24 9x03: 1:00 PM-2:00 PM
14.5.14
24 horas e a arte de nos fazer ficar ansiosos pelo próximo
episódio.
Quando 24 Horas ainda estava no ar, principalmente no seu
auge, eu ficava maluco de ter que esperar uma semana inteira para ver o que
iria acontecer a seguir com Jack. Os tempos mudaram, eu lotei a minha semana
com as mais variadas séries e praticamente nenhuma delas consegue causar este
efeito em mim. Entretanto, o retorno de 24 Horas e o seu formato em tempo real
são os ingredientes que estavam faltando para que terça-feira se torne o dia
mais esperado da semana. Num contexto em que narrativas mais lentas ou até
enrolação mesmo são tendência, 24 Horas ignora tudo e conta a sua história da
mesma maneira que sempre contou, de forma ágil e rápida e costurando as ótimas
cenas de ação e perseguição.
É bem verdade que ter algumas tramas ruins, avulsas e até
meio ridículas sempre foi característica da série até mesmo em suas melhores
temporadas. Para não fugir do convencional, temos o importantíssimo conflito
que ninguém quer saber do marido da terrorista que está se sentindo mal por ela
ter dado para outro cara para completar sua missão e com o fato de fazer parte
de um ataque que matará pessoas inocentes. A função desta trama é apresentar os
vilões da temporada, enrolar um pouco a trama até que chegue a hora do Jack
caçá-los e fazer o tempo real funcionar.
A boa notícia é que Margot, a personagem vivida por Michelle
Fairley, é uma tremenda bad ass e será uma ótima antagonista para Jack. Além do
ótimo trabalho da atriz, que convence bastante no papel de mulher forte que
procura vingança, a personagem parece bem construída e já brilhou ao dar uma
tremenda chamada na filha enquanto a costurava.
Por falar em mulheres quebradas, o episódio nos ajudou a
entender o que aconteceu com Chloe nos últimos 4 anos para que ela mudasse
tanto. O seu visual e atitude de Lisbeth do filme Milenium é fruto de um
processo de culpa e auto punição que envolve a morte de seu marido e filho, que
acabaram sendo assassinados por alguém que tentava acabar com a vida da hacker
pela sua participação na fuga de Jack. A cena da revelação do acontecido foi
linda e capaz de mostrar como a excelente química entre Kiefer Sutherland e
Mary Lynn Rajskub continua afiada.
O roteiro também vem preparando o terreno para a volta de
Bauer na vida da agora presidencial família Heller e tudo leva a crer que este
encontro será nada menos do que explosivo. Apesar de soar batido, gosto dos
esforços de Mark para evitar o tema Jack Bauer para a esposa e o sogro e a
minha experiência com a série me diz que falsificar assinaturas e mentir para a
família são apenas o começo de muitos atos de vilanice do personagem.
24 Horas é a perfeita oportunidade para Yvone Strahovisk se
redimir da péssima impressão deixada em Dexter e sua personagem é nada menos do
que a versão de saias de Jack Bauer. Logo de cara já me afeiçoei bastante à
personagem e gostei muito de ver os seus modernos métodos de extração de
informações. Fiquei com a impressão de que sua obseção em capturar Jack vai
além do seu comprometimento com o trabalho e acho que ele teve algum tipo de
papel nos acontecimentos trágicos na vida da moça.
A cena final foi o clímax perfeito para o episódio. Adoro
como Jack é foda e nunca mede esforços para fazer o que precisa ser feito. Resultado,
grandes expectativas para o próximo episódio.
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