Glee 4x07: Dynamic Duets
30.11.12
Ryan Murphy, meu herói.
A quarta temporada de Glee divide opiniões. Muitos acham que a série nunca esteve melhor, muitos reclamam que se perdeu por completo e que não está focando nas coisas certas. Todos os argumentos são válidos, mas pessoalmente, acho que quem está aproveitando as qualidades de Glee agora é quem sempre gostou do todo. Quem assiste a série por um personagem só, seja Rachel, Santana, Quinn ou até Lauren Zizes, rejeita qualquer tentativa de revitalizar a série e alega só continuar assistindo "na espera" de ver seus preferidos de volta. Quem entendeu que está assistindo uma série que, desde o começo, reveza o foco entre dezenas de personagens diferentes, sabe aproveitar boas histórias, independente do personagem.
Esse episódio, centrado no clube de super-heróis do McKinley High e novamente sem New York, é um belo exemplo de como esse revezamento funciona. Blaine é Nightwing (Mariposa Noturna), Artie é dr. Y (doutor ypssilom), Brittany é The Human Brain (Pinky & Cérebro), Sam é The Blond Chameleon (Bebê Loiro), Tina é Asian Persuasion (Samambaia Asiática), Sugar é Sweet'n Spicy (Ardidinha Docinha), Marley é Woman Fierce (Feroz Labradora), Ryder e Jake são Mega Stud (Puta Gostoso), Kitty é Femme Fatale (que em francês quer dizer "Matar Mulheres"), Becky é Queen Bee (Abelha Rainha), Joe é Tarantula Head (Homem Sharktopus). Como líder e responsável pela união dos Glee clubs, Finn faz as vezes de Treble Chef (Cozinheiro Agudo), e a treinadora Beiste é a conselheira, The Beiste Master (Besta Mór).
Para os que não curtem os novatos, está explicado porque esse episódio não foi o favorito de todo mundo.O triângulo amoroso formado por Ryder, Marley e Jake se desenvolve junto com a amizade dos dois garotos e a trama da bulimia dela, que já não é a favorita de muitos e, a julgar pela inocência extrema de Marley, que ao invés de dar um cala-boca na cheerleader de 40 anos, decide se transformar na vagabundinha da escola, dá pra entender o porquê. Ainda não chegou ao ponto de me incomodar, porque o carisma de Marley supera o coitadismo, mas se a história durar mais muito tempo, vai ser difícil de engolir.
Ryder, por outro lado, surpreendeu ao fazer do plot da dislexia um momento emocionante do episódio. Não há palavras o suficiente pra elogiar a atuação de Blake Jenner, que pega um material teoricamente sem muito potencial dramático e faz um desabafo sincero, que provavelmente vai render boas histórias com o assunto. Pra quem já sabe algo sobre dislexia, o 'diagnóstico' de Ryder pode parecer fácil, mas tem muita gente que provavelmente passou pela mesma crise do personagem antes de descobrir (ou talvez nem descobriu ainda) e que vai se identificar com a situação. Aproveitar isso tudo para aproximá-lo de Jake, por mais clichê que seja a ideia de "amigos e rivais", também é positivo.
O grande drama de Blaine, descrito como Tina como "um filme ruim da Lifetime", continua tentando puxar a série pra baixo, mas eis um trunfo que pode salvar o personagem da destruição completa: Blam! Sam é, provavelmente, o grande alívio cômico da temporada, superando até mesmo Brittany, provando a cada dia que é mais do que um corpinho bonito com um protetor de testículos no rosto. A amizade dele com Blaine deixa o drama queen do McKinley muito menos chato. Até mesmo o discurso de Sam sobre Blaine deixar de lado o seu lado Warbler para provar que pode ser um herói junto com o New Directions se encaixa perfeitamente no contexto do episódio.
