Person Of Interest 3x08/3x09: Endgame/The Crossing
20.11.13
Olhando em retrocesso para
os mais recentes episódios de Person
Of Interest fica
claro o crescente construído semana após semana, tornando o
conflito com o HR – uma
trama que antes se arrastava -
grandioso e digno de um final explosivo e impactante.
Sem
dúvida o grande destaque desses últimos episódios é a detetive
Carter. Levando as últimas consequências o que disse sobre estar
“jogando com
regras diferentes”,
ela age com uma determinação ímpar e sem jamais soar inverossimil.
Mais
do que sua habilidade para a ação e modo sempre ofensivo de agir
desde que começou sua guerra particular contra o HR – o que parece
o resultado de tanto tempo vendo Reese agir da mesma forma -, os
episódios mostram como ela também é uma excelente estrategista.
Endgame se
concentra nesse aspecto primariamente. A
estrutura de flashback
do
episódio,
mostrando
a ação e então o planejamento de Carter parece um recurso
desnecessário já que não é dificil inferir o involvimento da
policial no ataque aquele caminhão, não depois de tudo que ela já
fez. Muito pelo contrário, é até esperado. Exceto isso, a sucessão
de eventos que leva até a prisão de Quinn é bem orquestrada, um
plano elaborado que não conta com coincidências oportunas para
fazer o roteiro funcionar e usa bem elementos já estabelecidos em
episódios passados, como a ajudas pontuais de Shaw, com as armas, e
Elias, para incitar o conflito com os russos.
The
Crossing por
sua vez é uma sequência que se concentra na ação – bem
feita, sem correria ou cortes insanos sem propósito -,
é faz algo raro para uma série procedural:
cria um clima de perigo crível. Durante a maior parte do episódio o
risco para os protagonistas é real, não por causa de ameaças como
gangues de rua, mas pela simples força bruta do adversário, ficando
claro em todos os momentos que o quinteto – Reese, Carter, Fusco,
Shaw e Finch – simplesmente não tem capacidade de enfrentar.
É
uma disparidade forças
que não fica incosequente. Em vários instantes durante a tortura de
Fusco, por exemplo, realmente acreditei na morte iminente do policial
afinal, ninguém podia salvá-lo. Quando
Carter e Reese estão encurralados no necrotério – personagens
perto de morrer se escondem em um necrotério: pontos para o humor
negro –, não é uma possibilidade remota que um deles fosse morrer
ali ou
ao menos ficar gravemente ferido,
principalmente depois da sugestão de Root sobre os possíveis
ajudantes de Finch que já teriam morrido no passado.
A
melhor idéia do roteiro entretanto é exatamente não matar nenhum
dos seus personagens nos momentos mais prováveis. Inteligentemente,
a morte de Carter é deixada para a hora em que tudo parece
resolvido, sendo mais surpreendente assim, surgindo do nada no meio
de uma cena tipica de final feliz após uma grande crise. O
acontecimento ganha contornos melodramáticos por tornar Reese um
personagem absurdamente trágico, já que Carter morre logo depois
que eles assumem os sentimentos que têm um pelo outro, após serem
caçados e sobreviverem.
É
apropriado que The
Crossing faça
referências ao primeiro episódio da série, àquele Reese à beira
do suicídio pois o estado mental dele após ver Carter morrer nos
seus braços será o mesmo daquele distante passado, mas agora com um
desejo de vingança e meios para conseguí-la.
PS:
O
relacionamento de enigmático de Finch com Root é um dos aspectos
mais fascinantes da série. Apesar de tudo que ela já fez, ele não
consegue vê-la como uma simples criminosa que ele e Reese capturam a
cada episódio enquanto ela claramente se preocupa com ele. Não
acredito que seja simples manipulação para se ver livre quando ela
diz que ajudaria ele a achar Reese, mesmo admitindo não se importar
com o último.
Uma
estranha admiração mutua governa a relação dos dois, independente
da moralidade dos atos de cada um, presentes ou passados, ambos
parecem ver além disso e enxergar apenas um semelhante intelectual.
Alias, sendo ambos tão inteligentes e possuindo conhecimentos tão
semelhantes, é estranho que o diálogo entre eles seja tão simples
as vezes, principalmente quando relacionado a Máquina,
recorrendo a metáforas desnecessárias para expor ideias – a
comparação do código com DNA feita por Finch por exemplo – que
ambos não teriam a menor dificuldade para entender. Parece que as
falas são emburrecidas para que o público possa acompanhar.
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