Person Of Interest 4x11: If-Then-Else
13.1.15
If-Then-Else
é praticamente um filler na sua estrutura, e isso deveria
me causar aversão imediata a ele. Perceber que grande desse episódio
se dedica apenas criar expectativa para um final impactante quando a
temporada está no seu ápice até aqui deveria me motivar a maldizer
esses quarenta minutos mais recentes de Person, e o que em impede é
o fato de, mesmo sendo uma divagação, seu conteúdo jamais deixa de
ser interessante para o tema da série.
As
realidades simuladas que compõem If-Then-Else mostram
novamente como os roteiristas da série sabem representar o
pensamento e as ações da Máquina sem recorrer a diálogos
explicativos, usando as opções analisadas por ela ao mesmo tempo
como uma forma de construir antecipação para o que esta por vir,
sempre aludindo a ideia de que alguém morrerá naquela missão, e
também como um meio para ilustrar como ela não se afastou daquilo
que Finch a ensinou durante a partida de xadrez.
De
forma inesperada, as simulações também se mostram bem-humoradas.
Os caminhos possíveis observados pela Máquina são
metalinguísticos, usando aqueles personagens para comentar suas
próprias características marcantes ou até eventos improváveis,
como um beijo entre Fusco e Root. Quando finalmente vemos os eventos
realmente ocorrendo, fica claro como o Team Machine
funciona bem como uma equipe, com todos trabalhando juntos,
apenas para minutos depois um membro do time ser sacrificado.
Aqueles
poucos momentos do passado mostrados em If-Then-Else
são os que conseguiram melhor humanizar a Máquina sem precisar de
Root para lhe dar vida até hoje.
Por todas as vezes que tentaram, através de incontáveis iterações
da mesma conversa, reforçar a
imagem de uma relação de pai e filha entre Finch e sua criação,
nenhuma chegou perto de ser tão eficiente quanto as cenas desses
flashbacks. A menção dela ter pedido a ele para ensiná-la a jogar
xadrez – algo que ela jamais precisaria fazer, sendo ela capaz de
aprender sozinha, mas que funciona como um recurso para aproximar os
dois –, ela mandando uma mensagem dizendo '‘checkmate’' ou
pedindo para continuar a jogar, a forma como ele ensina a
impossibilidade de se calcular todas as variações possíveis em uma
partida, todos são detalhes que demonstram uma interação mais
complexa do que a de um programador definindo
os parâmetros que limitam o funcionamento do seu programa.
Após
algumas mortes imaginárias,
a mais improvável se tornou verdade. Se algum personagem não
morresse ao fim de If-Then-Else,
tudo
que veio antes não teria o mesmo peso, e a personagem escolhida para
dar a conclusão apropriada foi Shaw. Com essa morte*, fica claro que
os roteiristas não são muito favoráveis a ideia ter um romance
entre seus personagens principais. Depois de Reese e Carter na
temporada passada, a história volta a se repetir com Shaw e Root.
Na
terceira temporada os comentários de Root tinham muito de uma
vontade de irritar Shaw e talvez um pouco de atração genuína.
Nesse ano os roteiristas não fizeram segredo, deixando claro que as
constantes investidas da hacker tinham origem em sentimentos
verdadeiros. O momento da despedida das duas foi fiel a personalidade
delas, com Root exibindo um desespero incomum e Shaw lhe beijando de
uma forma agressiva, meio que resistindo ao ato enquanto o realiza.
Um momento romântico, com música lenta e um beijo apaixonado
dificilmente pareceria adequado para aquelas personagens. Talvez
por isso a ideia um romance para aqueles personagens seja estranha,
já que eles sempre parecem dispostos a se isolar do resto do mundo.
Person
só
tem a ganhar ao fazer episódios assim, que, ao escapar de um roteiro
engessado, que várias vezes se limita ao básico apenas empurrando a
trama para frente, consegue contar uma boa história dentro de uma
premissa que tinha tudo para ser repetitiva.
*
A cena que encerra o episódio deixa o destino de Shaw em dúvida. A
imagem desaparece sem vermos o tiro final, e o barulho ouvido depois
pode tanto ser da porta do elevador que se fecha ou um tiro. Essa
incerteza é proposital já que Shaw só foi morta – ou não –
por que a sua intérprete, Sarah Shahi, está grávida e não poderia
continuar filmando. Por isso, os showrunners
decidiram
deixar uma chance para que ela possa voltar no futuro.
3 comentários
Foi tanta discussão e teorias para entender esse filme, que no meio do podcast estava acreditando que seus participantes tinham cheirado pó demais. Ao chegar no final eu mesmo parecia ter cheirado demais! Será que vou virar pendrive?
ResponderExcluirO mais legal do episódio foi que as simulações que a Machine fazia eram baseadas no jogo de xadrez. Na primeira delas ela perde o jogo e o Finch morre. Na segunda, a Root morre e no jogo ela perde a Rainha. Na terceira ela sacrifica um cavalo para comer o rei do Finch. Talvez eu esteja viajando muito, mas eu acredito que a Shaw morreu mesmo
ResponderExcluirHome foi uma das melhores apresentações de Glee, obra-prima foi essa apresentação. E Mason e Madison foram surpreendentes cantando. Não do somente palmas do o Tocantins inteiro!
ResponderExcluirComenta, gente, é nosso sarálio!