Histórias de primeira vez no banco de trás de um carro são tão clichês quanto festas dos anos 80. Pois Hellcats misturou as duas coisas e deu certo.
Não tenho nenhuma curiosidade engraçadinha para começar o texto de hoje, então, vamos ao que interessa.
Adultério e o submundo das drogas. Hellcats não para de por o dedo na ferida e vai fundo na problemática estudantil norte-americana.
Sei que muita gente é incapaz de diferenciar meu sarcasmo de quando falo sério, mas acreditem: Hellcats fez um 2º episódio acima de qualquer expectativa.
Não é brincadeira, minha gente. Adorei o episódio, que foi divertidíssimo. Para quem ainda não compreende que é exatamente isso que a CW faz por nós, sinto muito. Hellcats está mostrando um potencial incrível e espero que isso seja reconhecido em forma de audiência.
Mas antes de começar a falar mesmo do que rolou de mais legal, uma linda e mimosa curiosidade sobre a série, que deixei passar no calor da emoção proporcionada pelo Piloto. Sabiam que Hellcats é uma adaptação literária? Pois é. Imagino que tipo de revelações guardam as páginas de Cheer!: Inside The Secret World Of College Cheerleaders, de Kate Torgovnik. Gostaria muito de descobrir o que existe no mundo secreto das líderes de torcida de faculdade e acho que esse livro deve ser um verdadeiro Best Seller. Para nossa sorte, acompanhando a série já dá para ter um gostinho desses ardilosos entraves políticos e desvios de verbas.
Agora, chega de notas da produção e vamos ao que interessa. Quem poderia imaginar que aquela comovente fala de Marti, contando as agruras da mãe vomitando em sua apresentação de ginástica, renderia tanto? Um episódio inteirinho baseado nisso. Foi bom demais para ser verdade e morri de tensão, imaginando em que momento em que Wanda iria liberar a cachoeira de vômito. Felizmente (será?) isso não se concretizou, mas fomos brindados com ótimos momentos de vergonha alheia, que só Wanda pode proporcionar com suas peraltices de cougar irresponsável.
Porém, o que mais chamou a atenção foi a atuação de Ashley Tisdale. Essa menina tem uma vocação para comédia que é impressionante. Ela banca a tonta como ninguém e faz cara de pudica como poucas. Fiquei tocada com aquele drama de família tradicional católica, que morre de vergonha da filha piranha, que resolveu ser cheerleader em faculdade mista, chocando a comunidade cristã. Na boa gente, vamos concordar. Menina de boa estirpe não freqüenta as mesmas classes que homens. Não pega bem e você pode acabar difamada com a galera da catequese. O pior de tudo é que Savannah não tem limites e fica anotando seu telefone nos braços de ex-psicopatas. Ou seja, ela não tem limites no piriguetismo.
Aliás, não posso deixar de falar isso aqui. Semana passada, para não deixar o texto grande demais, acabei cortando essa parte, mas não posso mais adiar. Quão doente é colocarem Dan, aka Psico Derek de One Tree Hill, como melhor amigo de Marti, a Peyton Wannabe? Estou esperando ele dizer que é irmão dela, ligar a webcam e fazer aquela tatuagem nas costas.
Porém, ao que tudo indica, Dan vai desvirginar Savannah e esse promete ser um dos tópicos polêmicos de Hellcats no futuro, podem esperar. Ainda no assunto casais potenciais, teremos Marti e Lewis, mas Verdura não vai deixar isso ser tão fácil assim. Mal me contenho à espera da próxima intriga da nossa bitch oficial.
E claro, não podemos esquecer que vem denúncia de pedofilia por aí. A coach Vanessa, em seus tempos de torcida, viu a Verdura do coach Red Raymond e não pode deixar seu namorado descobrir. Acho super inteligente fingir que não conhece um colega de trabalho. A troco de quê? Faz a natural e finge que aquela verdura nunca esteve na sua horta, faz favor!
Antes de terminar, deixo ainda meus elogios à trilha sonora e às coreografias. Hellcats vai indo muito bem e nem mesmo os poderes da kriptonita são capazes de enfraquecer a produção tão esperada de Tom Welling.
Com uma trama complexa, que envolve cheerleaders e política estudantil, a Tom Welling Productions tem o orgulho de apresentar a série sensação dessa Fall Season. Com vocês, senhoras e senhores, Hellcats!
