The Blacklist 1x20: The Kingmaker
2.5.14
A ideia de conspiração apresentada em
The Kingmaker é do tipo que
se esconde na implausibilidade de todos os seus elementos
funcionarem. É um plano tão complexo e executado ao longo de anos
que seria difícil enxergar onde os pontos se ligam. Assim,
esse é um episódio onde a participação de Reddington se torna
imprescindível para a identificação do suspeito, suas
dicas são importantes e seu trabalho e o FBI dessa vez se mostra
bastante competente.
O
maior problema desse caso é o próprio Kingmaker. O sotaque, a
misofobia e os tiques parecem ter saídos diretamente de um livro
sobre clichês de vilões, me
deixando surpreso que não exista uma cena sequer onde o personagem
apareça jogando xadrez para demonstrar o quão inteligente ele é.
Já houve vários vilões de métodos inesperados e personalidades
bizarras, mas dessa vez o trabalho foi preguiçoso.
Apesar
das suas obvias falha, o caso tem alguma relevância para a
continuidade da série. Vários dos nomes que Reddington entregou
para FBI tinham importância para ele, lhe dando alguma nova pista
sobre seu inimigo oculto. Essa
é a primeira vez, entretanto, que ele fala abertamente para Lizzy o
real motivo pelo qual esta entregando um nome e se mostra frustrado
com um resultado indesejado. Essas variações no comportamento do
protagonista conseguem expressar bem a ideia de uma bomba relógio
que esta prestes a detonar, e ele está ficando sem tempo para
impedir.
Essa
preocupação o leva a pedir ajuda a misteriosa Aliança, trazendo um
pouco de clareza sobre alguns dos envolvidos nas – as vezes
desnecessariamente – complexas conspirações da série. Novamente,
parecem um clichê preguiçoso. Um grupo de conspiradores poderosos
com segredos que sob hipótese alguma podem ser revelados.
The Blacklist tem
uma ótima dupla de protagonistas em Red e Elizabeth, mas se
concentra nos pontos menos interessantes da sua história. Não me
interessa realmente saber necessariamente que são aquelas pessoas ou
vê-las debatendo que curso de ação tomar diante das preocupações
de Reddington. Conhecer o inimigo misterioso que o esta prejudicando
ou saber para quem Tom trabalha importam muito pouco diante da
questão sobre como Reddington se tornou o vilão trágico que
aparenta ser sempre que temos a oportunidade de ver como ele se sente
em relação ao que faz.
Ver
Lizzy confrontando Reddington para descobrir a verdade sobre a morte
do pai é muito mais interessante que os mistérios rasteiros
empregados pela série como recurso para que o espectador continue
retornando toda semana. A cena entre os dois é o melhor momento de
The Kingmaker, a
hesitação dele em responder a pergunta de Elizabeth sobre o pai
onde ele tenta achar uma
solução onde ele
não revele tudo e ainda sim possa continuar afirmando que nunca
mentiu para ela, a reação
compreensivelmente emocional dela que o faz agir sempre com uma certa
condescendência, nunca acreditando que ela esteja pronta para ouvir
toda a verdade, compõem um momento que é importante não por
mistérios artificiais, mas por causa de grandes mentiras que afetam
um relacionamento já tão frágil.
The Blacklist precisa
mostrar mais como a complicada teia de interesses e disputas que foi
criada afeta os personagens, e não simplesmente jogar pistas
aleatórias e esperar que fiquemos impressionados com um grupo de
pessoas discutindo secretamente o que fazer para impedir um segredo
que não conhecemos caia nas mãos de um inimigo não identificado, e
acabe causando problemas num futuro imprevisível para personagens
com os quais não nos importamos.
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