Dawson’s Creek foi minha primeira série. Não exatamente a primeira que vi na vida, mas aquela pela qual eu me apaixonei e que me vez procurar por outras produções no mesmo formato. Eu nem fazia ideia que aí, nascia meu maior vício e, por isso mesmo, ao perceber que nunca foi feito um registro completo de todos os episódios, resolvi fazê-lo por aqui. Muitas vezes reclamei, outras tantas, quis matar Dawson ou mandar Joey calar a boca, mas meu balanço geral é tão positivo que nem eu mesma seria capaz de imaginar. Sem dúvida, estamos diante de uma das melhores séries teen já feitas, não importa o que digam sobre os diálogos irreais entre os adolescentes e os momentos de inocência fantasiosa.
Por algum motivo que agora eu simplesmente não consigo dizer qual, eu tinha uma impressão muito ruim das duas temporadas finais. Não retiro minhas críticas à quinta temporada, mas sobre essa última, sim. Depois de tanto tempo eu pude apreciar o final dessa história com outros olhos. Talvez, os mesmos olhos dos personagens, que se encontram em seu futuro, numa idade que bate com a minha atual. Por isso, posso dizer que gosto do final como foi feito e não mudaria absolutamente nada, pois ele é perfeito e fecha muito bem cada uma das tramas em aberto.
Porém, antes de sabermos a escolha de Joey, que foi o combustível de praticamente toda a série, muita coisa ainda acontece. Num salto temporal de cinco anos, os amigos de Capeside estão separados pela distância e pelos rumos que a vida de cada um deles tomou. Joey é uma editora de livros em New York e está praticamente noiva de um escritor chatíssimo. Dawson ainda não é um cineasta e nem melhor amigo de Spielberg, mas é o produtor executivo e criador de uma série de TV, The Creek, baseada na adolescência em Capeside e nos sucesso do filme que produziu com a ajuda dos amigos. Jack é professor na Capeside High e tem um namoro secreto com Doug, o irmão de Pacey que nunca se assumiu, mas que nessa Season Finale, depois de seis temporadas de piadinhas do irmão, aparece como um gay cheio de dificuldades em se assumir. Pacey é dono de restaurante, o antigo Ice House, também em Capeside e vive às voltas com mulheres casadas e suas encrencas usuais. Jen agora é mãe da pequena Amy e está muito doente, assim com a avó Evelyn, que sobreviveu ao câncer, mas pela idade, tem a saúde fragilizada.
O casamento de Gail é o motivo que reúne todos eles aos cenários que conhecemos tão bem e é aí que o triângulo amoroso entre Dawson, Joey e Pacey ganha força novamente. Apesar da resposta à pergunta que mais atormentou todos os fãs da série só ser confirmada nos últimos minutos de episódio, pequenas dicas já indicavam o amor que Joey escolheria. Sempre torci por Pacey e não nego. O lance entre Dawson e Joey parece muito bom em teoria e nas fantasias românticas, mas na prática o casal nunca funcionou bem e nunca teve química genuína. À medida em que a temporada corria, ficava mais evidente qual saída seria tomada pelos roteiristas e, apesar daquele medo das coisas não serem como eu queria, no final fiquei satisfeita em ver Joey e Pacey juntos. Desde que os dois começaram a se aproximar, na terceira temporada, eu desejei esse desfecho. Na pequena retrospectiva final, cheia de cenas memoráveis, fica clara a intensidade desse casal, que existiu, inclusive na vida real, com o namoro entre Kate Holmes e Joshua Jackson.
Dawson, que afinal de contas, consegue seu tão sonhado encontro com Spielberg, acaba sozinho, em meio ao trabalho e às lembranças que sempre irão perseguí-lo. Ele até tenta recuperar sua história com Joey e temos cenas que remontam aos muitos momentos dentro do quarto de Dawson, mas ela mesma diz para Jen, em seus momentos finais, que sempre soube com quem deveria ficar, mas sempre fugiu da escolha.
