Game of Thrones 3x03: Walk of Punishment
16.4.13
Arqueiro que atira para tudo quanto é alvo acaba não
acertando nenhum.
Não dá para dizer que foi ruim ou que decepcionou uma vez
que “Walk of Punishment” seguiu exatamente o padrão dos primeiros dois episódios
da temporada, muitas tramas, pouco tempo de tela para cada personagem e a
sensação que nenhuma das histórias apresentou grande progresso. Afinal, Jon
Snow continua com os selvagens, Tyrion continua tendo dificuldades de se
encaixar após o retorno de seu pai, Arya, Jaime e Brienne continuam sendo
capturados e irem do nada para lugar nenhum, Robb e Catelyn continuam avulsos,
Daenerys continua querendo um exército e Stannis continua sendo o trouxa de
Melisandre. Eu aprecio muito séries que privilegiam o desenvolvimento de seus
personagens em detrimento a muitos acontecimentos em todos os episódios, como
Breaking Bad e Mad Men por exemplo, porém não é o desenvolvimento que está tirando
tempo da ação de fato e sim a tentativa de apresentar muitas tramas sem
conseguir focar em nenhuma delas com o sucesso esperado. É justamente este
ponto que fez a primeira temporada da série superior às suas sucessoras, uma
vez que os personagens se encontravam mais agrupados, um ajudava o outro a ter
destaque e as tramas eram desenvolvidas com mais clareza. Tanto na segunda como
nesta terceira temporada, os personagens aparecem apenas para a gente lembrar
que eles existem e, apesar da sensação de que pouca coisa acontece, quando
existe algum grande acontecimento ele parece apressado e sem o destaque
necessário.
Foi justamente o que aconteceu com o corte da mão de Jaime,
que pode ser considerado o grande acontecimento do episódio, mas que, mesmo
tendo sido legal e um pouco surpreendente (para quem não leu os livros, é
claro), não causou o impacto que eu esperava. Isto porque Jaime vem sendo o
melhor personagem da série e é o único que apresenta uma boa evolução e um
desenvolvimento interessante. Game of Thrones não é uma série do bem contra o
mau, seus personagens caminham livremente entre os dois lados e a trajetória de
Jaime é a que mais evidencia esta qualidade da série. O mesmo que é capaz de
manter um relacionamento sexual com a sua irmã e jogar um menino da janela para
encobrir o costume consegue mostrar um lado bem mais generoso ao tentar livrar
Brienne do estupro. Não posso esperar para ver os efeitos da perda da mão em
Jaime, que era considerado o melhor espadachim de Westereos, e o quanto estas
mudanças serão capazes de intervir no papel dele no jogo dos tronos.
Outro destaque ficou por conta da apresentação de Edmure e
Peixe Negro, irmão e tio de Catelyn respectivamente, sendo que o primeiro foi
retratado como um completo idiota e o segundo como um sujeito fodão, rebelde e
até mesmo um pouco misterioso. Outro ponto interessante é perceber que Robb não
consegue ser um grande líder fora dos campos de batalha e acaba não sendo tão
respeitado por aqueles que deveriam servi-lo. A falta de carisma do personagem
ajuda nesta avaliação, mas eximo o ator (Richard Madden) de qualquer culpa, já
que no livro o personagem também não é grande coisa. Acredito que a ideia de
Martin é mostrar como existem tantos pretendentes ao Trono de Ferro, mas como
nenhum deles é realmente preparado para assumir tão cargo, principalmente se
pensarmos que o personagem que talvez com maior potencial para rei acabou morto
logo na primeira temporada da série.
Para mim, o mais legal do episódio foi a música “The Bear And
The Maiden Fair”, original dos livros e gravada para a série pela banda Hold
Steady. Muitos fãs já reclamaram que o estilo da música não condiz com a série,
mas é inegável que a versão ficou demais, ajudou a aumentar o choque do final
do episódio e deve ser um grande hit no meu iPod nas próximas semanas. Assim
como aconteceu com a versão de “The Rains of Castamere”, os produtores
investiram em algo bem atual, relevante no cenário musical de hoje em dia, que
me passa uma agressividade e um realismo presentes na série e que, de alguma
forma, consegue respeitar o tema apresentado no livro. Só não consegui fazer
relação da letra com o episódio em si, mas a série nem vem apresentando
episódio redondos e com um tema em comum e uma ou duas cenas de cada um de seus
tantos personagens.
PS: A cena de Tyrion e Cersei arrastando cadeiras na
tentativa de mostrar poder foi excelente, assim como o que foi feito com
aqueles cavalos na trama de Sam.
3 comentários
não gostei, review muito parcial, muito voltada aos seus personagens favoritos, lamentavel qnd esses são personagens como Daenerys
ResponderExcluirNão entendi o seu comentário mas valeu pelo feedback mesmo assim.
ResponderExcluirUm dia eu descubro como fazer uma review imparcial, se é que isto existe.
Só para deixar claro, a Daenerys está longe de ser uma das minhas personagens favoritas, mto pelo contrário.
Adorei a review, exatamente o que eu penso foi expresso nela, principalmente a parte que estão deixando os personagens muito superficiais, apenas pra introduzir mais e mais,
ResponderExcluirComenta, gente, é nosso sarálio!