The Strain 1x01: Night Zero
16.7.14
As primeiras cenas da estreia de The Strain, no confinamento de um avião, apresentam sem perder muito tempo os personagens mais importantes dentro da aeronave. Esse desvio que foge do começo do livro – que tem início com uma história sobre o passado de um dos protagonistas, e não vemos o interior do avião até o momento que Eph e Nora entram lá – sugere o ritmo acelerado que viria a ser adotado durante o resto do piloto.
Primeiros episódios geralmente são assim, mas nesse caso essa correria habitual trabalha, na maioria das vezes, para ajudar o episódio, já que, diante dos acontecimentos, um clima de urgência é pertinente. Mesmo que existam pequenas falhas, como Eph ser introduzido num dialogo expositivo desnecessário onde ele narra seus defeitos, o resultado é positivo.
Em momentos mais lentos, o objetivo é criar um suspense, que as vezes se eleva a um puro terror. A cena onde assistimos a necropsia de uma das vitimas do avião é o maior exemplo disso. Tudo está tão normal quanto é possível, e então vemos um coração infestado de parasitas que parecem, naquele momento, perigosos. Quando a ameaça parece não mais existir, vemos que o real perigo eram os corpos até então mortos, que acabam devorando o legista enquanto o coração e os parasitas são mostrados caídos e tão pouco ameaçadores.
A introdução de Setrakian é outro bom exemplo dessa construção. Ele surge apenas como o velho dono de uma loja de penhores, e se revela bem mais ameaçador do que o esperado e então vemos seu porão secreto cheio de espelhos de prata, armas, velas e um coração num altar: itens que talvez fossem esperados na casa de alguém como Bolivar – o Marilyn Manson genérico do avião —, mas dificilmente sob uma loja no subúrbio.
As cenas com Eph e Nora dentro do avião subvertem as expectativas ao sugerir que algo de assustador vai acontecer ao mostrar um plano com uma mão de uma aparente cadáver se mexer. Diferente do esperado, eram apenas sobreviventes.
Sendo dirigido por Guillermo del Toro – e baseado num livro de sua coautoria ao lado de Chuck Hogan – o piloto não só possui momentos eficientes de terror, mas também gore e um design de produção rico. O monstro que ataca o controlador, o Mestre, é uma figura imponente e assustadora, o porão de Setrakian é rico em detalhes, assim como o enorme caixão encontrado no avião.
Esse primeiro episódio se mostra esquemático como o esperado em pilotos e várias vezes expositivo. Por exemplo, o roteiro sequer confia que o espectador seja capaz de entender que há algo de estranho com Eichhrost apenas por notar a falta de respiração dele ou seus modos estranhamente contidos. A narração em off para esclarecer um conceito importante para o futuro da história, mas que ainda não é relevante, também não ajuda. Esses defeitos conseguem ficar em segundo plano diante das qualidades já citadas e um bom clima conspiratório capaz de manter a curiosidade sobre aqueles eventos.
1 comentários
Sério,o velho conversando com aquele coração no pote e depois dando o próprio sangue para alimentá-lo foi muito bizarro! Sem falar na entidade ou monstro que veio no caixão e detonou o carinha do aeroporto! Freak!!!! E aqueles parasitas? Será que são alienígenas? Que medo! Ansiedade mortal até o próximo episódio!
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