Aliás, preciso dizer que a morte de Jen foi uma saída corajosa. Muita gente abomina esse desfecho, mas eu realmente acredito que essa escolha fez diferença para o final. Ainda hoje, depois de ter visto esse episódio duplo por incontáveis vezes, choro compulsivamente com Jen em seu leito de morte, sofrendo ao deixar a filha recém-nascida e querendo ser positiva até o final. As cenas de Michelle Willians são incríveis e cheias de uma carga dramática intensa, assim com as de Mary Beth Peil, no momento em que percebe a morte da neta.
Jack, o padrinho de Amy, acaba responsável por criar a filha da melhor amiga e Doug, que ainda temia assumir o relacionamento em Capeside, resolve que é hora de ser ele mesmo e enfrentar tudo isso ao lado de Jack. Preciso dizer que esse é um dos finais de que mais gostei. Sentia falta de um destaque para a vida amorosa de Jack, que sempre ficou em segundo plano, porém, juntar as histórias dele e Doug foi realmente interessante.
Aliás, um dos pontos positivos dessa Series Finale é o fato de que nada fica sem respostas. Audrey, apesar de não aparecer no episódio, é citada por Joey, que informa que ela está feliz da vida como backing vocal de John Mayer. Temos ainda a aparição de Andie, que nem parece mais aquela menina magrela e orelhuda no começo da série e agora é uma médica no final de seu período de residência.
Melhor do que tudo isso é o clima de nostalgia e as pequenas memórias de fatos que marcaram a série, como a morte de Abby Morgan, o incêndio do Ice House, Jack posando nu para Joey e uma breve retrospectiva da história complicada de Joey, Pacey e Dawson, em uma cena de casamento imaginário que matou a vontade daqueles que queriam ver Dawson e Joey juntos.
Por isso tudo, minha recomendação , para quem ainda não conhece a série é: vejam Dawson’s Creek. Como toda série ela tem seus altos e baixos, mas o produto final vale a pena até o último minuto, misturando emoções que vão te fazer rir e chorar em tão pouco tempo, que vai ser difícil se livrar da sensação de ‘quero mais’ quando sobem os créditos finais.
Com o clima de despedida tomando conta de cada cena, Dawson’s Creek nos prepara para o inevitável fim. Sem nenhuma definição, o que vemos é apenas o que importa e aquilo a que a série se resume: amizades verdadeiras.
Desde o primeiro episódio, a única mensagem que querem passar é justamente essa. Amizades verdadeiras nunca acabam, mesmo que as piores coisas as abalem e as deixem fragilizadas. Em ‘Joey Potter and Capeside Redemption’, Dawson’s Creek assume que embora leve o nome de outro personagem, a série é sobre uma garota que precisou crescer e sair de casa para perceber que sempre teve tudo o que desejava num só lugar. A descrição do filme de Dawson, é também a descrição da série, que não resolve nada em seu penúltimo episódio e, na época da exibição original, deixou os fãs em polvorosa para descobrir qual personagem morreria na Series Finale. Outra importante questão era quem seria o par definitivo de Joey. A confusão amorosa da personagem na 6ª temporada só fazia piorar a situação, já que muitas amarras foram deixadas, tanto para Pacey quanto para Dawson, havendo ainda a possibilidade da escolha não ser entre as duas opções.
Mas, como ainda não é o momento de comentar essa decisão, vamos falar da reunião dos amigos, que retornam à Capeside para ajudar Dawson a realizar seu sonho e fazer seu filme sobre a época mais feliz de sua vida. Enquanto Joey reúne esse verdadeiro exército, Pacey cai em depressão e se joga no sofá, mergulhado em auto-piedade e vergonha. Tudo isso, porém, não dura muito. Logo ele se levanta e faz a única coisa que sabe fazer bem: passar uma conversa faceira nas pessoas. É assim que ele consegue um grupo de comerciantes locais para investir no filme e, depois de uma conversa franca, promovida por Joey, entregar o dinheiro para Dawson e conseguir um sinal de que um dia essa amizade pode ser reconstruída.
