Dexter 8x03/04: What's Eating Dexter Morgan?/Scar Tissue

28.7.13


Duas semanas de sonolência.

Um episódio morno com um final levemente aquecido. Assim foi What’s eating Dexter Morgan?. Seja por preguiça ou por estratégia dos roteiristas (voto na primeira), a receita utilizada no terceiro capítulo da temporada foi praticamente a mesma do anterior, talvez um pouco mais ou um pouco menos insossa, mas não diferente.

O suspense dos primeiros minutos foi bacana, mas só serviu para enganar. Parecia que Harrison havia virado presa de algum inimigo de Dex, mas o filhote gracinha só estava aprontando de madrugada, para mostrar que papai é psicopata mas tem coração. É, a intenção parece ser transformar o protagonista em uma espécie de mártir macabro ou apenas consagrá-lo como um psicopata diferente cujo amor pela família conseguiu torna-lo alguém melhor. A pergunta é: Dexter não é tão mau porque ama os familiares ou ama os familiares porque não é tão mau? Dra. Vogel está tentando desvendar o enigma enquanto usa a cria para ajudá-la a capturar o ladrão de pedaços de cérebro. E Dexter tá tão pancada das ideias depois desses anos todos que, na maior rapidez, está se deixando levar pela velha.

Enquanto ambos trocavam conhecimento e procuravam o (outro) assassino, este dava um largo passo à frente e fazia parecer que o cara que matou enforcado no episódio anterior era ele – e havia cometido suicídio. A perícia da Miami Metro ficou tão boa depois da morte da LaGuerta que não desconfiaram das evidencias plantadas. E, afinal, Dexter estava lá para garantir isso.

Em meio a essa monotonia de investigação, caça ao assassino em série e descoberta do discípulo de Hannibal Lecter, Dexter tentava lidar mais uma vez com o grande problema que causou: Debra. Até nisso a fórmula não sofreu grandes alterações: a mocinha Morgan continua no fundo do poço, extravasando no álcool, e pior, recorrendo a ninguém menos que o Quinn para resgatá-la. A propósito, Quinn tem sido a grande aposta (aham): salvador da pátria de Deb, pessoa em que Batista está depositando todas as fichas... se der certo, só Jamie quem não usufruirá do novo Quinn, pelo visto.

E novamente, foi a questão Debra que deu o grande up no episódio. Depois de ter uma revelação vendo uma mulher traída e em negação, Deb percebeu que estava na hora de expiar os pecados. Como? Confessando a autoria do assassinato de Maria. Duvidei até o último segundo que ela fosse fazê-lo – jurava que ia confessar que tinha matado El Sapo – mas sim, Deb abriu o jogo com quem? Sim, QUINN (o salvador!). Como já era previsível, Dex e tia Vogue conseguiram intervir (uma das cenas boas!) e Dexter mostrou de novo como está mais chapado que a irmã bêbada: deixou-a com a doutora, que garante que poderá dar jeito na moça. Uma deixa razoável que poderia dar certo ou muito errado em Scar Tissue.

E o que aconteceu foi que a deixa só resultou em mais momentos mornos. O episódio quatro da temporada final seguiu no mesmo ritmo dos anteriores. Debra, talvez por desespero, topou a terapia da Voguel – e o que eu mais esperava ver, que era o momento em que ela acordava algemada, simplesmente não aconteceu – e se submeteu à presença da mulher tanto quanto o irmão. É, vai entender...

Houve certo avanço na descoberta do assassino, que parece ter sido cobaia dos procedimentos não ortodoxos da Dra. Evelyn. Cometendo mais um deslize atípico, Dexter se deixou ser visto pelo ladrão de córtex. O lance poderia ter ficado sério, mas... não nesse episódio.

Nesse meio tempo, surgiu outro caso para o pessoal da Miami Metro investigar – e o sucesso profissional de Quinn está dependendo disso. A questão Quinn, Batista, Jamie e etc. também não sofreu grandes alterações: Quinn continua dando deixas gigantescas de que morre de amores pela Debra, Jamie fica enciumada mas logo em seguida tá exibindo peitos e bunda pro futuro sargento (e pra audiência), Batista continua apostando no cunhado para o cargo do ano. Same old, same old.

E quando parecia que não era possível arrumarem mais histórias absurdas para os personagens secundários, Vince Masuka se descobre pai de uma adolescente a quem ele lançou uma bela cantada de pedreiro e que não nega a raça: a guria dá a mesma risada do pai. É pra rir ou pra chorar?

Scar Tissue (que me faz cantarolar a música do Red Hot ChilliPeppers) foi mais do mesmo: mais do drama de Dexter não querendo ser abandonado por Debra, mais das investigações oficiais e extraoficiais sem sal, mais das problemáticas banais dos personagens secundários e mais da fofura de Harrison, que agora tem um amigo imaginário.

Um ponto que talvez mereça atenção é a amiga de Jamie, que apareceu como quem não quer nada na casa de Dexter. Será que desse mato sai cachorro? Se sim, de que tipo?

Assim como What’s eating Dexter Morgan?, o episódio só teve impacto nos minutos finais: depois de Dexter perceber que estava servindo de experimento para Voguel (jura?! Só ele que não sabia) e quase cortar relações, e Debra descobrir que Harry havia cometido suicídio por causa de Dex, só restava o que nem todo mundo poderia esperar. Sim, Debra tentou acabar com a própria vida e a do irmão. Solução dos problemas de todo mundo.

Só que não. Um personagem terciário resgatou Deb, que resolveu salvar Dex. Talvez a sequência traga consequências surpreendentes, mas, é preferível não criar expectativas. Há sempre a possibilidade de a sonolência continuar nessa semana.

O que esperar da Series Finale?

Talvez Você Curta

2 comentários

  1. Acho que estamos assistindo a episódios diferentes, no mínimo.
    Volta na primeira ou na quarta temporada de Dexter e analisa o começo de ambas.

    Só concordo que o "Brain Surgeon" não empolgou como ITK ou Trinity Killer

    ResponderExcluir
  2. Talvez não seja uma questão de episódios diferentes, mas de olhares diferentes. Posso seguir a sugestão e rever as temporadas mencionadas (a primeira realmente foi ótima), mas discordar do seu ponto de vista.



    Por exemplo, não compararia o ITK ao Trinity, simplesmente por achar o primeiro singular.


    Mas não entenda mal a resposta: acho interessante quando há essa discordância, abre margem para que eu tente repensar alguns pontos sob outra perspectiva. Por isso, obrigada pelo comentário :)

    ResponderExcluir

Comenta, gente, é nosso sarálio!

Subscribe