Tenho medo de não ter conseguido ser completamente justa e espalhafatosa na apresentação da sensacional Hellcats, a tão esperada nova série da CW, produzida pelo supervelho superboy, Tom Welling. Pasmem. A Tom Welling Productions realmente existe e nosso eterno Clark Kent está orgulhosíssimo por sua primeira série.
Confesso que saber do envolvimento de Welling foi o que me chamou a atenção e desde então, gerei imensas expectativas em relação à Hellcats, simplesmente porque ela não tem como dar errado. Explico o porquê. Primeiro, pelo nome do produtor, né gente? Nem vou mais bater nessa tecla. Depois, qual americano não é aficionado por líderes de torcida? Em terceiro lugar, temos a protagonista com cara de piranha e os corpinhos sarados em profusão. O plus está na presença de Ashley Tisdale, a Sharpay de High School Musical, que deve atrair pelo menos meia dúzia de fãs saudosos e isso já é muito para a CW. Pois bem.
Além desses fatores acima de qualquer suspeita, ninguém há de negar que o arco central é um dos mais originais já feitos. Fiquei comovida com os problemas de Marti (Alisson Michalka), uma ginasta frustrada, que abandonou a carreira para cuidar da mãe bêbada, e agora sonha em ser advogada, mas não pode pagar a faculdade. Todo mundo sabe que isso destrói qualquer ser humano. Marti, que poderia estar roubando, matando e se prostituindo, resolve se manter estudando de modo honesto: usando minissaias, batendo palminhas coordenadas,dando cambalhotas e arriscando ficar paraplégica nos twists duplos carpados.
É uma vida complicada. Ainda mais se você pensar em todos os difíceis obstáculos sociais que isso inclui. Lógico que Marti arruma um desafeto logo de cara. Sua rival é Alice Verdura (Heather Hemmens), que merece ter esse lindo nome de duplo sentido citado na íntegra. Essa é a bitch da temporada, podem escrever o que estou dizendo (ou só dêem ctrl c+ctrl v).
A garota é tão má, mas tão má, que convida a mãe de Marti para vomitar na primeira competição da filha, honrando uma tradição de família. Isso, porque Savannah (Ashley Tisdale), a capitã desmiolada da equipe, tem CERTEZA de que Verdura não se importa em não verdurar mais nas mãos de Lewis (Robbie Jones). Desculpem, mas já transformei isso em verbo mesmo, uma vez que o diálogo é tão dúbio e sensual (e porque não dizer, sensual?), que fiquei com a impressão de essa parceria entre Lewis e Verdura ia além da pirâmide humana, mas entendam como quiserem. Não posso deixar de mencionar a linda cena de banheiro em que Lewis mostra sua verdura para os colegas, salvando Marti de pagar peitinho em seu primeiro dia. Um modo romântico e cheio de iniciar o amor desses dois.
Nesse núcleo jovem, só não entendi muito bem a função de Dan (Matt Barr), o melhor amigo cult de Marti, mas tenho certeza de que se não acharem nada melhor, podem usá-lo como assassino psicopata, como já fizeram em One Tree Hill.
Só por isso já deu para notar as infinitas possibilidades roteiro e tramas cheias de maldade que estão por vir. Mal posso esperar. Só que a rotina das cheerleaders não vai ser só uma alegre torcida e coreografias bacanas. Essa série tem o objetivo de ir além e vai mostrar os bastidores do poder nas universidades e revelar os entraves da política estudantil, que desvia verbas para comprar técnicos de futebol jovens e bonitos, deixando as equipes de torcida a pão e água. Hellcats tem mesmo esse tom de denúncia e pretende cumprir seu papel em termos de responsabilidade social, alertando o mundo para esses problemas que vão além da imaginação de qualquer um.
E se você aí acha que a série não vai para frente, está enganado. Além de todos os motivos já citados para o óbvio sucesso de Hellcats, os produtores mostram que são espertos e incluem elementos de Si-Fi na trama, com a presença de Aaron Douglas, o Chief Tyrol de Battlestar Galactica, arrebanhando o público nerd.
Isso sem falar na galeria de cheerleaders. Juízas, jornalistas e até atrizes de garbo e elegância como Meryl Streep já deram seus pulinhos por aí. Isso prova, definitivamente, que as meninas (e a própria série) não são só gritinhos histéricos, mas também tem muito conteúdo.