Death Comes To Pemberley: Season 01
6.1.14
Tragédia em meio ao romance...
Não perderia por
nada a oportunidade de voltar a Pemberley com tudo que a BBC tem para
oferecer!!! Sim, sou dessas que se derrete por Mr. Darcy e suspira pelos cantos
com a obra de Jane Austen, portanto me deixe ser feliz ou junte-se a mim nesse
verdadeiro caso de amor! E se você não possui as referências corra para
corrigir isso já pode assistir quase sem problemas.
Seis anos após os
eventos de Orgulho e Preconceito, nossos amados personagens estão de volta numa
intrigante trama de mistério. Os Darcy estão organizando um baile
quando são surpreendidos por Lydia (Jenna-Louise Coleman,
de Doctor Who),
irmã mais nova de Elizabeth (Anna Maxwell Martin, de The Bletchley Circle), com a notícia que seu marido George Wickham (Matthew Goode,
de Dancing on the
Edge) havia sido assassinado. Inicia-se
então uma investigação que promete estremecer relações e desvendar segredos
potencialmente escandalosos!
Esta delicinha de
minissérie só tem três episódios, que foram exibidos ao final de 2013 pela
BBC1. Juliette Towhidi foi responsável pela adaptação da obra de P. D. James,
que (como já perceberam) utiliza em sua narrativa os personagens de Jane
Austen. A produção foi realizada em conjunto com a Origin Pictures e contou com
o apoio financeiro da Screen Yorkshire.
Junto com a famosa
mansão, revivemos todo clima de época, com cenários e figurinos caprichados bem
familiares a quem acompanha esse tipo de produção britânica. A fotografia dá
aquele toque especial que tanto amo. O
elenco escalado garante a consistência dos personagens, embora eu não tenha gostado
tanto da atriz escalada para ser Elizabeth.
A trama é bem contada, dividindo o espaço dedicado ao romance com uma dose de
mistério e certo drama.
Uma das coisas que
mais gostei foi ver como a obra de Austen foi respeitada. Cada personagem foi
desenvolvido conforme as características que já conhecemos, nos envolvendo nos
acontecimentos presentes na mesma medida em que nos remetiam ao passado. Alguns
flashbacks contribuíram ainda mais para dar o clima. Me desculpe quem não
conhece, mas existem referências demais para desconsiderar e sinceramente
acredito que quem já está familiarizado com o universo revisitado vai
aproveitar muito mais a minissérie.
À sua própria
maneira, esta obra trabalha algumas das mesmas questões com as quais Bennets e
Darcys já se depararam antes. Existe um assassinato que precisa ser desvendado,
mas essa é a ponta de uma cadeia de eventos que consideram elementos como
escândalo, desonra, traição, orgulho, família, responsabilidades e amor.
A história já começa
com a promessa de uma boa lenda local. Fiquei super curiosa para saber os
detalhes sórdidos da tragédia envolvendo a fantasma da região. Tão logo a
verdade veio à tona, ficou claro que o passado parecia estar voltando a se
repetir nos eventos atuais. Vi Darcy sofrendo, tentado achar uma saída para que
não fosse cometida outra injustiça. Essa foi uma das razões pela qual não
consegui achar que George fosse o assassino e teria ficado muito chocada se ao
final ele o fosse.
A tragédia quase se
repete. Depois de todo suspense sobre a mulher de roxo, não esperava que ela
acabasse por cometer suicídio e tomei um baita susto nessa hora!!
Já considerava até uma boa idéia que ela ficasse com o bebê! No entanto, era
inegável certa veia psicótica na figura. Um olhar tão assustador e obsessivo
que a mãe temeu pelo filhote estragando os planos e contribuindo para o
desastre!
Por outro lado,
aquela ênfase dada à família do cocheiro desde o início, me deixou muito
desconfiada. Quanto mais a investigação avançava e os eventos paralelos os
envolvendo surgiam, mais se fortalecia minha crença de que Will deveria ter
feito alguma coisa. Já no segundo episódio imaginei que ele tivesse
tentado defender a irmã de alguma maneira. O fato de desconhecer as reais
condições de saúde do moço, bem como suas aparições furtivas, só fizeram com
que minhas suspeitas aumentassem.
