Person Of Interest 2x13/14: Dead Reckoning/One Percent
12.2.13
Através dos flashbacks
mostrados em vários de seus episódios, os criadores de Person of Interest sugeriram que Kara era uma personagem relevante.
Ela era um elemento importante do passado de Reese e ressurgira nessa temporada
como uma ameaça cujos objetivos permaneciam incógnitos. Considerando o mistério
criado em torno de suas motivações e o tempo gasto para introduzí-la, a conclusão de sua história na série é decepcionante.
Mostrá-la apenas como uma empregada de uma organização
misteriosa — essa sim, parece ser o inimigo real —, tendo seu desejo de
vingança manipulado para fins de outros, enfraquece a personagem. Mesmo que os
meios que ela escolhe para realizar sua missão, prendendo Snow e Reese aos
coletes, seja uma forma de vingança já que ela poderia encontrar outras
maneiras de alcançar seus objetivos, essa perspectiva emocional se anula ao
lado do pragmatismo de uma tarefa que precisa ser realizada.
Assim, diante de tanto desenvolvimento burocrático,
poucos momentos se salvam. Aqueles onde Reese decide se sacrificar
funcionam, principalmente quando ele esta no telhado com Finch. A
revelação de que Harold vendeu o notebook para os chineses surge como uma
grande surpresa. Por que ele faria isso? O que afinal existe naquele notebook?
A suposição mais simples seria a Máquina, ou o acesso a ela.
2x14: One Percent
Com um protagonista interessante que, unindo em sua
personalidade um comportamento errático e inteligência, se revela um grande
desafio para Reese proteger , One Percent
funciona muito melhor que seu antecessor por isso e também por conseguir mudar
a imagem construída para Finch ao começar a elaborar melhor as razões da culpa
que ele sente por ter criado a máquina.
Logan Pierce funciona quase como uma versão mais relaxada
mas não menos inteligente de Finch. Mesmo com seu comportamento bizarro, suas
atitudes são coerentes com a idéia mantida por ele, de que toda tecnologia fica
obsoleta e que ele deve sempre se reinventar para não desaparecer junto com
invenções ultrapassadas, e essa idéia apresenta várias relações interessantes
com a Máquina.
Primeiro, Logan defende que a única coisa que nunca fica
obsoleta é o desejo que as pessoas tem de se relacionar e de certo modo é
exatamente isso que a criação de Finch faz, mas de uma maneira muito mais
sombria. Enquanto em uma esses relacionamentos são usados para melhorar a vida
das pessoas, no outro caso, pode ser
usado para invadir e controlar. O lado positivo e o negativo da mesma idéia
básica: conectar pessoas.
Também há na idéia de obsolescência inevitável de Logan a
sugestão de que o mesmo pode acontecer com a Máquina. E se alguém inventar algo
superior? Do mesmo jeito que Finch admite que, apesar de ter inventado as redes
sociais, Logan a aperfeiçoou, um dia pode ter de falar da mesma forma de sua
mais importante criação. É uma possibilidade interessante para o futuro da
série.
Os flashbacks
de Finch causaram uma mudança na imagem do personagem. Toda essa vontade que
ele tem de proteger as pessoas que a Máquina ignora não veio dele, mas de
Nathan. A indiferença com a qual ele reage as observações do amigo demonstram
que ele era muito mais parecido com Root do que gostaria de admitir. Para ele,
a preocupação em proteger pessoas era uma idéia distante, abstrata.
Gostaria de ver
Pierce na série novamente e conhecer mais sobre esse passado de Finch.
PS.: Nesse, que foi o primeiro episódio após Kara ter
instalado o que quer que ela tenha colocado na Máquina, surgiram alguns frames
com um número binário nas cenas que mostram a visão desta. Sinal de um futuro
defeito?
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