Voltar de intervalos muito grandes normalmente é um problema. Quando uma série está no seu ápice e subitamente para a sua exibição, ela, na maioria dos casos, encontra dificuldades para voltar ao ritmo. Em minha opinião, foi exatamente isso que aconteceu com Modern Family. O episódio não foi ruim, mas a série é supostamente humorística, e tem que nos divertir. Em The Wow Factor, tivemos no máximo duas ou três cenas que realmente me lembraram da Modern Family antes do hiato. Eu não culpo os roteiristas, um mês é grande período de tempo, eu só acho que poderia ter sido muito melhor.

Dando continuidade ao arco iniciado no episódio 10 dessa temporada, Diamond in the Rough, Cameron e Claire formam uma parceria para reformar e alugar uma casa. Como não era pra menos, os dois tiveram alguns desentendimentos, sendo que ambos formaram meios para que tudo ocorresse como eles queriam. O Cam e o seu “Cavalo de Tróia”, dizendo alguma coisa espalhafatosa para depois pedir o que realmente queria, e a Claire, que falava uma overdose de números para o Cameron desistir da ideia. Com certeza tivemos cenas no mínimo engraçadas nessa parte do episódio. Por exemplo, a Claire, com a ajuda de uma Julie Bowen inspiradíssima, se insinuando com uma garrafa de água para cima da lésbica amiga do Cameron. Realmente, toda a sequência da personagem tirando o casaco, derramando “acidentalmente” água no corpo e ainda por cima cruzando os braços para deixar os peitos mais firmes foi sensacional. Quem também merece destaque é o Eric Stonestreet e seus gritos de “LOVE IT”, agora falando sério, o que foi a cena dos peixes sendo mutilados na nova fonte do Cam? Em minha opinião, só foi essa parte do episódio que valeu o meu tempo.

Já na casa dos Dunphy, Phil percebeu que as suas filhas não tinham nenhum conhecimento da vida doméstica. Tentando concertar a falha na educação delas, ele inicia um tour pela casa para ensiná-las algumas coisas básicas que todo mundo devia saber, como trocar a lâmpada ou concertar o Aquecedor a Gás. Eu achei todas as cenas dessa parte do episódio bem fracas. Nada muito engraçado ou novo, afinal, não é a primeira vez que as duas mostram inaptidão com a vida corriqueira ou o Phil demonstrando que na verdade não sabe nada sobre concertar as coisas. Se o momento pai e filho foi para emocionar, não funcionou, então para concluir só posso dizer que os roteiristas poderiam ter feito muito mais com o material que eles têm.

As cenas do Jay e família também foram bem mal escritas. Tivemos o clássico “Manny quer ir para um lugar maçante, mas nenhum dos pais quer acompanha-lo”, combinado com o clássico “Jay faz burrada, mas Glória também faz, então não tem problema”. A bola da vez foi o Manny querendo ir a uma leitura de Moby Dick, mas ambos os pais não querem ter esse desprazer, então inventam situações para poder aproveitar melhor o dia. Eu ainda estou tentando processar o que passou na cabeça do Jay quando ele, primeiro, entrou em uma sala de cinema com uma criança e, segundo, entregou a criança para uma conhecida que não via há anos. Não é coisa que se faça viu? Fica a dica para os pais em potencial que estão lendo esse texto.

E para finalizar, tivemos o plot do bullyng com o Mitchell e a Lily. Na escola da Lily, tinha um rapaz que era muito bom em jogar uma bola na parede (repare que eu não falei handebol, porque aquilo não é handebol, e nem squash, porque aquilo não é squash). O que acontecia era que o menino era tão bom que não deixava os outros jogarem e nunca saia. Assim, o Mitchell teve que pedir ajuda para o Luke. Realmente, a cena do final do episódio foi muito boa, o Luke fazendo o Mitchell tremer as pernas foi impagável. No final provou-se que o Mitchell não sabia ganhar e ficou se vangloriando para crianças do jardim de infância.

Observações:

- “Ok, feche o seu punho, agora abra duas vezes... você acabou de falar bunda em língua de sinais!” – Luke.