Hawaii Five-0 3x13/14: Olelo Ho’Opa’I Make/Hana i wa 'ia
24.1.13
Ação, drama, romance e comédia em
dobro: H50 teve exibição em dose dupla essa semana e mostrou que um é pouco e
dois não é bom, é ótimo.
A primeira pergunta que fiz ao
assistir o início de Olelo Ho’Opa’I
Make foi: “por que é sempre o Chin quem se lasca?”. Mas é fato que o
episódio começou bem, fazendo o telespectador grudar na cadeira, se agarrar à
almofada e colar os olhos na tela. O Delano-irmão causando fúria em Steve e
Danny e a pergunta “onde está o Chin?” garantiam que o episódio especial seria
mesmo algo especial. E foi.
Definiria o estilo do capítulo
como um Oz havaiano. Com muita porrada, pancadaria, socos, pontapés e rebelião,
o nº 13 dessa terceira temporada de Hawaii Five-0 foi de deixar os nervos à
flor da pele do começo ao fim. A sucessão de eventos foi rápida e tensa. Quando
vi o tenente Kelly algemado na cama, questionei o possível gosto do moço por
técnicas S&M. Mas, não era nada disso. Acordado por capangas em sua casa,
Chin Ho já começou apanhando e apagando ao ser drogado pelos invasores. No dia
seguinte, seus coleguinhas da Força Tarefa Ula-Ula achavam que nada poderia ser
pior que o burrito especial de Kamekona, que o primo de Kono estava ausente apenas
em luto por Malia. Enquanto isso, ele acordava em um presídio de segurança máxima:
um policial forçadamente disfarçado de presidiário, trancado entre aqueles que
mais odeiam os defensores da lei. Nesse momento, as coisas começavam a ficar
ainda mais intensas. Providencialmente, a cadeia era a mesma para a qual Kono
tinha conseguido mandar Sang Min. E quem diria que o favor seria vital para o
próprio primo?
Do momento em que Chin caiu na
besteira de confiar em um dos carcereiros e se identificar como policial em
diante, mal deu para piscar. Já nem lembrava de Kaleo, mas achei a trama
vingativa dele com o irmão de Frank Delano um tanto válida. O ex-detetive deu
um show ao demonstrar toda sua gana em matar Chin. A interferência de Sang Min
na luta acirrada de Kelly e Kaleo foi um dos pontos altos do especial.
Estava muito divertida a aliança
recém-formada entre um suspeito Sang Min e um desconfiado Chin Ho Kelly, até
que a porra ficou séria de novo. Aqui, um dos poucos detalhes que achei difícil
de engolir, mas que perdoamos ao lembrar que é tudo ficção: a rebelião no
presídio teve um estopim algo forçado. Kaleo batendo no guarda e de repente
todos os demais presos tocando o terror, como se fosse a reação mais óbvia do
mundo!? E o que dizer da falta de carcereiros para conter a baderna – armação
de Delano, talvez? – Pior que isso, só o profissionalismo extremo da terapeuta
de Chin (mas que bom pra ele!), que levou McGarrett e seus coleguinhas a
descobrirem que o amigo não estava em North Shore, mas em maus bocados. A
partir daí, foi uma corrida contra o tempo quase no estilo 24 horas: cada
segundo perdido podia significar Chin virando cadáver na mão dos bandidos – ou apenas
de Kaleo.
No meio de toda essa tensão,
conseguiram inserir uma nova potencial paixão na vida do sofrido tenente Kelly.
A enfermeira Leilani (Lindsay Price) foi outra aparição providencial. Não
estaria muito cedo para o fim do luto? De qualquer forma, romance não foi o
foco nesse episódio cheio de sangue, socos e hematomas. O que imperava era o
suspense: quem era confiável, no fim das contas? Apesar de tentarem fazer Sang
Min parecer traidor, percebi de cara que o bandido engraçadinho estava mesmo
comprometido a ajudar Chin (e se ajudar, por tabela, já que não dá ponto sem
nó). Mais nervosismo ao ver que o plano dele de fingir que estava do lado de
Kaleo e assim, tentar fazer o ex-detetive negociar com a Five-0 Task Force não
ia dar certo.
