Person Of Interest 3x19: Most Likely To...

4.4.14




A capacidade recente que Person Of Interest vem mostrando em unir casos isolados – ou aparentemente isolados – e a mitologia da série apresenta oportunidades de desenvolver tanto os protagonistas como pequenas tramas que duram apenas um episódio.

Explorar o deslocamento de Reese e Shaw num ambiente tão comum como aquele visto em Most Likely To... é algo possível apenas por essa mistura eficiente. A comédia extraída das circunstâncias e boa e diverte, mas jamais parece exagerada, sendo incapaz de tirar a atenção do espectador da trama principal.

A história de Matthew Reed é bem executada, adicionando até um interesse inesperado de Shaw pelo promotor. Considerando a quantidade de plot twists vistos até aqui em Person Of Interest, é surpreendente vermos um que não possa ser previsto muito antes dele acontecer. Casos onde o número é de um futuro assassino e não o da vítima se tornaram tão raros que se torna fácil assumir automaticamente que alguém quer matar Matthew. Quando a resolução chega, o elaborado plano de vingança do número da vez o coloca numa posição onde ele não é bom ou mau, uma indefinição sempre bem-vinda.

A outra parte do episódio, que se concentra nas ações de Collier, deu um grande passo em direção ao futuro sombrio previsto por Root. Sem a Máquina, a ascensão do Samaritano parece inevitável, assim como mudanças na estrutura dos episódios. Com a Máquina desligada não há mais números, exceto aqueles enviados antes do seu desligamento. Dessa forma, é pouco provável que tenhamos novos casos da semana sem conexão direta com as duas máquinas de vigilância.

Uma ótima cena do episódio, cheia de interessantes possibilidades, é aquela onde Finch e Collier se encontram. Ao fazer o terrorista usar as mesmas palavras que Finch usa para descrever sua criação, mas de uma forma muito mais sombria e colocando o sistema como algo malvado, a série ao mesmo tempo aproxima e contrapõe os dois personagens. Ambos tem o mesmo desejo de um mundo sem violações de privacidade, mas os meios adotados não poderiam ser mais distantes.

Finch construiu algo quase utópico: uma meio de conhecer todos os detalhes da vida de todas as pessoas e ao mesmo tempo impedir que tamanho poder seja abusado. Collier crê numa outra utopia, onde um sistema como esse ou qualquer coisa parecida não é necessário para proteger uma população. A visão dos dois tem falhas e virtudes e se eventualmente o Samaritano for ativado Collier logo perceberá como sua visão era limitada. O ideal pelo qual ele luta pode ser admirável, mas seria um ótimo desenvolvimento de personagem fazê-lo perceber a quantidade de problemas que ele criou ao obter sua pequena vitória nesse episódio. Ao tirar do caminho um mal necessário, ele acabou abrindo passagem para que algo muito pior se tornasse possível.

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2 comentários

  1. A máquina não foi desligada, pois desde a segunda temporada ela se libertou. O que aconteceu, no meu entendimento, foi que o governo decidiu não mais investigar os CPFs que a Máquina enviar. As ações protetivas foram canceladas. Então, a Máquina decidiu que Root passaria a atender os casos relevantes para a segurança nacional.

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  2. Sim, isso é possível. Mais provável até do que a minha ideia. Ainda sim, o perigo existe pois duvido que Root de conta de todas as ameaças sozinha.

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