Quando os personagens já não rendem boas histórias, o segredo é focar na medicina.

Não, a série ainda não se recuperou do seu momento de falta de criatividade e coerência com os personagens, mas ao invés de continuar deturpando a essência de cada um dos médicos a série resolveu devolvê-los para o seu habitat natural. Já não existem muitas novas histórias para contar sobre Meredith, Cristina e companhia e a prova disto são plots sobre médicos que resolveram simplesmente não pagar as contas e outros que são extremamente mão de vacas. Assim, a saída para este gigantesco problema é focar em interessantes e emocionantes casos médicos. Se a série já não é capaz de nos servir a refeição mais deliciosa e sofisticada do mundo, voltar ao arroz com feijão é muito melhor do que causar ânsia de vômito com banquetes frustrados. Tanto o caso do menino sem sistema imunológico quanto o da família que encontra problemas cardíacos nos 3 filhos foram muito interessantes e deram a oportunidade para os personagens fazerem aquilo que fazem melhor.

A nomeação de Cristina ao Harper Avery é uma história interessante e é uma maneira dos roteiristas mostrarem um pouco de gratidão pela personagem, que passou temporadas em crises dramáticas e ainda acabou completamente descaracterizada neste último ano. Cristina Yang merece sair por cima e nada melhor do que premiar a médica que sempre foi e sempre será a fodona do hospital.

A depressão de Callie é justificável já que ela é obrigada a aturar “pé mecânico no saco” da Arizona, mas achei o desejo por um novo filho inesperado e mal construído. Mais uma trama que comprova que os roteiristas estão completamente perdidos e não sabem o que fazer com a grande maioria de seus personagens.

Outro ponto que me incomoda é que pela necessidade de mostrar coisas novas depois de 10 temporadas, de repente o hospital virou um centro tecnológico de pesquisas, em que todos os médicos têm um grande projeto que mudará a medicina. Para mim, isto está soando bem forçado e o espírito de ser cirurgião já não é mais o mesmo do começo da série.

Apesar da melhora, a série ainda não consegue mostrar um novo caminho e provar que ainda tem fôlego para continuar no ar. Os casos são bons, mas no máximo em mais 2 episódios eles vão embora e as tramas sem graça dos médicos continuaram com tudo.