Homeland 3x03/04: Tower Of David/Game On
22.10.13
3x03: Tower Of David
Dana não apareceu e sua ausência é o que o episódio tem de melhor. Além dessa pequena melhora, não há muito de interessante nesse episódio. Brody surgiu na temporada com uma trama arrastada, que anda em círculos apenas para reforçar uma mensagem já estabelecida pelo lugar onde ele se encontra e pela sua debilitação: ele chegou no fim da linha, no fundo do poço, num beco sem saída. Sim, o que eu fiz na última frase é exatamente o que Tower of David faz, dizer o mesmo de formas diferentes.
Brody foi baleado, mal consegue andar sozinho, vive em uma enorme favela vertical - que é revelada numa cena com um chroma key horrendo - cercado por pessoas que parecem constantemente a beira de matá-lo ou entregá-lo para o governo americano. Tudo isso é facilmente perceptivel nos primeiros minutos do episódio, mas para não deixar nenhuma dúvida, temo que ver ele tentar fugir para mesquita ou se drogar, tudo isso cercado por personagens formulaicos - a bondosa filha do traficante - ou gratuitamente bizarros - o médico pedófilo.
Pior do que tramas fracas, o problema de Homeland até aqui parece mesmo ser timing. O que mostrar, quando mostrar e por quanto tempo. A infame trama envolvendo Dana, por exemplo, seria mais tolerável se fosse pontualmente abordada. Com Brody, o mesmo acontece, já que os roteiristas parecem crer que o que seu dia-a-dia e recuperação são de tamanha importância que merecem praticamente um episódio inteiro.
Nas poucas cenas do episódio onde não estamos testemunhando as desventuras de Brody, vemos Carrie tentando convencer as pessoas que ela é sã sem muito sucesso. A unica parte realmente interessante dessas pequenas sequencias é aquela onde a agente da CIA recebe uma oferta para aparentemente trair a agencia. É algo que de fato faz a trama avançar, fugindo da repetição.
3x04: Game On
Metade desse episódio foi boa o suficiente para mudar a perspectiva de eventos do começo dessa temporada, a outra teve Dana. Deixando o bom - algo que tem sido raro - para o fim, começarei comentando o constante desperdício de tempo com a filha de Brody.
O problema dessa trama reside no fato que os roteiristas acreditam piamente que Dana é capaz de preencher o vácuo deixado pelo seu pai na trama que se passa nos EUA. Com ele na Venezuela, talvez não existisse qualquer bom motivo para manter o núcleo da família dele, mas por alguma razão que permanece elusiva foi decidido que esse nucleo da série deveria não só permanecer como se tornar uma Gossip Girl pretensiosa.
Eu gostaria muito de ver a equipe criativa da série tentando justificar a trama desse episódio ou a maioria do que foi visto até aqui sobre a garota. No futuro esse drama adolescente pode ser justificado com algum acontecimento relevante, mas não muda a tortura episódio após episódio de assistir um drama adolescente introduzido ontem com o qual é impossível se importar.
Outra metade do episódio, onde vemos Carrie aparentemente acreditando que a CIA pode matá-la a qualquer momento, é muito mais eficiente. O pânico dela soa exagerado em vista da revelação final pois, se era tudo um plano não há motivo para o desespero. O que ela faz é compreensivel para criar a encenação: ir ao banco, dormir fora de casa, ligar para Virgil para tentar fugir, tudo isso é aceitável.
Diferentemente, o estado mental que Carrie aparenta estar depois de ter sido solta soa exagerado pois parece que ela realmente acredita que tudo que aconteceu com ela era real, e não parte de um elaborado plano dela junto com Saul. É completamente normal que a série coloque elementos que enganem o espectador ao preparar um plot twist, mas eles devem resistir a uma segunda revisão, agora com uma nova perspectiva. O problema de muito dos acontecimentos até aqui, e principalmente nesse Game On, é que eles não resistem. Não são disfarces criados pelos roteiristas para encobrir a verdade, mas mentiras descaradas.
O aspecto mais positivo desse plot twist é que ele traz alguma evolução para Carrie. Ela finalmente deixou de ser a louca que acha que pode convencer o mundo no grito sem perceber que suas atitudes mais a prejudicam que a ajudam. Seu modo de agir cada vez mais descontrolado era uma armação, se distanciando da personagem mais descontrolada do passado. Essa idéia é enriquecida pelas cenas iniciais do episódio, onde Carrie se vê numa outra paciente, que grita e resite ao tratamento para mais tarde surgir dopada numa cadeira de rodas. Ela parece finalmente estar caminhando para longe da sua insanidade, e isso sera bom para série: parar de andar em circulos.
Dana não apareceu e sua ausência é o que o episódio tem de melhor. Além dessa pequena melhora, não há muito de interessante nesse episódio. Brody surgiu na temporada com uma trama arrastada, que anda em círculos apenas para reforçar uma mensagem já estabelecida pelo lugar onde ele se encontra e pela sua debilitação: ele chegou no fim da linha, no fundo do poço, num beco sem saída. Sim, o que eu fiz na última frase é exatamente o que Tower of David faz, dizer o mesmo de formas diferentes.
Brody foi baleado, mal consegue andar sozinho, vive em uma enorme favela vertical - que é revelada numa cena com um chroma key horrendo - cercado por pessoas que parecem constantemente a beira de matá-lo ou entregá-lo para o governo americano. Tudo isso é facilmente perceptivel nos primeiros minutos do episódio, mas para não deixar nenhuma dúvida, temo que ver ele tentar fugir para mesquita ou se drogar, tudo isso cercado por personagens formulaicos - a bondosa filha do traficante - ou gratuitamente bizarros - o médico pedófilo.
