Castle 6x20: That '70's Show
27.4.14
Capitão Castle na era disco!
SPOILER ABAIXO
Acredito que não seja a primeira
vez que eu venha a comentar em reviews de que uma das minhas maiores paixões
sobre Castle está na sua composição da comédia dentro do drama da investigação
policial. Na realidade, por coincidência, durante esta semana eu conversava com
duas amigas sobre exatamente esta questão. Inúmeras são as séries policiais
transmitidas atualmente, e em sua maioria, as características são muito similares,
tanto no conceito quanto na abordagem das investigações em cada episódio. E o
fato que me faz gostar tanto de Castle, é exatamente porque a série rompe com
este paradigma do drama excessivo por trabalhar com o tema da morte. Desde
criada, Castle carrega em sua essência a questão da desobediência, por assim
dizer. Richard é o personagem que surge no meio de um ambiente sério, hierárquico
e regrado, para corromper todas as normas. Mais do que se sentir como o
protagonista de seus livros, a cada investigação, seu personagem vai além do
ordinário para observar a perspectivas de um crime, enquanto enlouquece toda
uma delegacia por conta do seu potencial imaginário. Com isso, o telespectador
é beneficiado com momentos surreais como enfrentar um assassino com uma garrafa
de champanhe, assistir a uma delegacia confusa e enlouquecida de conflitos em
uma noite de lua cheia com um pote de pipoca nas mãos, realizar apostas para
ver quem soluciona um crime primeiro, dentre outros inúmeros momentos inimagináveis
durante os últimos seis anos, que apenas um personagem como Richard Castle poderia
ser capaz de proporcionar.
Este conceito, tão bem sucedido,
traz consigo o equilíbrio necessário para diversificar o seriado em episódios,
que tradicionalmente, não se enquadrariam em outras séries do mesmo gênero. Mais
do que vantajoso ao telespectador, esta variedade em sua temática gera o equilíbrio,
mais do que necessário, para manter a qualidade de um procedural que não pode apostar apenas no romance do casal
protagonista para estruturar uma temporada. Mais do que isso, esta
singularidade de Castle pode ser o principal fator que faz com que após seis
anos de exibição a séria viva um de seus melhores momentos.
...
O episódio That '70's Show foI muito comentado e divulgado pela ABC nos
últimos dois meses, e assim como eu, boa parte do público estava curioso para entender
como seria possível recriar a década de 70 em uma investigação policial, aonde
não haveria qualquer manipulação de flashbacks
para compor este enredo, assim como fora elaborado o episódio The Blue Butterfly, durante a quarta
temporada.
Eu estaria mentindo se dissesse
que este foi um dos melhores episódios da temporada, porém é um fato de que seu
conceito foi muito bem trabalhado dentro de seus objetivos, e como já não é
mais surpresa nenhuma, eis mais um filler
que supera qualquer expectativa. Não apenas por romper com a rotina do uma
investigação policial, mas principalmente por construir um cenário e um roteiro
que remete a era disco, e se
aproveitar da oportunidade para renovar as melhores características da série, e
apresentar em cena todos os personagens que compõem o elenco principal de
Castle, (algo que há muito tempo não acontecia).
A maior diversão do episódio não
estava exatamente nas cenas, mas sim na estruturação de uma investigação no
estilo cold case se transformar em
uma perfeita produção teatral. A “desculpa” criada por Castle para que Kate
aceite a encenação, poderia ser comparada a realização de uma festa de
empregados enquanto o patrão está em viagem.
Capitã Gates (ausente até então),
que desde a temporada passada ocupa a posição de “ranzinza” e extremamente
rigorosa quando o assunto se refere à sua delegacia e as ações de Richard
Castle, tornou-se o equilíbrio necessário para impor “rédeas” ao escritor já
que agora ele tem o apoio de Kate para qualquer aventura.
Uma vez que Beckett fora
convencida a confusão estava montada, com Martha se responsabilizando para
criar o cenário ideal que convenceria Harold Leone de que o mafioso ainda se
encontrava a década de 70, não seria imprevisível deduzir a extravagância da
mãe de Rick para ir muito além, com a contratação de atores a elaboração de
roteiros e diálogos absurdos.
Castle é promovido a capitão e
não perde a oportunidade de abusar do estilo Tony Manero (Saturday
Night Fever), enquanto Beckett “engolia a seco” a viagem ao passado da
NYPD e apostava no visual mais suave com estampas e colares de contas (herança
do movimento hippie). Mas o grande destaque ficou por conta de Ryan e Esposito,
que abraçaram os personagens de Snookie Watts e Ray Price, (referência à série Starsky & Hutch).