Jen, Jack e avó também estão por lá, mas logo se despedem do grupo, cheios de nostalgia e esperança de que o tratamento de Evelyn em New York funcione e que a vida por lá seja diferente do que Jen conheceu antigamente.
Embora não se fale nisso, nos despedimos de Audrey por aqui, já que ela não aparece nos episódios finais. Ela, como boa atriz que é, interpreta Tamara Jacobs no filme e se engraça com Todd, provando que jamais vai mudar quem é.
Dawson fica exultante por conseguir realizar o que sempre sonhou e por perceber que tem os amigos mais fiéis do mundo.
E Joey? Por enquanto ela não precisa decidir ou definir absolutamente nada. Sua única obrigação é aproveitar a viagem para a França e viver por lá os momentos que sempre esperou viver, desde que tinha apenas 15 anos.
Nos discursos de Joey e Dawson, uma coisa fica clara. O momento da separação dos amigos está chegando. A vida adulta é assim. Praticamente nada dos tempos de adolescência e infância é capaz de resistir ao fato de que tudo muda e que cada um tem caminhos diferentes a seguir.
Com Dawson e Joey isso é mais complicado. A ligação entre os dois sugeria que nada poderia separá-los, mas tudo é diferente agora. Ou, na verdade, tudo ainda é igual. Pacey, Dawson e Joey passaram por muitas coisas e ainda agora lidam com os mesmo problemas do passado. Especialmente agora, que Pacey teve coragem de contar o que aconteceu, o discurso de Dawson parece ser mais direcionado ao fato de ver o ex-melhor amigo com Joey, do que pela perda do dinheiro em si. Para variar, Joey está no meio do furacão, dividida e sem saber que lado escolher. E seria realmente difícil estar na situação dela, não fosse tão óbvio o que ela deveria decidir de uma vez por todas.
Em Boston, Audrey se une ao amigo Jack Osbourne para, simplesmente, não fazer nada no episódio inteiro, além de cantar uma música no final. Mas a movimentação na cada de Jen é grande, já que sua mãe chegou e todos ficam sabendo do câncer de Evelyn. Tudo isso, as faz tomar decisões que vão mudar tudo, mais uma vez. Jen e a avó vão se mudar para New York, onde existem hospitais melhores e Jack vai junto com elas, para ser o homem da casa.
Em sua reta final, Dawson’s Creek decide desconstruir tudo o que vimos até agora, criando um grande clima de incerteza para o encerramento da série. Começou com Joey e seus relacionamentos com Dawson e Pacey, o câncer da avó de Jen e outras pequenas coisas. Porém, o que vemos agora é maior. Joey e Eddie chegam ao fim, assim como a nova e frágil amizade entre Pacey e Dawson pode ir para o buraco, de uma vez por todas.
Com Joey e Eddie foi uma coisa meio assim, do nada. O cara retorna, tira a chance de Pacey e logo depois, acaba. Culpa de Joey, sempre racional demais, analítica demais e chata demais. Simplesmente não consegue decidir qual homem quer, qual caminho seguir e, quando Eddie propõe um verão na Europa, ela ainda fica na dúvida e tudo acaba de vez.
Aliás, Jack também fica sem David, que afirma categoricamente ter notado que Jack só está com ele para provar que pode ter um relacionamento fixo. Com Pacey a coisa se complica. A vida profissional de sucesso é atingida por um golpe, quando as ações da Stepatech, indústria farmacêutica para quem esteve trabalhando exclusivamente, simplesmente despencam após uma nova vacina não ser aprovada. O resultado é uma briga homérica com Rich, sua demissão, a pobreza pessoal e ter de dizer para Dawson que o sonho de bancar seu próprio filme independente chegou ao fim.
No episódio que marca o retorno de Audrey depois da rehab, Dawson’s Creek foge da rotina com a participação de Dr. Drew. Numa versão teatral do famoso programa de rádio ‘Lovelines’, Joey, Jen e Jack viram alvo preferencial de perguntas sobre suas vidas pessoais e sexuais, devassadas na frente de dezenas de estranhos.
