Castle 6x19: The Greater Good
30.3.14
Fazer o bem ou fazer o certo?
O dicionário Aurélio define a
palavra integridade como a qualidade destinada a uma pessoa íntegra ou
completa, honesta, imparcial, incorruptível. Um conceito bem simples de ser
compreendido, mas que sem dúvidas, é um conflito social e pessoal reconhecer ou
admitir a integridade existente em um individuo.
É fato de que todos nós nascemos
íntegros e temos o livre arbítrio para permanecemos assim por toda a vida. Mas
é inquestionável que para muitos esta escolha torna-se bem mais complexa que
para outros. Seja por sua condição social, financeira ou sua posição
profissional, não importa aonde ou quando, mas apenas a certeza de que seus
valores serão questionados e postos à prova diante à corrupção que existe no
mundo. E muitas vezes estas escolhas estarão em reconhecer o certo acima do bem
e tornar-se imparcial indiferente às consequências e quem pode ser prejudicado
por suas ações.
Nem sempre, o fato pelo qual
somos provados é de grande repercussão ou, até mesmo, possa significar infringir
a lei. Na verdade, muitos dos casos são pequenos pormenores que em uma
concepção maior pode não significar nada, além da sua própria consciência questionando
o conceito de moralidade. E por estes pormenores, que a principio não
significam nada, são apenas pequenas pedras no oceano, que conforme se
aproximam da margem oposta ao seu lançamento, estas pedrinhas transformam-se em
Tsunamis.
Poucas são as pessoas que
compreendem o significado dos seus atos, avaliam as consequências e tornam-se
dignas de serem reconhecidas como idôneas. Mas ainda assim, elas existem. São
pessoas que posicionam a honra acima de qualquer benefício próprio ou do
próximo. Estas pessoas, nem sempre são bem vistas pela sociedade, ou até mesmo
por seu circulo de amigos, porque elas são imparciais. E naquele mundo em que você acredita que nem tudo é tão
explicito, para elas, não existe a margem cinza dividindo o “preto do branco”.
Não vou mentir, ainda que a
integridade seja uma capacidade admirável de um individuo, nem de longe,
tornar-se íntegro faz da sua vida mais fácil. De fato, tudo é bem mais
complicado, mais difícil de ser administrado e suas decisões nunca lhe trarão
benefícios.
“Mas então, por que agir em prol da idoneidade?”
Porque em uma concepção maior,
você pode ser aquele que impede o Tsunami removendo a pedrinha dos outros no
oceano. Muitas vezes, você irá se afogar ou, será atingido por outros
lançamentos, mas no fim das contas, você pode ser aquele que fez a diferença.
E esta foi a grande questão
levantada no episódio de Castle na última segunda-feira, The Greater Good. Onde tivemos a oportunidade de reconhecer um
pouco mais sobre a vida e a personalidade da Capitã Victoria Gates...
Desde quando seu personagem foi
apresentado em Rise, a nova Capitã da
NYPD fora reconhecida por seus punhos de aço e sua irredutibilidade quanto ao
que era errado. De fato, o próprio Esposito admitira que Gates fora da
corregedoria e de que sua fama era de delatar policiais corruptos. Sua postura
sempre foi rígida e inquestionável quanto à autoridade, no começo todos tinham
certo medo da nova chefe e escondiam detalhes de suas ações temendo a reação da
Capitã. Aos poucos, a sua posição no grupo de Beckett, Ryan, Castle e Esposito,
foi ganhando espaço e a oportunidade de ser reconhecida também por ser
confiável e uma forte aliada quando tudo se tornava mais complicado.
Gates demonstrou flexibilidade
quanto ao relacionamento de Ricky e Kate. Engoliu Castle por ordens do
prefeito, mas aos poucos, reconheceu sua relevância para pensar além das
perspectivas em inúmeros casos. Ela também se colocou à frente de sua equipe,
como alvo para àqueles que buscavam prejudicar o trabalho da homicídios... Porém,
o que Gates nunca admitiu foi que seus agentes ultrapassassem o limite da lei
para a busca da verdade ou da justiça. Ela advertiu Beckett de que não
aceitaria qualquer tipo de vingança da policia sob sua coordenação.
Decepcionou-se com a detetive e com Esposito quando ambos agiram por conta
própria em Always, alegando que os
dois não mereciam ter posse de um distintivo.
No conjunto dos fatos, Gates
sempre demonstrou fidelidade a sua equipe, mas acima de tudo, a Capitã provou
que sua integridade e responsabilidade quanto à sua posição judicial não
aceitariam divergências ou distorções da verdade para a obtenção de um bom
resultado. E para provar que esta era uma posição irredutível, The Greater Good coloca em cena sua irmã
Elizabeth Watts, promotora bem sucedida, mas que possui o pensamento adverso às
concepções de Gates.
Enquanto a Capitã reconhece a
fraqueza de suas ações, exatamente, por não aceitar desvios. Elizabeth enxerga
nas pequenas distorções a parcialidade de seus atos em defesa do “Grande Bem
Maior”.
“Mas o que é o Bem Maior?”
De imediato, já esclareço que
esta é a mesma premissa pela qual o Senador Bracken justifica suas ações. Se as
obras benéficas representam um resultado maior do que os danos, então que
prevaleça o Bem Maior. O grande problema de pessoas como Elizabeth é que elas
corrompem a verdade e a justiça, mesmo não sendo pessoas más, elas são
engolidas pelo sistema, não fazendo qualquer diferença maior a não ser pender,
ainda mais, a balança para o lado da corrupção.