Pior do que tramas fracas, o problema de Homeland até aqui parece mesmo ser timing. O que mostrar, quando mostrar e por quanto tempo. A infame trama envolvendo Dana, por exemplo, seria mais tolerável se fosse pontualmente abordada. Com Brody, o mesmo acontece, já que os roteiristas parecem crer que o que seu dia-a-dia e recuperação são de tamanha importância que merecem praticamente um episódio inteiro.
Nas poucas cenas do episódio onde não estamos testemunhando as desventuras de Brody, vemos Carrie tentando convencer as pessoas que ela é sã sem muito sucesso. A unica parte realmente interessante dessas pequenas sequencias é aquela onde a agente da CIA recebe uma oferta para aparentemente trair a agencia. É algo que de fato faz a trama avançar, fugindo da repetição.
3x04: Game On
Metade desse episódio foi boa o suficiente para mudar a perspectiva de eventos do começo dessa temporada, a outra teve Dana. Deixando o bom - algo que tem sido raro - para o fim, começarei comentando o constante desperdício de tempo com a filha de Brody.
O problema dessa trama reside no fato que os roteiristas acreditam piamente que Dana é capaz de preencher o vácuo deixado pelo seu pai na trama que se passa nos EUA. Com ele na Venezuela, talvez não existisse qualquer bom motivo para manter o núcleo da família dele, mas por alguma razão que permanece elusiva foi decidido que esse nucleo da série deveria não só permanecer como se tornar uma Gossip Girl pretensiosa.
Eu gostaria muito de ver a equipe criativa da série tentando justificar a trama desse episódio ou a maioria do que foi visto até aqui sobre a garota. No futuro esse drama adolescente pode ser justificado com algum acontecimento relevante, mas não muda a tortura episódio após episódio de assistir um drama adolescente introduzido ontem com o qual é impossível se importar.
Outra metade do episódio, onde vemos Carrie aparentemente acreditando que a CIA pode matá-la a qualquer momento, é muito mais eficiente. O pânico dela soa exagerado em vista da revelação final pois, se era tudo um plano não há motivo para o desespero. O que ela faz é compreensivel para criar a encenação: ir ao banco, dormir fora de casa, ligar para Virgil para tentar fugir, tudo isso é aceitável.
Diferentemente, o estado mental que Carrie aparenta estar depois de ter sido solta soa exagerado pois parece que ela realmente acredita que tudo que aconteceu com ela era real, e não parte de um elaborado plano dela junto com Saul. É completamente normal que a série coloque elementos que enganem o espectador ao preparar um plot twist, mas eles devem resistir a uma segunda revisão, agora com uma nova perspectiva. O problema de muito dos acontecimentos até aqui, e principalmente nesse Game On, é que eles não resistem. Não são disfarces criados pelos roteiristas para encobrir a verdade, mas mentiras descaradas.
O aspecto mais positivo desse plot twist é que ele traz alguma evolução para Carrie. Ela finalmente deixou de ser a louca que acha que pode convencer o mundo no grito sem perceber que suas atitudes mais a prejudicam que a ajudam. Seu modo de agir cada vez mais descontrolado era uma armação, se distanciando da personagem mais descontrolada do passado. Essa idéia é enriquecida pelas cenas iniciais do episódio, onde Carrie se vê numa outra paciente, que grita e resite ao tratamento para mais tarde surgir dopada numa cadeira de rodas. Ela parece finalmente estar caminhando para longe da sua insanidade, e isso sera bom para série: parar de andar em circulos.
2 comentários
Exatamente o que eu acho,principalmente a parte do "Gossip Girl pretensioso".
ResponderExcluirDepois do episódio 3 e a única qualidade que ele tem(a Dana não aparecer)resolvi ignorá-la e simplesmente pular as partes dela.Consegui até dá 10 pra esse episódio.
Sua crítica é interessante, mas vc se enganou em algumas coisas, que alias deixa o roteiro, até aqui, brilhante. Seria impossível o mesmo impacto da história, se o lance da clinica aparecesse rapidamente e em flash back, não teria o mesmo impacto em nós, do que só agora percebermos o plot real. Mas o verdadeiro trunfo da história é q a Carrie e o Saul tinham sim um plano, mas o sofrimento da Carrie era real, ela estava na clinica contra a vontade de verdade, não era fingimento. Em vários momentos dos episódios anteriores a Carrie deixa isso claro, mas só agora compreendemos. No final do primeiro episódio a Carrie manda um 'Vá se foder' para o Saul. ela sabia do plano mas viu que o Saul estava extrapolando, o fato dele detonar ela no congresso ela tbm não esperava sua raiva foi real.Em outro momento numa audiência na clínica ela tenta fugir da sala e grita 'Tudo isso é uma farsa' ela não se referia às acusações sobre ela, bipolar e tal, mas àquela situação, ela estava ali p /desempenhar um papel não passar pelo 'karma' daquela 'prisão'. Isso revela que ela queria realmente cair fora daquela situação, mas ela não queria estragar a história por isso pedia a todos p/ falar ao Saul que ela queria desistir. E o Saul, hein? Que grande fdp, manipulou a Carrie direitinho e toda a encenação, para tornar a situação mais verdadeira ainda aos terroristas. Percebe-se bem o quanto maquiavélico Saul é, exatamente na cena final quando ela chora porq esta desabando, em função do que passou e viu na clinica e o Saul cinicamente diz: "Vc é uma garota incrível, Carrie'. E ele dá um sorriso de vitória.
ResponderExcluirComenta, gente, é nosso sarálio!