Person Of Interest 3x11: Lethe
30.12.13
Após os impactantes eventos dos
últimos episódios, minha expectativa era que Person Of Interest
reduzisse o ritmo, buscando em
alguns casos aleatórios um momento de descanso. O começo de Lethe
parece corroborar essa previsão,
mas a medida que o episódio se desenrola vemos que no momento a
série se torna cada vez menos procedural e
mais um drama eficiente misturado com ficção científica distópica.
Apesar
de serem incapazes de manterem reviravoltas importantes secretas –
era óbvio desde o começo que Finch conhecia Arthur e mais tarde,
que a esposa de Arthur não era quem dizia ser -, os roteiristas
criam momentos que aprofundam
as motivações dos personagens e seus problemas enquanto ao mesmo
tempo insere a inesperada revelação da existência
de outra maquina.
Toda a
vez que vemos um flashback de
Finch, é fascinante observar que, para alguém tão recluso e
antisocial, suas motivações são extremamente sentimentais. Se ele
decidiu se tornar um vigilante apenas por perder o melhor amigo, aqui
vemos a gênese
do desejo de criar um intelecto artificial surgindo da
responsabilidade que o jovem
Finch coloca sobre si mesmo de “consertar” seu pai.
Várias
vezes já estabeleci aqui uma comparação entre Finch e Root, e
momentos como esses mostrados nos flashbacks são
essências para explicar como os dois seguiram caminhos tão
diferentes. O Finch na sua adolescencia e infancia é distante e não
vê muito valor em regras - “Se
não querem que você entre, deviam construir melhor” -, mostrando
a genese da figura que conhecemos no presente.
Reese
também está em um flashback de
certa forma. A viagem física dele ao passado não é tão
interessante quanto a de Finch, esta
ali apenas para constar a reação dele aos eventos recentes. A única
cena realmente significativa dessas sequencias é aquela onde Fusco
revela como sua vida foi mudada por Reese e depois os dois acabam
brigando.
A revelação
final, a descoberta de que há duas máquinas e que a esposa de
Arthur era na verdade o Controle, se mostra surpreendente exatamente
por que até aquele momento tudo parecia um caso aleatório, no
máximo relacionado tenuemente a Collier e seu grupo de anarquistas
digitais. A existência de uma segunda máquina torna o sci-fi ainda
mais presente na série, expandindo a trama para uma possível
disputa, ou aliança, entre a duas inteligencias aritificiais.
Essa terceira
temporada que começou arrastada vai se revelando cada vez mais como
aquela que tem o potêncial para ser a melhor da série, abandonando
momentaneamente eventos isolados e desenvolvendo histórias muito
mais interessantes.
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