"Eu nasci com o diabo em mim. Eu não poderia evitar o fato de que eu era um assassino, não mais do que o poeta pode evitar a inspiração para cantar. Eu nasci com o mal de pé como meu responsável ao lado da cama onde eu fui trazido ao mundo, e ele tem estado comigo desde então.", H. H. Holmes.
Para uma série
tomada por clichês e caminhos previsíveis, ainda que interessantes,
The Assassin é uma surpresa.
Mesmo que as vezes as histórias se desenvolvam de um jeito esperado
– fica claro desde o começo que Coco será a vítima acidental do
tiro de Eph – ou pareçam apenas estar enrolando – como
a busca pelo Lumen –há
nesse episódio momentos que se sobressaem a natureza simplista de
The Strain.
O
relacionamento entre Coco e Palmer funciona como uma forma eficiente
de demonstrar como ele é alienado do mundo real. Assim que o
bilionário aparece em cenapela primeira vez, ele já
exibe um ar indisposto ao encarar o prédio onde Coco mora. Após
subir as escadas, se mostra incrédulo diante da possibilidade de
alguém passar por aquilo todos os dias. É uma justaposição
curiosa, criar um vilão tão unidimensional que ao mesmo tempo se
mostra tão incompetente para lidar com emoções inesperadas.
A
sobrevivência de Coco após o tiro surge como uma pequena surpresa,
já que tudo parecia apontar para uma morte que serviria para tornar
Palmer ainda mais vilanesco. A solução encontrada pelo empresário
para salvar a amada se mostra interessante, não por ela em si –
era de se esperar que, caso ele tivesse uma chance, seria com o
sangue do Mestre -, mas pela forma como a cena de desenrola. O Mestre
escolhe ficar ali, ele parece desejar que Coco saiba dos planos de
Palmer, e então odeie por isso. Seria a vingança perfeita do
vampiro após ele se ver chantageado por um humano.
As
aventuras de Eph e Dutch foram as mais interessantes do episódio.
Apenas o fato de serem os dois juntos naquela missão já seria algo
novo, já que eles raramente são vistos sozinhos, e a diferença de
personalidades gera boas conversas entre os
dois. Esse tem sido um ponto
do positivo de The Strain: formar
duplas de personagens diferentes. Isso já foi feito no passado, com
Dutch e Setrakian, nos últimos episódios com Nora e Fet. Essas
uniões funcionam para quebrar a monotonia de vermos sempre os
mesmos relacionamentos dentro do grupo.
O
cliffhanger deixado
sugere uma boa trama para o próximo episódio, um problema que
precisa ser resolvido rápido e que o resultado é dificil de prever.
Todos elementos que sugerem que The Strain vai
continuar mantendo esse ritmo que encontro depois da metade da
temporada
