Lucky 7 1x01: Pilot
26.9.13
A aposta mais certeira de fracasso na nova safra não é nem de longe tão ruim quanto muitas apostas de sucesso.
Se havia uma unanimidade a respeito de qual série provocaria menos interesse do público na fall season 2013/2014, essa unanimidade era Lucky 7. O mote de explorar vários personagens que ganham juntos na loteria não é novo e foi feito de forma até bem parecida em Windfall, saudoso novelão da NBC, mas o excesso de gente desconhecida do grande público e uma promo que não dizia a que veio foram suficientes para afastar qualquer hype da série, que estreou com uma das piores audiências da ABC nos últimos anos e já é cancelamento certo.
Uma pena, porque uma vez que a proposta da série toma corpo, dá pra enxergar um grande potencial. Os “sete sortudos” em questão, colegas de trabalho num posto com serviços de reparos e loja de conveniência, seguram os seus núcleos, senão com um roteiro elaborado, pelo menos com carisma e a promessa de que desenvolvimentos promissores virão.
Matt (Matt Long) é o empregado-modelo que acaba de se tornar pai pela segunda vez, recebendo a missão de livrar a esposa e os filhos de sua mãe controladora. Com as finanças cada vez mais comprometidas e a possibilidade de perder o emprego num momento tão difícil, só resta aceitar o plano maluco do irmão, Nicky (Stephen Louis Grush), que finge assaltar o posto numa sequência que viaja rapidamente do extremo dramático ao pastelão, machucando o gerente, Bob (Isiah Whitlock Jr.), no processo.
Lorraine (Denise Dibinksy), de longe a figura mais adorável do elenco, luta contra a balança e a favor de um casamento com um marido que obviamente a está traindo. Se a série fosse mais longe, o que infelizmente não será o caso, a veríamos chegando em 2014 com o peso que tinha quando se casou. Quem aparece pouco, mas também cativa, é Mary (Anastasia Phillips), mãe solteira que, ao que tudo indica, cometeu falsidade ideológica, o que pode tirar sua recém-adquirida fortuna.
Samira (Summer Bishil) repete um papel que já virou clichê máximo, da indiana oprimida pela família, que quer casá-la com um bom partido a todo custo. Embora não seja das histórias mais originais, a atriz compensa com charme e várias giradinhas de olhos para cada vez que a família tenta manter o bedelho. E pra fechar o número sete com muito azar, Luis Antonio (Antonio Clemente) é o funcionário que desistiu da loteria há algum tempo e perdeu essa mamata, com a desculpa de ser um bom provedor que economizou quase 400 dólares e permitiu que a esposa comprasse uma torradeira.
Com uma mistura quase esquizofrênica de drama e humor, Lucky 7 definitivamente não tem o perfil de queridinha de ninguém, mas no meio de tantas comédias “engraçadonas” que estão vindo e dramas pretensiosos que mal emplacam um personagem, é sempre bom ver um grupo afinado e que tem possibilidades de crescimento e evolução. Para quem também gostou, e tenho a consciência de que será uma minoria absoluta, fica o conselho de não se apegar, porque o cancelamento virá a qualquer momento, mas não custa dar mais uma olhada na jornada dos sortudos, seja lá quanto tempo dure.
1 comentários
Belo texto... Mas é bem isso que vc falou.. Não se apegue!
ResponderExcluirComenta, gente, é nosso sarálio!