The Strain 2x07/08: The Born/Intruders
9.9.15
Apesar de começar
seu sétimo episódio com uma das piores cenas de CGI que já vi numa
série e da trama aparentemente largada envolvendo Gus, The Strain
vem conseguindo manter o ritmo
que levou bastante tempo para reencontrar, se concentrando em contar
histórias que tenham começo, meio e fim dentro de um episódio.
Eph,
por exemplo, passa The Born lidando
com a sua falha em implementar
o
plano para livrar New York dos vampiros. O tempo ganho deixando o
médico em segundo plano da
espaço para descobrirmos sobre Quinlan, o vampiro caçador e imune a
luz do sol, o Blade de The Strain.
Ele é um clichê – como todo o resto da série, o que não é
necessariamente um defeito -, um personagem que não fala além do
necessário e se mostra eficiente em combate, uma
característica que pode tornar as cenas de luta da série ainda
melhores, como já fica claro na primeira vez em que ele enfrenta as
crianças vampiro.
As
tramas românticas vistas nesses episódios são os pontos fracos da
série nesse momento. O relacionamento de Gus não tem propósito
senão lhe dar algo perder, alguém com quem ele se importe. Aanya
existe apenas como algo para motivar Gus, uma decisão preguiçosa
dos roteiristas. Quase tão
desinteressante é o triangulo que se forma entre Fet, Dutch e Nikki,
que provavelmente se resolverá com a morte de um deles – Nikki
possivelmente – e, com sorte, em breve, uma vez que essa trama
estraga a relação do exterminador com a hacker. Ambos parecem bem
adaptados a um mundo a beira do caos, trazer um terceiro elemento a
essa mistura adiciona apenas um drama raso e desnecessário.
O
único personagem que parece se beneficiar de um relacionamento é
Palmer. Dar a ele uma
namorada não só eventualmente servirá como uma motivação –
assim como Aanya para
Gus – mas também, talvez, como a consciência dele em algum
momento. Essa relação
também mostra um lado menos autoritário de Eldritch, sendo ele
quase infantil quando se vê tendo que lidar com um relacionamento
pessoal sem qualquer segunda intenção, expondo como ele nunca teve
alguma ligação desse tipo
com outra pessoa de uma forma sutil.
Mantendo
a concentração em tramas especificas, Intruders tem
uma narrativa muito clara. Eph tem de conseguir uma arma para matar
Palmer, Kelly deve reconquistar o filho e Setrakian tenta impedir que
o Lumen seja comprado
por seus inimigos. Dessas tramas, a menos interessante é a de Eph,
que é afetada pela conveniência dele surgir naquele lugar no exato
momento em que a pessoa que lhe venderia a arma mais precisava de um
médico. É um truque obvio dos
roteiristas para atrasar os
planos dele.
A
busca de Setrakian pelo livro que pode ter o segredo para dar fim ao
Mestre se torna cada vez
melhor a medida que ficam claras as intenções de cada um dos grupos
que o procura. Setrakian quer apenas destruir seu velho inimigo, que
por sua vez deseja o Lumen para
se proteger daquela que talvez seja sua única fraqueza, e Eldritch
busca uma vantagem que melhore a sua frágil posição na sua
parceria com o Mestre. De todos os muitos caminhos abertos pela
série, esse é o que tem o futuro mais imprevisível.
Os
melhores momentos de Intruders ficam
reservados a Kelly, que já abre um episódio numa cena que explica
um pouco sobre o funcionamento da hierarquia dos servos do Mestre
enquanto dois monstros discutem maquiagens e perucas, se tornando
funcional e ao mesmo tempo, esquisita, e esquisitice é sempre um bom
território para uma série como The Strain.
A cena que encerra o episódio, quando Kelly finalmente consegue
chegar ao filho, cria um clima de tensão quando ela tenta convencer
Zach a deixá-la entrar e o mantém quando Eph e Nora tem de se
defender dela e de seus “filhos”, numa cena que utiliza bem um
ambiente cheio de possíveis esconderijos para ocultar as ameaças,
criando a sensação de que qualquer um pode ser atacado
a qualquer momento.
Esse
tipo de tensão é o que The Strain deveria
sempre mostrar.
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