Com Jen, que é a host do evento em prol do Centro de Ajuda, o problema está no fim do namoro com CJ. Sem mais nem menos, ela termina com ele e nem explica o motivo. Acaba passando vergonha e resolvendo seus problemas de confiança depois, ao contar para ele sobre a doença de sua avó.
Joey é outra que tem problemas de confiança e não transa com Eddie desde seu retorno. Como ele não para de reclamar e trazer o assunto à tona, eles acabam no palco, servindo de exemplo e de piadinhas variadas.
Com Jack, uma conversa com um rapaz da platéia acaba deixando David enciumado, o que provoca uma imensa briga, completamente desnecessária. E Audrey? Depois de voltar da clinica de recuperação, ela está a mil. Assume o posto de Jen, arrasa na apresentação e, de quebra, consegue uma carona com seu ídolo do rádio, Dr. Drew.
Da primeira vez não foi culpa dela. No baile de formatura Joey acabou humilhada por Pacey e sem namorado, porém, agora, ela comete o erro mais estúpido de toda a série e deixa Pacey de lado para ficar com Eddie. Na época da exibição, isso ó serviu para aumentar as dúvidas do público. Com quem Joey vai ficar? Dawson? Pacey? Nenhum dos dois? Hoje, já sabemos a respostas, mas mesmo assim, é desesperador ver o casal mais amado da série separado, mais uma vez.
É nesse ponto que começamos a odiar Eddie com todas as nossas forças. Depois de tudo o que rolou, Joey fica balançada com o retorno do ex, que largou faculdade e tudo pela que a própria Joey batalhou para que ele tivesse. Pacey, que nem faz ideia de que já perdeu a batalha, continua a ser o cara gentil, atencioso e bacana, mas nada pode mudar o fato de que Joey sempre está pronta para abandoná-lo.
No meio do baile da escola de Harley, onde ela bancava a monitora, a verdade vem à tona e os planos de romance de Pacey acabam de vez. Além disso, ele recebe um pedido de Dawson, que quer seu dinheiro investido, para poder bancar o próprio filme. Pacey, mesmo sem querer misturar amizade e negócios, aceita o novo cliente, correndo mais riscos do que imagina.
Para completar, Jen descobre que a avó está com câncer de mama e terá de fazer o longo tratamento de quimioterapia, mas ela avisa a neta, chorosa e dramática que não se entregue ainda, pois ela decidida a não morrer.
O lenga-lenga entre Pacey e Joey é tanto que só poderia acabar mal. São tantos momentos de clima perfeito, com grandes possibilidades de engrenar o romance, mas o maldito raciocínio de Joey está sempre ali para atrapalhar. Mas nada como virar subordinada de Pacey para esquentar a relação, que, entre brigas e insubordinações, começa a engrenar.
Infelizmente, nossa alegria dura pouco. Depois de Joey ser contratada como assistente temporária, trabalhando diretamente com Pacey, um grande obstáculo surge.
O ciúme é acaba levando Joey a decidir, após uma série de “acidentes” no escritório, que incluem uma repórter coberta de leite e café. Joey acaba demitida, mas o namoro com Pacey, coisa que a maioria de nós estava esperando acontecer novamente, mal recomeça e já encontra um problema. Eddie, com um timing perfeito, aparece na pior hora para bagunçar a cabeça recém decidida de Joey.
Enquanto isso, Dawson tenta convencer um grande estúdio a produzir seu filme, sobre um amor adolescente. Infelizmente, a obra inocente acaba virando um filme sobre uma stripper juvenil e Dawson decide seguir os conselhos de Todd e bancar seu próprio filme.
Jen e CJ passam por problemas no relacionamento , já que ele é louco por sexo e Jen parece ter perdido o gosto pela coisa. Entre briguinhas e mimimis, é a avó de Jen quem banca o pombo correio e com sua sabedoria, mostra para cada um deles a posição em o outro se encontra. A reconciliação vem logo e só mesmo acabar na cama.
Chegou a hora de mais um “acerto de contas” em Dawson’s Creek e, dessa vez, os protagonistas são Pacey e Dawson.
