True Blood 7x01: Jesus Gonna Be Here

28.6.14



Hora de deixar para trás a horrível sexta temporada e tentar aproveitar o último ano da série como se aquilo nunca tivesse acontecido. A missão é difícil quando, logo nas primeiras cenas Tara morre e isso sequer é mostrado. Parece tão descuidado que é natural se perguntar se ela realmente esta morta, já que não vimos isso acontecendo. Considerando que mesmo em suas boas temporadas há vários problemas, não seria estranho se ela de fato estiver morta e os roteiristas e o diretor do episódio decidiram fazer a morte de uma das personagens principais da série algo completamente sem importância.

Como comparação, na temporada passada há o pretensioso, mas desprovido de qualquer conteúdo, penúltimo episódio que da enorme destaque ao velório de Terry. Quando um personagem de pouca proeminência na série tem a sua morte mais valorizada que uma outra de muito mais relevância, parece que a intensidade desses momentos de luto são ditadas não pelas necessidades da trama, mas pelas do ritmo da temporada. Assim, se é necessário criar um filler antes do season finale, vemos um episódio solene sobre Terry, mas se é preciso exprimir energia e um senso de perigo, uma morte pode ser logo esquecida para que possamos voltar para o apocalipse iminente.

Após a batalha inicial, Jesus Gonna Be Here não se mostra mais do que uma introdução eficiente em certos momentos, mas por vezes bastante artificial. Colocar Sookie uma vez mais ouvindo o que  aquelas pessoas pensam sobre ela remete ao começo da série, onde eramos lembrados constantemente que ela era uma figura estranha para a maioria da população de Bon Temps. É esperado que aquele grupo de ignorantes logo procurem uma vítima fácil para ser culpada depois daqueles eventos traumáticos, mas é estranho que os personagens principais pareçam ter esquecido que a culpa pela guerra entre humanos e vampiros é de Bill.

Todas as atitudes dele desde quando se aliou a Autoridade até o período em que incorporou os poderes de Lillith parecem magicamente desaparecidos das memórias de Sookie e cia, que o tratam como se ele fosse apenas um vampiro disposto a ajudar, e não o causador daquilo tudo.

Esquecimentos à parte, os momentos entre Bill e Andy são pontos altos do episódio e a tensão entre os dois jamais é deixada de lado, ao mesmo tempo que o pragmatismo do xerife é compreensível diante da situação. Por outro lado, as interações entre Adilyn e Jessica soam sempre erradas, sendo impossível compreender por que a jovem fada confia na vampira, ou qual é exatamente o perigo representado por aquele vampiro moribundo. Por que ela deve guardar a entrada da casa dos Bellefleur quase ao custo da própria vida se o outro vampiro não poderia entrar lá sem um convite? Tudo naquelas cenas parece engenhado com o único propósito de criar uma cumplicidade entre as duas personagens, a despeito do passado comum delas.

No quesito artificialidade, nada supera as cenas de Pam. Todas as cenas dela parecem sempre estar querendo mostrar o quanto ela é fria e niilista. Dizer com inúmeras frases espertinhas o quanto o mundo a um lugar terrível e como ela pouco se importa com qualquer coisa. Toda a cena da roleta russa tem um texto vergonhoso, que parece ter sido escrito apenas para colocar frases de efeito obvias na boca de Pam.

Se o resto da temporada for como esse episódio, esse pode ser mais uma temporada difícil de suportar.

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