Dracula 1x05: The Devil's Waltz
7.12.13
Os quatro primeiros episódios de
Dracula pareciam bastante rasos. As vontades de Grayson soavam
exageradas, faltava sutileza as situações trabalhadas, tudo era
corrido e artificial. The Devil's Waltz consegue
contornar esse problema desenvolvendo várias narrativas paralelas
num pequeno período de tempo, onde a mudança de uma situação para
outra ocorre de maneira bastante natural.
O mais
desinteressante dos problemas é a busca por uma maneira de tornar
Grayson imune a luz do sol. São poucas cenas e o resultado é o
esperado: mais uma vez o fracasso. As outras histórias funcionam
muito melhor.
O relacionamento de
Mina e Harker, e o triangulo amoroso causado por Grayson, é
interessante e os roteiristas parecem brincar com a idéia de que
tornarão a competição fácil para o vampiro. Toda vez que Jonathan
faz algo que sua noiva desaprova, parece estar a empurrando
diretamente para os braços do seu chefe. Entretanto, ele sempre acha
um jeito de se redimir. Essas pequenas idas e vindas dos dois servem
muito melhor a história que se prestam a contar do que a
possibilidade sugerida: Jonathan se tornando ambicioso e distante
enquanto Drácula surge como um principe encantado.
Quando é
necessário mostrar que atração entre Alexander e Mina, apesar das
aparentes tentativas dele para não atrapalhar a relação dos dois,
é inevitável o caminho escolhido é muito melhor para a narrativa.
Ao colocar os sentimentos existentes entre os dois expostas na frente
de todos atráves de pequenos gestos durante uma dança, a série não
cria um momento onde apenas os espectadores percebem o que acontece,
mas também os personagens, criando consequências para o que foi
mostrado dentro da trama.
Considerando como
as relações do trio são apresentadas nesses momentos, as cenas
onde Mina sonha com Alexander ou quando este imagina matar Harker no
meio da festa soam extremamente deslocadas. As duas cenas pecam por
entregarem sua natureza irreal por sua implausibilidade. No caso da
primeira, Grayson nunca seria tão invasivo a ponto de simplesmente
estar ali, de pé naquele quarto apenas observando. No caso da
segunda, ele nunca demonstrou o menor desejo de matar seu
recém-contratado funcionário, muito menos de fazê-lo diante de uma
plateia. Ambos os momentos soam como recursos rasteiros para causar
surpresa.
Os
flashbacks que
elucidam como Grayson e Renfield
vem no momento certo, explicando um a lealdade existente entre os
dois e justificando a resistência desse último a tortura. Parece
fácil demais, entretanto, que o vampiro revelasse tão facilmente
sua identidade para alguém, mas isso talvez se explique por Drácula
não enxergá-lo como uma ameaça. Essa explicação poderia ser
dada, pois simples, já que empatia soa simplista.
Dracula vai
dando pequenos passos para se tornar uma série melhor, mas ainda
subaproveita seus melhores aspectos ao limitar a disputa entre uma
ordem secular e um vampiro a um jogo de intrigas ainda sem
qualidades.
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