Desde que Joey e Pacey começaram a namorar a amizade dos dois não era a mesma e seguia um tom de tolerável frieza. Mas, quando o pai de Pacey sofre com uma arritmia cardíaca, os dois se reencontram em Capeside e podem resolver os problemas do passado com uma boa conversa sobre como chegaram até esse ponto de suas vidas. Além disso, Pacey enfrenta uma situação estranha com Doug, que parece ter ciúme da situação financeira do irmão mais novo e a da idolatria que seu pai recém adquiriu pelo filho que sempre ignorou.
Em Boston, Joey ainda tenta decidir o que fazer e se deve levar em frente seu relacionamento com Pacey. Ela parece bastante inclinada a tentar mais uma vez, mas o excesso de racionalidade deve atrapalhar o resultado. Ela também passa mais tempo como babá de Harley e com sua visão muito madura de 19 anos, tenta ajudar a garota de 15 a lidar com Patrick, um namorado de colégio muito canastrão, que deixa Joey cada vez mais cheia de lembranças da adolescência com Pacey.
Por milhares de motivos, ‘Castaways’ é meu episódio favorito de Dawson’s Creek. O mais forte, porém, é o simples fato de que apenas duas pessoas fazem parte da história: Joey e Pacey. Sempre senti uma tremenda falta de uma resolução para o caso deles, não um ponto final, mas uma conversa franca entre os personagens para colocar em pratos limpos o fim do namoro dos dois. Verdade seja dita, tudo terminou de um jeito estúpido e sem sentido. Nunca houve maiores explicações e cada um deles apenas seguiu sua vida e deixou o romance preferido da maioria dos fãs completamente esquecido.
Pois bem. Chegou a hora de Joey e Pacey resolverem tudo isso e mostrarem porque são, até hoje, um dos meus casais favoritos do mundo das séries. O cenário perfeito é um imenso supermercado, onde os dois ficam presos quando Pacey decide comprar camisinhas para um encontro que arranjou durante um jantar de negócios. Joey, que era sua acompanhante, nem percebe o padrão. Pacey briga com ela, Joey retruca. Exatamente como sempre foi.
Presos e sem previsão de socorro, o isolamento serve para debaterem as velhas mágoas, já que Pacey se sente ‘menos amado’ na lista de namorados, diante do sofrimento eterno de Joey por Dawson. Para mim, não é que Joey ame mais Dawson, é que com Pacey sempre houve menos drama. Entre brincadeiras, piadas, jogos, filmes e até perseguições, eles vão se entendendo e voltam a ser o Pacey e Joey que conhecemos entre a 3ª e 4ª temporadas. Um grande progresso, sem dúvida, é o sumiço do cavanhaque de Pacey, devidamente depilado, numa cena que é doce e sincera.
Logo, as intenções ficam claras. Eles se beijam e debatem as novas possibilidades de ficarem juntos ou seguirem como amigos. A despeito do que acontecerá no futuro, Joey pode ser ela mesma, Pacey pode ser ele mesmo e nem que seja só por uma noite de sonhos, os dois ficam perfeitos juntos.
Clean and Sober é, sem dúvida, um dos episódios mais divertidos de Dawson’s Creek. De um lado da trama temos Audrey e Dawson, do outro, o resto da turma numa festa que é, no mínimo hilária.
Em Los Angeles a clínica de reabilitação de Audrey vira palco de encenação dramática de uma viciada casada com primo e que tem uma penca de filhos. Além disso, Dawson entra numa perseguição a uma famosa produtora de cinema, tudo para quebrar a rotina e a chatice da rehab.
Em Boston, Pacey , Jack e Emma recebem os amigos para celebrar a imensa TV, recém comprada e que ocupa o espaço de um carro, dentro da sala. Devo dizer que Joey bancando a bêbada é tão ruim e artificial que fica bom. Cada revelação dos podres dos amigos, jogo da garrafa e até mesmo flertes com Pacey nos fazem relembrar os bons tempos da série, quando existia um casal com química em cena. Pois bem, parece que chegou a hora de vermos essa dupla em ação novamente e já rolou até beijo embriagado.
