que prestasse. Pois bem. Fizeram isso matando Freddie na base da paulada. Dá pra entender?
Fiquei de queixo caído quando o terapeuta, John Foster, deu uma de assassino do porão e veio lentamente para matar Freddie. Ele era uma presa fácil ali e não resta dúvida de que não sobreviveu ao ataque. Senti como se visse a 2ª temporada de novo, mas sem o lance da novidade. A morte surpresa de Chris foi emocionante, mas não se pode dizer a mesma coisa de Freddie. Foi um clichê ridículo. Um recurso antigo, apesar de ter sido inesperado.
É obvio que ninguém previa isso, mas sinceramente, é revoltante que mais uma vez nos façam de idiotas. Já tivemos uma temporada sem final definido e até hoje queremos saber o que aconteceu com Tony, Sid, Cassie e Cia. Parece que vem aí mais um final engodo. Previsões que confirmarei na semana que vem.
Depois de quase matar o público com o episódio de Freddie, Skins acerta ao focar em JJ. O episódio, estrelado pelo meu primo (not) Ollie Barbieri, foi completamente diferente do anterior, leve e bem humorado, embora a cena final pudesse ter sido evitada.
JJ é Sid dessa turma de Skins, por isso mesmo, seu tom de normalidade é fator determinante no carisma do personagem. JJ quase não aparece em tramas paralelas – Thomas, por exemplo, está sempre cruzando com outras histórias – mas quando o episódio é focado nele, podemos esperar boas coisas.
Até agora só sabíamos que JJ é tímido e gosta de mágicas. Então, descobrimos que talvez ele seja um psicopata, que toma medicamentos para controlar a raiva. É isso ou o comportamento castrado dele é reação à mãe controladora a um pai que presta mais atenção às noticias do que ao que acontece a seu redor. Aliás, de todas, a família de JJ é a mais normal, dentro de sua anormalidade. Pelo menos, na casa dele as pessoas parecem tomar banho, o que não acontece nas demais famílias retratadas, até agora.
Além dessa vidinha familiar, do gosto peculiar por quizes à mesa e do quarto com tema espacial, conhecemos o JJ com as garotas. Com Lara, pelo menos. E ele encara o fato de ela ter um bebê numa boa, diferente do que faria a maioria dos garotos. Toda a trama com Lara foi bacana, até que, depois da serenata muito falsamente e medonhamente cantada por ele, resolveram colocar os dois num beijo no meio da Via Láctea, numa cena completamente imbecil e desnecessária.
Tivemos ainda a reaparição de Cook, que fica pululando de casa em casa, após sua fuga do reformatório. Além disso, mais drama com Naomi e Emily, que continua insatisfeita e infiel, negando os problemas que estão bem em sua frente.