Person Of Interest 4x02: Nautilus

7.10.14


Assistir a esse segundo episódio da nova temporada de Person Of Interest é uma experiência frustrante. Se por um lado ele apresenta uma história que cria um enigma a ser resolvido no futuro, por outro ele é repetitivo a tal ponto que seria possível reaproveitar boa parte da minha crítica passada na avaliação de Nautilus.

A ideia de que o Samaritano tenha concebido aquele jogo como um forma de recrutamento é interessante, criando questionamentos intrigantes a serem solucionados. Por que o Samaritano faz isso? Qual a utilidade daquele processo de seleção? Como os candidatos são escolhidos? A série sempre construiu boas tramas através da entrega de migalhas de informação que no futuro se revelariam importante. Greer, que se mostrou o grande vilão da série até aqui, no começo parecia apenas um inimigo recorrente e sem um objetivo muito claro, assim, acredito que muito do que é visto aqui só fara qualquer sentido num futuro próximo.

Infelizmente a curiosidade sobre as respostas para essas perguntas não basta para sustentar Nautilus. Seu maior pecado é o desenvolvimento preguiçoso, que usa a estrutura da série sem qualquer criatividade. Se muitas vezes em casos da semana de temporadas passadas havia um esforço em dar vida e identidade a uma trama de quarenta minutos, seja através de personagens moralmente ambíguos ou ao tornar as situações mais complexas do que o banal “o número é de uma vítima ou criminoso” - apenas para citar dois recursos usados várias vezes na série para fugir do lugar-comum –, aqui temos o completo oposto: tudo parece genérico.

Um caso como esse poderia estar perdido entre momentos esquecíveis da primeira ou segunda temporada, uma época onde episódios que davam continuidade a eventos passados eram esparsos e o que vinha entre eles nem sempre era memorável. Nem mesmo a preocupação de Finch com Claire, a vítima da semana, traz algo de novo ou é feito de maneira além do mero “funcional”. Não é mal escrito, mas tampouco merece elogios, apenas serve ao propósito de fazê-lo aceitar que ele deve continuar seu trabalho mesmo depois de todos os problemas.

Há várias séries que sobrevivem da repetição exaustiva, mas é terrível ver uma série como Person Of Interest que, apesar de se entregar a mesmice estrutural por se um procedural, tem tanto potencial a ser explorado se repetir no momento em que mais poderia ser mais diferente de tudo que já fez no passado. Se a mediocridade fosse um crime, a Máquina identificaria Nautilus como um criminoso

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