A dupla rouba a cena assim que entram na delegacia, com um Ryan relutante que
simplesmente é “possuído” por Hutch e
deixa Esposito estupefato durante o interrogatório. A dupla acabou sendo
responsável pelos momentos mais hilários do episódio, com direito a um Esposito
(ou melhor), Starsky deslizando sobre o capô de seu red rocket car e se espatifando como tomate no chão.
Não sei quanto a vocês, mas desde
o inicio daquele “rendez-vous” ao
qual se transformou a delegacia, eu não via a hora em que Gates surgiria ao
meio daquele cenário surreal e direcionaria seus berros à Kate e Castle. Aquela
sensação de que a festa acabou mais cedo do que o planejado porque o dono da
casa chegou, acabou sendo genial, pois além de provocarem tamanha bagunça,
ninguém havia conseguido qualquer confissão de Harold.
...
Confesso que não cheguei a
avaliar a opinião do público quanto a este episódio, mas posso imaginar que não
foram todos que admiraram That '70's Show
assim como eu. Principalmente,
porque o episódio foi recheado de referências à década explorada, e isto, muitas
vezes restringe a sua total compreensão por parte de um público mais jovem, ou
que realmente não tem muita admiração por este período da história. Porém mais
do que um conceito, o roteiro mergulhou nos anos 70 tanto nos cenários quanto
no figurino do elenco, mas também na história que envolvia o assassinato de
Vince Bianchi.
Ainda que para muitos possa ter ocorrido
aquele sentimento de que se tratava de mais um crime da máfia e de que mais uma
vez a vítima fora encontrada no concreto, o que não deixa de ser verdade. Seria
impossível retratar esta época e não se referir à máfia, que nos anos 70 era a
organização criminal mais poderosa nos Estados Unidos, quando anos antes, já
era de conhecimento que havia cinco famílias que controlavam a máfia em Nova
Iorque. Logo, elaborar um plot onde a
vítima pertencia a uma destas organizações e que sua morte ocorrera pelo seu
interesse em unificar duas destas famílias, se enquadra perfeitamente ao
episódio. Assim como o personagem de Harold revelar sua homossexualidade, pois
foi em meados dos anos 70 que a subcultura da disco music tornou-se o ápice de uma geração, onde os jovens se encontravam em boates noturnas para dançar e
usar drogas, com o florescimento do erotismo e o nascimento de uma cultura gay.
...
That '70's Show foi um episódio objetivado a diversificar e
apresentar as inúmeras perspectivas que Castle tem o potencial de explorar. E
neste sentido não há como questionar de que mais do que cumprir com perfeição o
seu papel de filler, a série mantém o
seu ritmo de qualidade e inquestionável dedicação de seus roteiristas. E ao que
tudo indica, não haverá decepções nesta reta final de temporada.
Menção Honrosa
Capitão Castle – Firefly não se cansa de receber
referências! Mas foi muito engraçado.
CURIOSIDADES
1. No começo do episódio Castle diz que a vítima foi assassinada no
estilo Jimmy Hoffa, na realidade o
caso é baseado neste fato, que foi um acontecimento real. Jimmy Hoffa foi um
dos maiores presidentes sindicalistas influentes do século XX. Ele mantinha
relações com a máfia e desapareceu em 1975, sendo declarado morto em 1982.
Neste caso, seu corpo nunca foi encontrado e o caso não foi solucionado, ainda
que haja a especulação que ele tenha sido morto pela máfia.
2. No final do episódio Castle e Beckett aparecem dançando em uma
pista de dança. A roupa do casal faz referência ao filme Saturday Night Fever (Os
embalos de sábado à noite), com John Travolta.
3. That '70s Show é o nome de um seriado exibido entre 1998 a 2006 –
Como o próprio nome sugere, a série foi uma sitcom
que tinha como “pano de fundo” os anos 70. Ela durou 8 temporadas, e para quem
não sabe, foi responsável pelo estrelato de Ashton Kutcher.
4. A música Last Dance que
toca ao fim do episódio é da cantora Donna
Summer, não ao acaso, a cantora representou o maior nome da década de 70 e
recebeu o título de Rainha da Disco.
PROMOÇÃO SERIADORES ANÔNIMOS
Como eu havia comentado na última
review, o blog do S.A. estava preparando uma supressa para os leitores de Castle.
Promoção Seriadores Anônimos: Castle (DVD 5ª Temporada).
Todos nós sabemos o quanto Castle
é querida e o relacionamento Ricky e Kate arranca suspiros de todos os fãs. E
para que você tenha a chance de se emocionar com este romance a qualquer hora e
momento que quiser, o Seriadores Anônimos decidiu premiar o fã de Caslte com os
DVDs da 5ª temporada da série.
