Homeland 3x10: Good Night
6.12.13Quem imaginaria que Homeland causaria surpresa por fazer um episódio bom. Foi assim que me senti quando terminei Good Night, espantado por finalmente, após nove episódios que variaram entre o torturante e o medíocre, ver um episódio sem nenhum erro como esse.
A
tensão inerente a missão de enviar Brody ao Irã é um bom começo,
e a premissa é bem desenvolvida. Cada
vez que a missão do grupo na fronteira era interrompida por um
problema, a chance era
aproveitada pelos
roteiristas para explorar aquele momento. Coisas simples, como a
perda do sinal do drone, ganham enormes proporções.
Muito
do episódio é a espera. Há apenas dois momentos em que a situação
escala para fora do controle, mas o clima é suficientemente bem
construído para que, mesmo no momento em que pouco acontece, Good
Night nunca se torna
desinteressante. Por essa mesma razão, momentos como o ataque de
pânico de Brody soam muito mais verdadeiros que o forçadíssimo
vicio dele, por exemplo.
A
decisão de em certo momento, quando o carro que leva Brody explode,
jamais vermos o que está
acontecendo exceto pelas lentes distantes da câmera de um drone é
excelente. É um grande exemplo das escolhas nesse episódio
que servem para construir a atmosfera.
No
clímax, quando Brody decide fazer uma tentativa desesperada para
chegar ao Irã, é a conclusão de um pequeno arco narrativo de um
homem destruído que encontra a última chance para uma pequena
redenção, desesperado por
ela e por momentos assumindo uma postura completamente controlada,
fria, diante de todo o caos a sua volta.
Se
durante os episódios passados os escritores de Homeland tivessem
mostrado o mesmo foco e qualidade, duas coisas aconteceriam: nove
episódios se tornariam dois, afinal se tirarmos tudo de inútil que
vimos até agora pouco sobra, e a série continuaria a figurar entre
as melhores coisas de TV.
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