Jen está conseguindo levar muito bem o relacionamento com CJ, assim como Jack está bem acomodado com David. Emma é quem enfrenta problemas e precisa de casar com americano, mesmo que ele seja o asqueroso Gus, para permanecer no país. Jack até se oferece para o trabalho, mas Emma, sabendo que a proposta pode acabar da pior maneira, agradece e prefere enfrentar tudo sozinha.
Chegou a hora da verdade. Dawson precisa enfrentar a realidade de um estúdio de gravação e lidar com a falta de respeito dos profissionais que não o enxergam como diretor. Natasha aproveita também para tripudiar, até que Dawson resolve encarnar o espírito de Todd e tocar o terror no set.
Jen e CJ armam um encontro para a terceira idade e o que parecia desastre acaba sendo uma noite romântica o bastante para juntar os dois como casal. Já Joey precisa correr atrás de Audrey e sua rebeldia em relação à rehab. Aliás, vale mencionar a participação de Seth Rogen, como Bob, um cara doido e desligado com quem Audrey acaba passando a noite. Ele e Busy Philips já haviam trabalhado juntos em Freaks and Geeks, de Jud Apatow e a parceria continua em sintonia.
Mas, se Audrey está ocupada sendo rebelde e colocando mais uma vez sua vida em risco, Joey, que pediu a ajuda de Eddie para levar Audrey até Los Angeles, precisa se desligar de seus sentimentos e deixá-lo livre para viver a oportunidade de virar escritor.
É realmente impressionante. Mais um episódio sem Dawson, na série que leva o nome dele. Para variar, Joey é o centro de tudo, mais uma vez, com seus problemas relacionados a Eddie.
Ela descobre no armário dele um rascunho com contos e a negativa de uma editora. No pacote, ela recebe de brinde o endereço e o telefone dos pais de Eddie, mas decide se manter afastada. Quem pressiona por uma atitude é Harley, a filha de Hetson, que acaba matando aula mais uma vez e indo bater à porta de Eddie, inventando uma história de que Joey está grávida. No reencontro, os dois brigam e fica claro que não há mais espaço para romance. Joey, porém, decide ajudar Eddie e consegue que Hetson o recomende a um workshop famoso, para futuros escritores. A tarefa mais difícil é convencer o próprio Eddie a ir e correr atrás de seu sonho.
Pacey, diferentemente, parece que não precisa de mais ajuda. O sucesso no trabalho é tanto que ele recebe uma promoção e deve trabalhar exclusivamente com as ações de uma indústria farmacêutica. Durante uma festa, no entanto, ele recebe um aviso de uma linda e misteriosa mulher, que o manda ter atenção e duvidar de conquistas que vem tão cedo e tão fácil.
E Audrey, que voltou jurando se emendar, conseguiu ficar sóbria por 24 horas, apenas. Pediu perdão, voltou para a banda e, durante uma apresentação importante, dá vexame atrás de vexame e acaba expulsa. Para piorar, a mistura de bebidas e drogas a deixa completamente apagada, para desespero de Joey, que corre contra o tempo para salvar a vida da amiga.
Estou praticamente da metade final de Dawson’s Creek e já estou sentindo saudade. Ainda não acabou, é claro, mas agora será muito rápido chegar até a Series Finale.
Enquanto o momento se aproxima, algumas mudanças acontecem na vida dos personagens, a começar por Dawson que, após apoiar Todd nas filmagens e vê-lo desistir de tudo quando os produtores e investidores pediram uma refilmagem do final, assume a direção do filme. Não que ele tenha passado a perna em Todd ou coisa assim. Dawson é certinho demais para aprontar uma dessas, mas Todd ainda lhe dá seu apoio e o manda aproveitar a grande chance de sua vida e realizar o sonho de ser um diretor de cinema, numa grande produção.
Audrey continua entregue às bebidas e à depressão e bem que poderia ligar na Help-Line e falar com Jen, que resolveu suas pendengas com CJ e começou trabalhar aconselhando jovens.
