The Strain 2x06: Identity

23.8.15


Durante todo o mais recente episódio de The Strain, sempre que Eph aparece, tudo parece acontecer da melhor forma possível para ele. Apesar do recente homicídio e do comportamento errático, ele consegue em pouco tempo um laboratório para produzir a doença que matará os vampiros e um meio de dispersá-la. Tudo estava fácil demais no exato momento em que se esperaria o oposto, mas rápido o suficiente para que os roteiristas conseguissem acabar com as esperanças de Eph antes que a viagem dele a Washington se tornasse algo longo o bastante para parecer uma trama inchada colocada ali apenas para gastar tempo.

Essa longa trama, quebrada em múltiplas partes ao longo de vários episódios, que levou Eph a esse ponto, se analisada como um todo, é competente, exceto pela sua conclusão. Se a busca de Eph por uma solução até esse ponto parecia ter sido pensada com algum cuidado, a simples resposta dada para seu aparente fim – “Palmer sempre sabe de tudo” - soa como os roteiristas jogando a toalha, assumindo que nunca souberam desenvolver uma história que dedique igual atenção para todos os caminhos abertos que podem levar ao fim da epidemia.

Por outro lado, o fim abrupto dado aos planos de Eph permite que a série se concentre no seu melhor: sangue e ação. Mesmo que a mudança de cenário tenha sido bem-vinda, ela só é em pequenas doses, uma vez que sempre que The Strain desvia do gore ela se mostra uma série pedestre.

Identity é mais um claro exemplo dessa disparidade. Enquanto as partes que mostram Eph entediam por ficar claro onde aquela história terminará, as ações do grupo que ficou em New York são interessantes. Mesmo que ainda pareça sem muito propósito, a história de Gus e o Angel de la Plata serve para complementar a cota de vampiros que devem ser mortos a cada episódio.

Nora, na sua função de babá de Zach, consegue humanizar um pouco o garoto. Ele chegou a tal ponto na sua falta de carisma que, quando ele pergunta para Nora como ela está, tudo que é possível imaginar é que se trata de um fingimento do garoto, ou uma enganação que antecede algum comentário horrível. Não seria surpresa se ele emendasse a pergunta com um “estou feliz que sua morreu” ou um “tomara que minha mãe te mate por que você quer roubar o lugar dela”.

A luta na igreja é uma sequencia tensa e bem executada, e ainda trás o bônus de aparentemente acabar com a rebeldia de Zach na base do susto experimentado por ele ao ver o que a mãe virou. No fim daquela cena, a morte de Fitzwilliam parece uma tentativa de criar a impressão de que qualquer um pode morrer, quando na verdade tudo que a série fez foi se livrar de um personagem descartável.

Agora livre do plano de Eph para acabar com a praga em New York, a série possa fazer esse tipo de cena, que mostra o que ela tem melhor.

 PS: A cena da mudança de corpo do Mestre a interessante por ser mais um daqueles pequenos exemplos da crueldade dele. Essa é uma característica que os livros fazem questão de mencionar sempre que possível, mas que as vezes fica perdida na série, sem nenhuma demonstração evidente. Ele poderia ter contado para Eicchorst que ele não era o escolhido, mas ele não se importa, brincando com as expectativas do vampiro nazista da mesma forma que ele mais cedo fazia com Palmer.

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