Person of Interest 2x06: The High Road
17.11.12
A vida normal.
Através das duas narrativas exibidas ao longo de High Road, Person Of Interest consegue mostrar como a idéia de uma vida normal
pode ser encarada de diferentes maneiras. Da aparente apatia da vida suburbana
a fascinação por alguém que é normal, sem nada para esconder e, por isso mesmo,
tão diferente do resto, essas são as formas que o ‘normal’ é mostrado nesse
episódio.
Na primeira perspectiva, onde vemos normal os
roteiristas da série parecem enxergar o tédio. A forma como eles pintam a
rotina do protagonista é propositalmente desinteressante. Vista pelos olhos de
Reese e Finch, a existência de Graham Wyler é chatíssima. Isso rende algumas
falas engraçadas enquanto Reese e Zoe — que sempre funcionam muito bem juntos,
diga-se — tentam suportar o martírio de viver naquela vizinhança.
Há também no episódio uma nova manifestação da
preocupação que ambos, Reese e Finch, partilham por aqueles que realmente
desejam deixar um passado ruim para trás. É ótimo que procurem colocar
elementos recorrentes no episódio que construam a personalidade dos
protagonistas, mas fazer isso de forma tão expositiva, como Finch dizendo em
certo ponto algo como esse homem tem uma
chance de uma vida normal, temos que salvá-lo, são um desserviço ao
desenvolvimento da série.
Diferente da trama principal da semana, nos flashbacks de Finch, a normalidade é
apresentada como algo tão incomum que a Máquina chega a detectar como um
elemento estranho. O fato de Harold se interessar por Grace graças a maquina é
eficiente como construção de personagem já que alguém tão desconfiado das
outras pessoas como ele só poderia se apaixonar por uma pessoa que ele
conhecesse nos mínimos detalhes e soubesse que não havia nada de errado com
ela.
Esse subtexto sobre a normalidade conseguiu compensar, e
até certo ponto ocultar, o fato desse ter sido um episódio bastante burocrático
nas sua trama principal, sendo, de certa forma, bom e ruim ao mesmo tempo,
assim como a idéia de normalidade nele apresentada.
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