True Blood 7x08/09: Almost Home/Love Is to Die
23.8.14
A medida que a derradeira temporada de True Blood se aproxima de sua conclusão, suas tramas vão ganhando contornos cada vez mais nostálgicos. Por vezes essas referências ao passado funcionam, em outras as tramas surgem esquemáticas e mal concebidas, mas a seu favor há sempre a lembrança dos pontos altos da série: as duas primeiras temporadas.
A ameaça criada por Violet a princípio parece apenas um recurso para criar algum suspense para os episódios finais, mas esse problema é resolvido tão rápido quanto surgiu. As ações da ex-namorada possessiva de Jason servem apenas como um motivo para reunir novamente Jessica e Hoyt. Longe daquele relacionamento inocente e idealizado que nunca se cumpriu, eles agora finalmente parecem capazes de permanecerem juntos.
Ao resolver o triangulo amoroso entre Jessica, Hoyt e Jason unindo os dois primeiros apesar de tudo o que aconteceu entre eles, é possível perceber um romantismo equivalente ao começo da relação entre eles, mas agora mais maduro graças aos detalhes trágicos da história do trio. Se há um elemento falho, é a necessidade de haver uma namorada para Jason. Brigette surge como um final feliz mal explicado para ele, e, ainda pior, desnecessário. Após tantos romances complicados ao longo de sete temporadas, não seria impensável se ele desejasse ficar algum tempo sozinho. Se Jason fosse mostrado apenas se tornando um policial responsável, já existiria ai um fim satisfatório.
Outra resolução apresentada nessa reta final da série é a do relacionamento entre Tara e sua mãe. Esse sem dúvida se revela o ponto fraco dessa temporada. Tara foi morta da forma mais displicente possível, eliminada como um figurante, apenas para retornar como um fantasma. Se os roteiristas julgavam importante resolver os problemas entre mãe e filha, por que não fazê-lo enquanto a última ainda estava viva? Estivesse ainda viva para perdoar Lettie Mae ou a absolvendo do Além como o fez, o perdão de Tara é descabido já que ao concedê-lo, ela assume parte da culpa pela sua infância conturbada, e tudo por que não teve a coragem de matar o próprio pai quando ainda era apenas uma criança. A pequena viagem ao passado dela é uma curiosidade interessante, mas é absurdo que ela assuma qualquer culpa pela negligência da mãe.
O adeus de Sam a trama é um fim melancólico para um personagem que há muito perdeu sua importância para a série. O dilema enfrentado por ele depois do ultimato de Nicole está ali apenas para constar, um item a ser marcado no checklist de assuntos inacabados da série. O status de um coadjuvante de luxo no qual Sam foi colocado há tempos, longe do protagonismo do passado, provavelmente tornaria qualquer encerramento dado ao personagem desinteressante. Se ele fosse esquecido, seria um erro, mas se é lembrado, é de uma forma pouco criativa.
Diferente dessas outras relações, as histórias de Bill, Eric e Sookie ainda parecem indefinidas. Os pensamentos suicidas de Bill são compreensíveis já que ele sempre pareceu viver em uma autocomiseração infindável. A reação de Sookie é a mais normal possível ao tomar conhecimento do desejo suicida do amado. Tudo que se passa entre eles serve para construir a incerteza quanto ao futuro do casal, onde Almost Home é a despedida deles enquanto Love Is to Die prepara o terreno para o fim dessa história.
O papel de Eric nessas idas e vindas é o mais surpreendente. A animosidade entre ele e Bill já havia desaparecido há algum tempo, mas vê-lo genuinamente preocupado com o outro e tentando aconselhar tanto ele quanto Sookie é inesperado. A posição inusitada na qual o vampiro nódico se encontra cria alguns momentos engraçados, sendo o melhor deles também o menos esperado: a cena de sexo entre ele e Ginger.
Após um começo lento, um pouco sem foco e com algumas derrapadas, a última temporada encontrou seu caminho e o último episódio tem tudo para encerrar bem a série, deixando para resolver no último momento o futuro do seu casal primordial depois de tantas idas e vindas.
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