The Strain 2x11: Dead End

26.9.15


Nos minutos que abrem Dead End surge a má impressão de que este seria um episódio dedicado a gastar tempo para que os heróis conseguissem resgatar Dutch. Fosse outro personagem preso naquele quarto, Eicchorst talvez o matasse imediatamente, mas o mesmo não pode ser verdade para uma protagonista. Quando fica claro que o episódio planeja explorar o passado de Eicchorst a situação parecia piorar, pois é tarefa ingrata tentar imaginar que tipo de trama pode ser criada para humanizar um vampiro nazista numa série como The Strain.

Todas essas más impressões são desfeitas a medida que a trama avança, e aos poucos Dead End vai se revelando o melhor episódio da série. Mesmo que avance da forma esperada e lide com clichês óbvios – a donzela em perigo transformada numa bomba-relógio -, o episódio consegue ser claustrofóbico, ganhando contornos surreais nas cenas onde Dutch tenta sem sucesso escapara de seu captor, passando por corredores idênticos que levam a portas que se mostram paredes.

Muito da tensão criada pelas sequencias com Dutch e Eicchorst se devem a vilania do vampiro. Ao invés de usarem os flashbacks apenas como um recurso para preencher tempo ou para lhe dar uma profundidade que dificilmente seria alcançada, os roteiristas optam por torná-lo uma figura repugnante. Se não fosse o suficiente vê-lo perto de estuprar Dutch usando seu stinger e todas as cenas que antecedem esse momento, ainda fica claro que ele era um homem patético, que se voltou contra aquela que parece ter sido a única pessoa que olhou para ele sem ver um fracassado apenas pelo respeito que ganhou ao ser um membro do governo nazista.

A mistura desses elementos e a busca frenética de Fet e companhia elevam as cenas desse episódio a um tipo de terror incomum na série. Ver incontáveis vampiros sendo dilacerados jamais provoca o mesmo efeito de ver uma personagem fugindo desesperada de alguém que pretende matá-la enquanto seus amigos tentam resgatá-la. Em outros episódios as ameaças pareciam genéricas, aqui ela é simples e ressoa com medos básicos de uma pessoa. A abrupta mudança de tom, deixando de lado a estrutura de filmes de zumbi por algo mais próximo de um Sexta-Feira 13 – um assassino implacável perseguindo suas vitimas indefesas - , ajuda a tornar o impacto ainda maior.


Comparadas com essa trama, as outras vistas nesse episódio parecem um detalhe. Gus e o restaurante indiano surgem apenas para lembrarmos que aqueles personagens ainda existem. A busca de Setrakian pelo Occido Lumen se mostra uma enorme enrolação. Seriam tramas que não fariam falta caso tivessem sido abandonadas completamente em favor da história de Dutch e sua luta para sobreviver a um vampiro nazista estuprador.

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