O ápice, é claro, foi McGarrett
burlando as ordens dos policiais vacilões da HPD e invadindo a prisão junto com
Kono e Danny. Nos últimos segundos de cenas eletrizantes, Chin provou que era
mesmo um cara durão, em mais uma cena sensacional de luta com Kaleo – que terminou
com o letal pescoço quebrado.
O mais incrível é que mesmo com
uma trama complicada de se desenvolver em 40 e poucos minutos de episódio,
conseguiram lançar uma problemática paralela: as evasivas de Adam Noshimuri,
que ao mesmo tempo em que parece um partidão, faz perguntar: uma vez yakuza,
sempre yakuza? Assim, o final do episódio, com Kono grampeando o celular do
namorado, não poderia ter sido melhor. Mais um suspense no ar.
Entre tantas coisas boas, num
episódio que considero um dos melhores da temporada até agora, não dá para
deixar de mencionar a trilha sonora carregada de Jimi Hendrix. Foi um verdadeiro
especial, cinco estrelas.
E eu reclamaria da presença
reduzida de Steve e Danny no episódio 13, mas a segunda dose de H50 da semana
veio compensar.
Se Olelo Ho’Opa’I Make foi prato cheio para quem gosta de ação
e cenas violentas, Hana i wa 'ia
agradou quem gosta de certo drama e tramas no cenário político. A princípio,
parecia um crime passional. Mas só nos primeiros 3 minutos de episódio.
E por falar em início de
episódio, esse não poderia ter sido melhor. Chamem só de amizade, de bromance,
de casamento... o fato é que Danno e Steve deram motivos para muita gente (eu
inclusa) surtar com a cena que antecedeu o início da batalha de Danny no
tribunal. Aliás, Steve não só se vestiu – com gravata e tudo – para Danny como
arrasou na declaração de amor sobre a conduta do amigo como pai. Super
destaque também para a performance de Scott Caan, que fez um Daniel todo deslocado
mas desesperado por ganhar a causa. Emocionante!
Quando a investigação começou
para valer, após o pedido intrigante do governador, o episódio fisgou a
atenção. Achei a trama muito bem elaborada. A impressão inicial era de que a
moça que apareceu no bar, nos primeiros minutos, era a vítima. Além disso,
Steve parecia estar se metendo numa fria ao acatar as ordens do governador e
conduzir a investigação por baixo dos panos como um favor. Por que Dennings
solicitaria que o pessoal da Five-0 resolvesse o caso e interferiria na busca
pelos fatos?
McGarrett foi sensacional colocando o governador contra a parede. E foi então que as peças do quebra-cabeça começaram a ser encaixadas. O envolvimento do senador Freed com uma prostituta que acabara morta era um escândalo que abalaria a campanha eleitoral em andamento. Não só a questão política veio à tona, mas o fato de que Amy, a mulher do início do episódio, não era a vítima e mais: que Wo Fat estava envolvido no crime.
Bastante plausível o concorrente
de Freed querer tirá-lo da disputa manchando sua reputação e forjando o suicídio
dele sem sujar as mãos, enquanto Wo Fat faria o trabalho sujo e conseguiria
assim recuperar uma parcela de sua influência abalada na ilha.
Apesar de não tão desesperador
quanto o episódio anterior, este também abalou os nervos com Wo Fat perseguindo
o senador “duro de matar” e com a troca de tiros entre Danny e o arqui-inimigo
de Steve (esse tiroteio foi o detalhe forçado da vez – tanta bala e ninguém
acertou ninguém?). Achei até divertido Wo Fat sendo apelão e largando a
carabina para usar um revolver comum. A volta do personagem é oportuna e pode
significar que o enredo central será explorado mais uma vez, com novas
revelações. Ponto para a produção!
Com Freed salvo e o concorrente
preso, voltamos ao importante: a cumplicidade do casal de Danny e Steve
(que estava #chatiado por ter sido obrigado a deixar Wo Fat escapar), e a aparição
do governador “empata foda” Dennings, todo estiloso vestindo moda ula-ula. Foi
um desfecho bacana o entendimento entre McGarrett e o governador. E mais que
isso, a esperada vitória de Danny na corte. Parece que a série voltou com tudo,
trazendo a promessa de outros ótimos episódios.
Se continuar nesse ritmo, podemos
contar com uma terceira temporada muito melhor do que começou. Que assim seja.
“To Hawaii!”
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