American Horror Story: Freak Show 4x05: Pink Cupcakes
11.11.14
American Horror Reviravoltas.
Antes de começar a enxugar toda aquela pegada social que
American Horror Story vem trazendo mais fortemente como nunca nessa temporada,
gostaria de salientar que tivemos aqui o melhor episódio de Freak Show até
agora, de longe e sem sombra de dúvidas. Eu já estava bastante satisfeito com o
da semana passada, mas Pink Cupcakes acabou
se tornando um evento e nunca me arrependi tanto por demorar a assistir um
episódio pela falta de tempo. Digo que foi um evento porque trouxe de volta a
essência que eu só tinha visto em Asylum. Sempre deixo bem claro meu amor por
essa temporada e ver que Titia Ryan Murphy conseguiu me deliciar mais uma vez
com esse espírito me deixa muito orgulhoso.
Assim como os episódios de Asylum, Pink Cupcakes trouxe bilhões de informações, fazendo nosso foco se
desviar várias vezes e que demoremos certo tempo para processar tudo, mas ainda
assim, não deixamos passar nada batido. Como se não bastasse, foi retomado todo
o horror que a segunda temporada costumava proporcionar e nem foi preciso mais
que umas poucas cenas. Coven pecou ao apelar mais para o humor, deixando o
horror de lado. Não é o que vemos aqui. Ryan Murphy mostra que dessa vez não
está para brincadeira e a cena de Dandy matando brutalmente Matt Bomer por nada
além de puro prazer é prova disso. Foi horrível de se ver, é exatamente isso
que AHS sabe fazer de melhor e isso que torna a série tão fantástica de se
assistir. Elementos como a não linearidade incrementaram ainda mais essa nova
vibe da temporada e tornaram a experiência ainda mais prazerosa.
A narrativa vinha tomando um novo rumo e aqui ela dispara
nesse caminho e retorce tudo o que vinha acontecendo até então. Posso até estar
enganado e nada disso se concretizar com as explicações nos próximos episódios,
mas não é exagero meu e espero que siga assim. Como eu havia dito semana
passada, a intenção está sendo levar o foco para as anomalias psicológicas e tirá-lo
um pouco das anomalias físicas, mostrando que não é nosso corpo que nos define.
Uma deformidade física não é necessariamente perigosa e socialmente impactante,
certamente não mais que um interior corrompido, mas este sim pode ser
desastroso, e isso vale para ambos os lados. Freak Show quer tirar a
monstruosidade exclusiva dos freaks daquela época e coloca-la num ponto que nos
permite questionar os limites da humanidade, nos fazendo procurar a linha tênue
que separa a humanidade da monstruosidade. Essa não é uma simples história
sobre aberrações circenses. Vai mais além. Até que ponto somos, de fato,
humanos? O que define a humanidade? Seria o exterior o determinante? São
perguntas como essas que Freak Show vem trazer, perguntas que todo mundo
deveria se preocupar em responder.
Provas disso são humanização dos freaks (como a culpa sentida
por Jimmy pela morte de Meep), a nova visão mais a fundo do que se considera
uma anomalia (Desiree acabou não tendo um pênis coisa nenhuma, apenas um
excesso de estrogênio para compensar a testosterona, que acabou por produzir um
terceiro seio e um clitóris proeminente), o desenvolvimento da psicopatia de
Dandy a um nível horrendo, uma compreensão maior sobre Dell, que outro dia
mesmo eu julgava como detestável e agora sinto certa empatia e já não o odeio
tanto.
Foram muitos twists que botaram em dúvida nossa visão sobre
diversos personagens e permitirem encaixar vários deles na história,
finalmente. Por exemplo, Gloria começa a enxergar o perigo que seu filho
representa, mesmo que sua negação fale alto e ela tente esconder seus atos, coisa
que não deve se prolongar; Dell, somente mais um enrustido apaixonado com todas
as suas dúvidas acerca da sexualidade, o que torna compreensível a incerteza
sobre a mulher agora que ela não tem a única coisa que o prendia a ela; a
desconstrução da humanidade de Elsa, que já não era muito clara, pintando-a
como uma mulher capaz de tudo para conseguir a fama que tanto almeja, por isso
ela entrega Bette e Dot tão facilmente à Gloria.
Muitos ficaram confusos com o plot de Bette e Dot. Elas não
morreram. Tudo não passou da imaginação de Stanley, que planeja matar os freaks
para entrega-los ao museu de aberrações. Essa imaginação não veio a troco de
nada, ao contrário do que se pode pensar. Uma cabeça morta não teria propósito
algum, pelo menos por enquanto, e matar as duas agora seria um desperdício de
personagens tão complexos e importantes. Apesar disso, a ideia é tentadora e
foi lindo imaginar e pensar “E se…?”. O destino de Bette e Dot, no entanto, não
vai ser nada agradável agora nas mãos de Dandy e Sarinha Paulson deve estar
muito contente por poder vestir novamente a Lana Banana sofredora que tanto
amamos. Dandy vai fazer com que as ideias de Stanley para as irmãs siamesas
soem como brincadeira de criança.
P.S.: #MattEmMim – me desculpem, mas esse homem traz a tona
o meu lado mais devasso, não consigo resistir. Ainda mais quando o preço desse
prostituto maravilhoso é inacreditavelmente baixo (já quero contratar!). Nós às
vezes esperamos mais do que o termo “participação especial” realmente
representa, mas não é nossa culpa desejar por mais dessa delícia, assim como
Adam Levine em Asylum.
P.S.: Quem não tem Matt, caça com Dandy, que deixo de chamar
de Blaine para chamar de DANDYLICIOUS. Sério, o cara passou de um tremendo
chato para um PUTA gostoso psicopata e agora é um dos melhores personagens da
série. Parabéns para o menino Finn Wittrock. E sei que muita gente teve seus ovários explodindo com a alusão a American Psycho.
P.S.: Deixando a afliceta de lado, Preciosa is back e parece
que vai se tornar um papel importante na vida de Gloria, abrindo de vez os
olhos da aristocrata cega para o filho.
P.S.: Não deve ser novidade para ninguém, mas vou lembrar: Lily Rabe estará de volta como a freira mais amada, Mary Capeta, infelizmente na sua fase pré-capeta, mas continuo amando <3
3 comentários
Como não amar suas resenhas? Você me fez ver um outro lado de AHS. Não havia parado para pensar nisso de levar o foco para as anomalias psicológicas e anomalias físicas, mostrando que não é nosso corpo que nos define. Genial!
ResponderExcluirMesmo assim, eu ainda acho essa temporada cheia de histórias desconexas e com uma linearidade totalmente diferente das temporadas anteriores. Espero que os escritores não se percam, pois assim teremos mais episódios impactantes.
Finn Wittrock é realmente muito gostoso. Quer dizer, ele é tão talentoso, ele me faz odiar o personagem e ao mesmo tempo bater palmas por me convencer com sua atuação de um psicopata.
Lily Rabe,na sua fase pré-capeta, vai estar no próximo episódio?
Obrigado, Anônimo. Não sei em que episódio ela vai voltar.
ResponderExcluirMe tira uma dúvida. O Stanley tem alguma anomalia? Qual? Pelo o que vi nos episódios ele tem ;-;
ResponderExcluirComenta, gente, é nosso sarálio!