Game Of Thrones 4x08: The Viper And The Mountain

6.6.14




Matar os mocinhos. Isso sim é série de verdade.

Game of Thrones tem a capacidade de me trazer uma ampla gama de sentimentos enquanto assisto cada episódio. The Viper and The Mountain me trouxe, em suas cenas iniciais, raiva. A primeira cena mostrou os doces bárbaros, Ygritte e seus drugues invadindo uma vila em direção ao sul. O que tinha de non-sense? Aquela “namorada” do Sam, que ninguém se lembrava. É GoT, tinha que ter alguma cosa aleatória. A segunda cena era do Jon e seus amigos, que vivem uma eterna Oktober Fest. Cerveja o dia inteiro, todos os dias, independentemente do fato de estarem de férias ou sobre a ameaça de ataque de selvagens assassinos, estupradores, canibais e de outras virtudes igualmente nobres. Eu sabia que eram cenas soltas, que não se encaixariam com o restante do episódio.

Em seguida, o episódio começou a me trazer alívio, com os desenrolamentos das tramas de Theon e Sansa. O primeiro passou por uma crise de identidade e (finalmente) me provou que é, de fato, Fedor. Mas também me provou que possui dúvidas. Ou seja, Theon realmente não fingia para sobreviver, ele realmente se transformou em outra pessoa. Ramsay, em uma cena ao estilo Rei Leão, tornou-se um Bolton. Cá entre nós, apesar de ser sempre uma enrolação as cenas dessa dupla nunca deixam a desejar. O ator que parecia ser, até então, medíocre ao incorporar Theon tem se mostrado mais versátil enquanto Ramsay, por sua vez, continua formidável desde o início.

Ainda aliviado, o segundo núcleo desenvolvido no episódio me trouxe também uma agradável sensação de sabedoria. Tudo o que ocorreu com Sansa e Mindinho era mais do que esperado. Sempre foi óbvio que a saída de Mindinho de Porto Real não seria por nada. E Sansa, já que não estava ainda morta, teria algo a nos mostrar. Quando percebi que Sansa estava ao lado de Mindinho e juntou-se a ele nesse “golpe” acabei lembrando de um dos primeiros episódios da série, em que Sansa fala para seu pai que deseja se casar com um nobre e viver em um castelo. Descontando a pseudo-relação com Joffrey, essa foi a sua primeira oportunidade de realizar esse sonho. Parece que está tudo dando muito certo. Ficou provado que Sansa amadureceu e que, assim como todos na série, deseja o melhor para si mesma. Nesse caso, o melhor para ela era ficar com Mindinho, formando uma nova casa de respeito no Vale.

Todo o episódio girou em torno da última cena, luta entre o Montanha e Oberyn. As cenas anteriores foram lentas, calmas, sem brigas e confusões. Tudo na mais absoluta paz e serenidade e eu, confortado em meus múltiplos sentimentos, percebia que o fim se aproximava e, com isso, a cena da luta seria cada vez menor. Por fim, veio a última cena e com ela, a euforia. O julgamento de Tyrion, por combate, mostrou um Oberyn fantástico, uma espécie de jedi. Na verdade, pareceu o Darth Maul, discípulo sith do primeiro episódio de Star Wars na nova trilogia. Muito superior ao Montanha em combate, vencendo, estourando em toda a sua aguardada vingança, pareceu que finalmente Oberyn fez sentido em Porto Real. Até que, em um golpe traiçoeiro, o montanha o mata. A morte mas impactante da série desde que Drogo deu uma coroa de ouro a Viserys. Chega a ser metalinguístico, quase sinestésico, a cena mais mind-blowing de todos os tempos realmente explode uma cabeça.

Por fim, fiquei com a dúvida, o pior de todos sentimentos. Será que o Montanha morreu ou não? A lança utilizada por Oberyn estava envenenada e, além disso, Montanha foi furado várias vezes. E se ambos morrerem em combate? O que isso significa para os deuses?

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