O clima entre Pacey e Emma se intensifica, mas um probleminha no trabalho e uma crise de responsabilidade o afastam da ideia de provar que, um dia, já foi inconsequente e idiota.
Joey, por sua vez, encara o abandono de Eddie, além de dar uma de babá com a filha adolescente de Hetson. É ao lado da garota, obcecada por Eddie, que Joey descobre que ele foi embora da cidade e limpou o apartamento, sem deixar nenhuma pista de seu paradeiro.
Natal em família sempre tem barraco. Experimente, então, juntar várias, mais os agregados para ver no que dá. Sou obrigada a dizer que esse é um episódio épico de Dawson’s Creek, com barracos para todos os gostos e a retomada de velhos assuntos.
A reunião na casa de Gail começa pequena, com Natasha e Todd provando que o mundo de Hollywood é mesmo uma bagunça. Depois o cenário constrangedor se completa com a prece bêbada de Todd, que aliás, foi hilária. Mas, ninguém contava com a astúcia de Audrey, bêbada e drogada, jogando toda a merda no ventilador. O pai de Joey, que pressionava e humilhava Eddie por estar sem emprego, leva uma resposta pronta de Audrey, que questiona seu período na prisão. Depois, tem mágoas contra Joey, Pacey, Dawson e Jen jogadas à mesa, ajudando a rechear p peru escandaloso.
Para terminar, ela pega o carro de Pacey e destrói a sala de Gail, completamente, criando mais conflitos entre Pacey e Doug, que não compreende a nova vida do irmão e não quer deixar essa história , que pode acabar em cadeia, passar em branco.
E não para por aí. Depois de tudo, Eddie sente que a relação com Joey está indo rápido demais e decide puxar o freio. Natasha é outra que conta a verdade sobre seus sentimentos para Dawson, diz que não o ama e vai embora. A única coisa que realmente funciona é a reconciliação de Joey e Dawson, que não se falavam desde que dormiram juntos e agora voltaram a ser bons amigos.
Quando tudo pode dar errado, dará. É isso o que prova esse episódio que mostra Joey, mais uma vez, sofrendo um trauma pós-coito. Parece que basta essa garota dormir com cara para, logo em seguida, os problemas comecem a surgir.
Dessa vez, ela perde a prova final do professor Hetson, após passar a noite com Eddie. Não tem humilhação que baste para ele e até mesmo no bar ele aparece para provocar Joey. Eddie acaba irritado e Hetson leva um soco na cara, que acaba na demissão de Eddie e num D para a média de Joey.
Dawson precisa lidar com o ciúme. Natasha fica toda assanhada quando contracena com um ator conhecido e até mesmo mente para ele, dizendo que Dawson não é seu namorado. Apesar da mágoa e da vontade de fazer um discurso sobre o assunto, ele segue os conselhos de Todd e permanece calado.
E Pacey, de vez em quando, dá mostras daquele moleque inconsequente que já foi. Ele convida Emma para uma festa de seu escritório, sem dizer para ela que havia entre os caras, um concurso para ver quem levaria a acompanhante mais gostosa. Francamente.
Dawson voltou a dar as caras em sua própria série, mas nem de longe ele é o assunto principal. Tem um encontro estranho com Joey, entrega convites para um show do No Doubt e começa uma verdadeira epopéia para ver a banda ao vivo.
Numa mesma noite, muitos problemas acontecem. Joey esquece os convites em casa e são as habilidades de Eddie que a colocam para dentro do show, já que o pai dele trabalha no local. Dawson e Natasha não têm a mesma sorte já que os ingressos deles são para o dia seguinte e, durante um amasso em público, acabam na cadeia, sendo salvos por Todd.
Jack e David ficam tão amigos que o ponto de serem namorados passou. Jen precisa encarar a difícil realidade de que CJ não está nada interessado nela, mas desenvolveu uma estranha obsessão por Audrey, desde que dormiram juntos, numa noite que deveria ser sem conseqüências. Quem não curte muito a história é Pacey, que fica magoado ao saber dos rumos que Audrey está tomando e entra numa briga com CJ.
