Misfits 5x01: Episode 1
28.10.13
Não é fácil viver a sombra da sua própria glória.
Misfits carrega o peso de tentar imprimir a mesma qualidade
e carisma que os personagens das primeiras temporadas tinham e a solução pra
dar um novo fôlego para o show é fazer dessa a última temporada. Até aqui, parece ter sido
uma decisão muito inteligente para fechar a série de uma maneira honesta.
No episódio fica claro que a última temporada não passou de um prelúdio e nessa estreia,
que teve cara de meio de temporada, já tivemos uma história parecida com já
falecida a antiga misfits e a fórmula foi simples: Repita os plots que deram
certo, com novos personagens e twists.
Todo mundo já viu alguém ficando possuído ou um culto que se
espalha tipo epidemia, mas essa é a formula que funciona e que deu pra esse
episódio um cheiro do que era pra ser essa nova geração, desde a saída do
Natan. A última cena com os 5 caminhando de macacão laranja me lembrou muito o
sentimento que eu tinha quando assistia a primeira temporada.
A mitologia da série gira em torno da tempestade e eu,
particularmente, tenho uma impressão ou teoria de que cada poder tem uma
relação direta com o que você estava pensando na hora em que estava na
tempestade (discorde de mim se for capaz), mas desde o desejo de ser invisível,
ou ter o seu transtorno bipolar elevado a realidade, ou a capacidade de saber o
que pensam de você, todo poder tem uma relação filosófica com o seu personagem.
O que me leva a perguntar o que alguém pensa/sente pra se tornar uma tartaruga
ou para ter o poder de convencer os outros a seguirem satanás.
Falando no coisa-ruim, o culto do mochila de criança satanás
não foi tão legal (o diabo se deixou vencer por uma tesourinha de unha, um
sabonete e uma esporrada de luz) quanto a febre dos crentes que arrebatou a
segunda temporada, mas pelo ao menos mexeu um pouco com a dinâmica de Finn.
Foi legal ver ele cheio de atitude, endemoniado e romântico.
O plot não é revolucionário, mas foi divertido e ajudou a empatizar um pouco
mais com o personagem e rendeu uma cena que foi mais bem bolada que a última
temporada inteira.
Poucas séries tem os colhões de criar um plot onde a
salvação do dia é um estupro gay em um demônio com um kamehameha observado pela protagonista
amarrada. Depois disso tudo, a série ainda faz você rir do que aconteceu, como
se estivesse zoando um amigo depois de uma situação embaraçosa.
O grupo de apoio pra
quem tem poderes não foi tão expressivo ainda, mas parece ser um núcleo que tem
a chance de ser o começo de boas histórias. A vovó que vê o futuro já deixou
claro que o caminho da temporada é a consagração dos underdogs em super heróis,
o problema é saber se a série tem fôlego pra fazer isso direito.
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