Você já deve estar enlouquecido
querendo saber como participar não é? Bem, é simples e não precisa de sorte,
apenas criatividade.
Regras:
Para participar desta promoção e
ter a chance de ganhar este prêmio, basta enviar um e-mail (seriadores@gmail.com), para os Seriadores
Anônimos com o seguinte assunto:
PROMOÇÃO CASTLE – VOTOS DE CASAMENTO.
No corpo do email, você enviará
as informações do seu nome completo, idade, profissão e cidade onde mora.
Em anexo, você enviará um texto (preferencialmente word) com a criação dos votos de casamento de Richard Castle e Kate Beckett.
Atenção: será necessário
escrever dois votos de casamento, um
para Castle e outro para Beckett.
Em cada um dos votos, você irá se
posicionar como cada um dos personagens e irá imaginar o que cada um irá dizer
como votos de casamento para o outro.
OBS: Não mandem os textos no
corpo do email.
Vencedor
O vencedor será a mensagem mais
criativa nos dois votos.
Resultado
O resultado será divulgado no dia
13 de maio. Onde, também, serão publicados
os votos do vencedor.
Prêmio
Como já comentado, o prêmio serão
os DVDs da quinta temporada de Castle. O material é importado (pois não são
vendidos no Brasil), mas a região está liberada para a reprodução do DVD no
país em qualquer aparelho mais moderno. Apesar de não ser vendida no país, a
quinta temporada possui legenda português-br,
para quem não possui afinidade com o inglês.
Desclassificados
Será desclassificado todo o
material que não respeitar as regras da promoção.
Textos copiados de outros colegas
ou plagiados de obras literárias, músicas, etc...
Textos que possuírem material
ofensivo ou não adequado para o público de todas as idades.
Arquivo corrompido ou com
imagens.
Quem pode participar.
Não existe restrição de
participação, no entanto que sejam respeitadas as regras.
Data limite para envio dos e-mails.
A promoção será válida a partir
do inicio desta publicação até o dia 9 de maio de 2014.
CASTLE & BECKETT BRASIL
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Acesse o Castle & Beckett Brasil e saiba tudo em primeira mão sobre o universo desta série que eu sei que você ama!
4 comentários
Só posso dizer que fiquei rindo feito uma retardada durante toda a semana ao lembrar das cenas de Esposito, ele simplesmente roubou o episódio !
ResponderExcluirAgora está mais que confirmado que Beckett ama Castle , porque foi capaz de apoia-lo na maior de todas as sandices de todas as temporadas até hoje !!
Martha, adoro!! Ela é a rainha da viagem na maionese !! Castle tem a quem puxar!!
O cara falando a bunda de Beckett e Castle ( danadinho ) não perdendo tempo de dar uma conferida e fazer um elogio a sua noiva kkkkk.
Esse foi um dos casos mais bem elaborados de Castle, o final me surpreendeu!
Tenho muitas amigas que não gostam de Castle , diz que o procedural é fraco, que preferia que Castle e Beckett não ficassem juntos, preferem seriados onde os casais ficam sofrendo ou que traiam seus parceiros, e que os casos tenham um tema elaborado e pesado e que precisam de toda uma análise "Froidiana" para serem compreendidos. Eu estou fora disso! Minha vida ja´tem problemas demais, vejo séries por diversão para fugir do mundo real, e lembrar se pode rir mesmo quando se tem a morte por perto, e Castle faz isso.
Marcilia só posso te dizer que você tirou as palavras da minha boca. Eu sempre pensei exatamente isto. A nossa vida é tão cheia de problemas, violência, stress, drama e preocupações diárias que nem de longe tenho satisfação em ficar assistindo algo que só vai me deixar mais depressiva ou melancólica ainda. Quando eu chego em casa, eu quero me distrair, me divertir, e esquecer mesmo que por poucas horas, todos os problemas que temos que enfretar diariamente. De fato, a psicologia considera isto um procedimento sadio para que possamos enfrentar nosso cotidiano de foma mais clara e objetiva. Sorrir é o melhor remédio para qualquer doença, depressão ou melancolia. E Castle, há seis anos, nos proporciona esta satisfação!
ExcluirSolange! Como sempre escrevendo textos extremamente inteligentes e que nos fazem refletir como pessoa. Como já te disse, você dá uma nova "cara" ao seriado. Você é uma grande mulher. Fernanda.
ResponderExcluirOlá Fernanda, fico muito feliz por você passar aqui e deixar seu comentário, mesmo!
ExcluirMuito obrigada, um grande beijo, e participa da promoção se tiver uma oportunidade!
bjão.
Comenta, gente, é nosso sarálio!