Quando digo que Dawson’s Creek deveria ter outro nome, episódios como esse confirmam a teoria. Dawson sequer aparece e todo o resto do elenco toma conta das cenas. Dessa vez, um turbilhão de problemas acontece com a depressão pós-termino de Audrey, que bebe, fica louca, quebra o bar onde Joey trabalha, ofende Eddie e ainda briga com a amiga no banheiro.
O único a realmente compreender o problema é CJ, que desvia das atenções de Jen mais uma vez , após revelar seus problemas com alcoolismo na adolescência e parte para uma conversa franca, na intenção de ajudar Audrey.
Joey e Eddie também se abalam, tudo porque ele tem certeza de que está lidando com uma menina rica e mimada. Jack se vê às voltas com o professor Freeman, mas ele decide não levar nada adiante, já que tem outro pretendente.
E Pacey, que conseguiu passar no teste de corretor da bolsa, sai para comemorar com os colegas de trabalho e acaba com uma prostituta. ‘Presente’ de Rich Rinaldi,o chefe canastrão, que quase apanha depois dessa. Verdade seja dita, Pacey ainda está lidando com o final de relacionamento e não está pronto para cair na farra com a primeira mulher que aparecer na sua frente, especialmente, uma que receba pelos serviços.
A tradição continua em Dawson’s Creek e a sexta temporada também traz seu episódio em homenagem ao Dia das Bruxas. Dessa vez, porém, quem acaba levando um susto é Dawson, que cai na brincadeira de Todd e Natasha, onde uma atriz de filmes de terror da década de 50, estrangulada pelo marido, volta para assombrar o set. Toda essa brincadeira acaba juntando Dawson e Natasha novamente, numa noite que rende alguns casais e separa outros.
Joey e Eddie também acabam ficando juntos após uma noite como babás da filha adolescente de Hetson, que tem muitos problemas com o pai. Até mesmo Jack se dá bem na festa e conhece um amigo de CJ com quem se identifica. Jen, por sua vez, sai dessa sem levar nada, já que o interesse de CJ é apenas em levá-la para ser atendente numa espécie de CVV teen.
Mas, o que acaba de vez é o relacionamento de Pacey e Audrey. A coisa já não andava bem, especialmente porque ela continua achando que a vida é uma festa, enquanto Pacey começou a encarar de frente as responsabilidades e o crescimento profissional. Tudo piora após ela ouvi-lo desabafar com Emma e aí, o namoro termina de vez, com muito drama, choro e tapas na cara.
Se você vir Joey brigando com um cara, pode apostar: ela está afim. Foi assim com Pacey e com Eddie, a história é a mesma. Os dois estão sempre discutindo e se provocando, mas na hora em que Joey é humilhada, mais uma vez, pelo professor de literatura, Eddie mostra a que veio, mas acaba se dando mal.
O problema é ele não é bem um estudante de Worthington. Eddie assiste às aulas de Hetson, que faz vista grossa para esse fato. Mas, depois de defender Joey, a mamata acabou de vez. Joey tenta ajudar, conversar, mas recebe pedradas em troca. O mau humor de Eddie porém, não deve durar muito tempo e logo os dois estarão atracados pelos cantos do Hell’s Kitchen.
È por lá também que Emma coloca Audrey para ser vocalista de sua banda punk. O visual carregado e cheio de piercings completa o pacote da artista rebelde e o que fica cada vez mais claro é que Audrey está perdendo o rumo. Pacey também está perdendo algumas coisas. Noites de sono e a namorada, por exemplo. Consequências da vida de trabalhador.
Jack enfrenta o professor depois de ter uma nota baixa e a conversa acaba virando uma mostra clara de como ele evoluiu e como sabe lidar melhor com a homossexualidade.
Dawson e Todd enfrentam problemas no set e Natasha está na corda bamba. Graças a Dawson e seu incrível feeling para cinema a situação se acalma com a produtora e o filme continua a ser rodado.