No final, apesar da confissão, a forma como tudo se
desencadeou quase me deixou na dúvida se ele não estaria inventando aquela
versão para ajudar Lizzie a salvar a propriedade e assegurar o futuro de todos
eles. O que realmente me convenceu foi o entendimento vivido entre pai e filho.
Talvez uma resolução um
pouco forçada, especialmente diante do fato de que o
garoto estava à beira da morte, mas cumpriu seu papel e fechou o caso
adequadamente.
Coitado do Danny,
que pagou com a vida por tentar fazer a coisa certa!
No entanto, o assassinato em si só parece ter afetado mesmo ao George. No
mais, a fatalidade prometia continuar causando danos, ao invés de se restringir
à perda de uma vida ou à
busca por um culpado. Uma rede de interesses e articulações foi revelando um
problema capaz de arruinar a vida de muitos inocentes ao redor. Apesar de odiar
George, Darcy faria de tudo para inocentá-lo a fim de manter sua posição, suas
posses, a honra da família. E nessas condições extremas acaba voltando a
cometer os erros que o afastam de Lizzie e fazem de Georgiana um objeto de
barganha.
Enquanto Darcy
promove uma investigação oficial, surdo a qualquer argumento que lhe desagrade,
Lizzie segue observando os detalhes do cotidiano e se aproxima cada vez mais da
verdade. Se a possibilidade de que George fosse condenado por assassinato deixava
todo mundo numa situação bem delicada, o caso entre ele e Louise prometia
piorar bastante as coisas e fazer da condenação um fato concreto.
O romance entre
Elizabeth e Darcy foi posto à prova. De maneira diferente, o mesmo argumento
estabeleceu a separação e reaproximação do casal. Adorei isso porque foi
totalmente dentro do que se esperaria dele e ainda me fez lembrar o quanto
Darcy é teimoso e insuportável, às vezes!! Quando eles fizeram as pazes, as
lágrimas ameaçaram cair e eu fiquei toda ownnnnnnnn!!!!!!!!
Sério, não foram
poucas as vezes que senti vontade de dar uns tapas na Lydia ou umas sacudidelas
na Sra. Bennet! As personagens estavam excelentes, proporcionando um alívio cômico
com todo exagero que lhes convém!!! Não tem como permanecer em perfeito juízo
com todo aquele dramalhão, as chantagens emocionais e comentários
inapropriados! Imagino o martírio para Mr. Darcy quando tem que reunir a
família! Eu procuro um buraco para me enfiar de tanta vergonha alheia, mas
também dou boas risadas com elas tripudiando na cara da sociedade. Assim, acaba
existindo um equilíbrio que não me permite simplesmente odiá-las.
Georgiana, cujo destino ainda não estava traçado,
vive a grande história de amor da minissérie. A princípio não havia que se
falar em dever e parecia que o amor seria algo indiscutível, mas o curso dos
acontecimentos faz a maré virar deixando a garota com uma difícil decisão a
tomar. O casal jovem combinou direitinho, mas eu me peguei aqui foi muito
interessada no Coronel!!!
O Coronel foi muito injustiçado! Tá certo que ele aproveitou
a situação para se impor como o par ideal para Georgiana, mas no final das
contas ele não matou, não roubou, nem fez nada que um cavalheiro em sua posição
não faria. Senti que ele ficou triste quando percebeu que Georgiana não estava
feliz com o pedido, pois acreditava que poderia conquistá-la. Além disso, ele
não precisava avisar Henry que o caminho estava livre. O homem é muito
mais charmoso que o Henry, inclusive me lembrou o próprio Darcy do
início. Ô lá em casa!!!
Apesar de tudo,
acabei gostando do Magistrado! Manter o segredo sobre o caso de George e Louise
demonstrou que seu compromisso era com a justiça, apesar de suas maneiras
apressadas, simplórias e pouco flexíveis.
Possuir este conhecimento abre uma nova perspectiva para a relação entre as
famílias.
PS: Minha maior
frustração foi cancelarem o baile. Só acho que bem poderiam ter pensado no
assassinato depois da festividade. Se fosse Lydia dando festa não tinha defunto
que atrapalhasse!
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