Eu devo confessar que nem de longe,
o episódio desta semana trouxe um caso que me chamou a atenção. Achei o
assassinato muito óbvio, a investigação muito chata e repleta de diálogos
desnecessários, e para piorar não houve qualquer momento engraçado, (a lista de
casamento não conta). No resumo, o crime foi fraco, a investigação tediosa e o
resultado previsível. Porém, mesmo assim, não consigo pontuar negativamente um
episódio que trabalha com tamanha sutileza e responsabilidade um conceito moral
extremamente complexo.
A verdade é que todos nós estamos
propícios a questionar nossos valores, exatamente por conta destes serem tão
adversos aos atos da sociedade, como um todo. E este lado, de ser sentir
cansado por sempre agir de forma correta e acabar prejudicado, foi explorado
pela perspectiva da vítima Peter Cordero. Um rapaz que cresceu com a lembrança
de uma tragédia, criado em um bairro pobre e envolto a inúmeras possiblidades
mais fáceis. Peter escolheu ser um cidadão correto, estudante, trabalhador...
Porém, ainda assim, ele foi vítima do sistema apenas por ocupar uma posição de
interesse para àqueles que buscam agir em prol do quê? Do maldito Bem Maior.
E eu achei esta sacada do
episódio sensacional, não apenas por trazer dois personagens e esclarecer duas
perspectivas pelo resultado de um mesmo objetivo, mas também, porque a
personagem escolhida fora exatamente a irmã de um dos papéis mais íntegros de
Castle. Neste quesito The Greater Good acerta
muito bem, e mais do que isso, mantém aquela premissa que sempre gosto de
valorizar em Castle que é a preservação da moral. Exatamente, quando muitas
séries agem ao contrário, e até mesmo, corrompem a verdade e valorizam o
preconceito.
E sem dúvidas, o que prevaleceu foi
o reconhecimento do certo acima de qualquer bem. E de que não são os caminhos
mais curtos que levarão ao resultado justo e merecedor de reconhecimento. É uma
estrada repleta de buracos e a falta de compreensão que nos levam ao resultado
da consciência limpa e saber que você pode não ter evitado o Tsunami, mas suas
convicções o deixa preparado para enfrentá-lo sem medo.
ACOMPANHE A AUDIÊNCIA
A audiência permaneceu
equilibrada pela segunda semana com o leading
de DWTS, porém o preocupante mesmo é de que The Blacklist subiu sua
pontuação significativamente, mesmo quando The Voice sofreu queda.
Há algumas semanas eu havia
concordado com a Marcília sobre o fato da ABC ter cometido um erro em trazer
Castle muito cedo em 2014 com The Bachelor. Atualmente, já desconsidero este
ponto de vista. Pois acho que Castle conseguiu manter um forte equilíbrio quando
tudo andou muito ruim para a emissora. Já no mês de abril, a perspectiva muda,
e Castle sofreria muito com o rating neste mês. Dar uma pausa para a série e
voltar em maio, talvez seja uma boa aposta. Vamos esperar para ver.
Castle volta dia 21 de abril,
como o episódio 6x20 That '70s Show.
Para acompanhar a audiência desta
temporada, basta rolar o mouse sobre a tabela abaixo.
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Há algum tempo estava aguardando
a oportunidade de oferecer uma surpresa aos leitores de Castle aqui no Seriadores
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Acompanhem as publicações nos próximos
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2 comentários
Acho que Gates merecia um episódio centrado nela mais elaborado.
ResponderExcluirQue ela respeita as leis isso nós já sabíamos, então não foi novidade que ela tivesse uma desavença com a irmã justamento por essa característica.
O caso teria tido um final menos óbvio se no começo já não tivesse entregado quem era o assassino.
Foi bem propicio discutir a lista de casamente num episódio onde laços de família era o tema. Espero que tenhamos a oportunidade de conhecer a tia Teresa de Beckett, porque eu tenho a impressão que a mulher deve ser meio louca e o encontro dela com Castle seria hilário.
Ryam vem sendo usado por eles como ponto de referência de casamento e,vários episódios nessa temporada, e nesse ao descobrirem que Ryam é odiado por vários parente, tornando a lista de convidados ainda mais dramática , foi o que salvou o seriado de ser 100% chato.
Quando a audiência, eu ainda acho que a ABC deveria ter economizado os episódios de Castle no inicio da temporada. Mas também temos que levar em consideração a idade de Castle, para uma 6ª temporada o seriado está muito bem.
Ontem estava numa festa de formatura e a banda tocou varias músicas dos anos 70, fiquei imaginando como será o próximo episódio, já estou rindo por antecipação kkkkkk
Hey Marcilia, tudo bem?
ExcluirÉ verdade, pela força do personagem da Gates, concordo contigo que ela merecia ter tido um episódio melhor para ser focado nela, sim.
Sobre o casamento, a única coisa que me preocupa são estes excessos de preparativos e de repente, nada disso ser utilizado, eles acabarem em uma curtissima cerimonia feita de ultima hora. Não sei qual será a minha reação se isto acontecer. Só esperando para ver.
Quanto ao próximo episódio, estou mega ansiosa para assistir, vi apenas a promo e já estou esperançosa.
bjks.
Comenta, gente, é nosso sarálio!