Homeland 3x08/09: A Red Wheelbarrow/One Last Time
29.11.13
Nesses episódios
recentes Homeland vem cada
vez mais mostrando como é possível desenvolver uma trama e ainda
sim fazer parecer que nada acontece. Essa é uma definição bem
apropriada para A Red Wheelbarrow,
que avança a trama da forma mais burocrática possível. A maioria
dos eventos é coerente, mas jamais empolgante.
Não
há nenhuma grande cena, um momento que ofereça uma surpresa. Ver o
desenvolvimento da armadilha para capturar o homem que moveu o carro
é testemunhar uma sucessão de eventos
previsíveis e que termina sem uma conclusão. De repente toda aquela
vontade de Carrie em ver Brody inocentado, até então representada
apenas por fotos na parede, ressurge e sem muito propósito, exceto
criar mais um problema entre ela e Saul.
Em
meio a esse marasmo, cenas onde vemos um pouco do cotidiano de Fara,
o que poderia enriquecê-la, expandir suas motivações, parecem
apenas mais uma perda de tempo. A
intenção daquela cena é ser um momento mais calmo para uma trama
cheia de energia, só que não há nada nas outras cenas que sugira a
necessidade de alguns minutos para respirar. Alan Bernard sofre do
mesmo mal, e pior, justifica sua presença na série como algo além
do caso amoroso de Mira, o que é totalmente desnecessário. Ele
funcionava como um retrato da vida pessoal fracassada de Saul, não
havia motivo para associar mais significado a sua existencia na
série.
No
final do oitavo episódio, quando Saul vai encontrar Brody, a
sequencia é tão desnecessariamente misteriosa. Já sabemos que
Brody esta ali, não há a necessidade de ir revelando lentamente
aquele lugar, como se já não soubéssemos quem vamos ver quando
Saul chergar naquele quarto e o que ele encontrará.
One Last Time consegue
ser ainda pior. Nele são condensados todos os problemas estruturais
da temporada. A série desperdiçou uma quantidade absurda de tempo
desenvolvendo as consequências sentidas por Dana após os eventos da
segunda temporada, mas quando esse tempo é realmente necessário
para mostrar a abstinência de Brody, vemos apenas uma montagem
rápida, que comprime semanas de recuperação em alguns poucos
minutos.
Como
se já não bastasse a dependência de Brody ser totalmente
desnecessária, já que não oferece nada de fato a narrativa, ela
ressalta como o tempo foi mal aproveitado. Por exemplo, o único
motivo para termos visto os problemas de Dana foi para dar sentido a
cena entre ela e o pai nesse episódio. Além da burrice inexplicável
no ato de Carrie ao permitir o encontro, é notável que nessa cena
praticamente metade do que foi visto até aqui poderia ser resumido
em um dialogo. “Dana tentou se matar, depois mudou o
sobrenome”, se os roteiristas
tivessem um pouco de poder de síntese, essa frase seria usada ao
invés de sermos forçados a assistir um drama adolescente
pretensioso.
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