Por falar em Warblers, há de se elogiar o nosso querido diretor de elenco, Robert Ulrich, por se superar na escolha de canastrões para a Dalton Academy, que aparentemente não é mais um lugar que prega a tolerância. Com Sebastian rebaixado e Hunter, esse rapaz que "não é nem um pouco bicurioso" assumindo (!) o papel de supervilão, as cenas de rivalidade entre as duas escolas estão mais divertidas do que nunca e não dá para não rir de todos os rapazes cantando e dançando em volta da xaninha do novo líder. Aliás, fica a dúvida: a paz será selada quando a xaninha, nova mascote depois da periquitinha, se envolver com Lord Tubbington?
Quem também está mais possuída na interpretação do que nunca é Tina, se mantendo coerente por 2 episódios seguidos. Após perder o papel no musical para Santana, a "escolha óbvia", a Samambaia Asiática questiona a entrada de Ryder e Kitty no New Directions perguntando a Finn se não é melhor convocar Santana de novo, já que aparentemente ela é melhor do que todos os estudantes atuais. Não dá pra não rir do tanto que Tina é jogada pra escanteio, mas por favor, deem uma chance para a máfia asiática!
Puck cumpriu a cota "tchauzinho do dia" dos alunos formados, aparecendo como The Pucker Man (O Homem Vomitador) na Hollywood Boulevard, dando excelentes conselhos para Jake e comemorando que a estrelinha de Barbra Streisand na calçada da fama foi vomitada. A dinâmica de Beiste e Finn continua funcionando perfeitamente, e a ausência de Sue nem foi sentida, ou melhor, deixou o episódio ainda melhor. Só seria vantagem ter a treinadora Sylvester no meio da ação se fosse assim:
Como toda boa trama de heróis, tudo está bem quando acaba bem. A união do New Directions pintando um muro com pichações alheias (!) para mostrar que são os mocinhos leva ao momento emocionante do final do episódio, em que, vestidos com as mesmas roupas em que o grupo original cantou "Don't Stop Believing" no episódio piloto, a nova formação confraterniza com a ótima "Some Nights". Ouso dizer, inclusive, que esse grupo atual tem vozes que se mesclam ainda melhor juntas, com todo o respeito aos fãs de Lea Michele e Amber Riley, que sim, têm um potencial vocal muito acima de grande parte do elenco, mas que geralmente ofuscavam todos os colegas nas canções de grupo.
PS: a ausência de Unique no episódio é perfeitamente justificada pelo fato de que, arrasada com a barra do banheiro e com a proibição dos pais a respeito de seu visual drag queen. Obviamente, nossa diva ficou trancada em casa, fazendo greve de fome, até que liberassem a peruca e o salto alto de novo.
"Heroes" - David Bowie: Sam (Chord Overstreet) e Blaine (Darren Criss)
Dueto inspirado e iluminado de nosso casal favorito, Blam!, com direito ao New Directions pintando o sete.
"Dark Side" - Kelly Clarkson: Blaine (Darren Criss) e The Warblers
Fãs de Kelly, me perdoem, mas a versão original é tão qualquer coisa, que os Rouxinóis fizeram um trabalho muito melhor com a música. Sem contar que qualquer situação em que possamos ver esse pessoal muito macho esbanjando caretas de maldade é um ganho para o público.
"Holding Out For A Hero" - Bonnie Tyler: Marley (Melissa Benoist) e Kitty (Becca Tobin)
O arranjo da música ficou hilário, no melhor estilo "sou amador mesmo", tipo canções de Sandy & Júnior sobre Power Rangers. As meninas também estavam bem confortáveis, inclusive a anã idosa, que não comprometeu no traje de latex e já está causando suspiros nos marmanjos que seguem a teoria do "camarão" e não ligam para encarar o rosto mais feio do mundo, se estiver num corpinho miúdo que não comprometa.
"Superman" - R.E.M: Jake (Jacob Artist) e Ryder (Blake Jenner)
A música não é das minhas preferidas, mas mais uma vez o lance de "a situação do episódio salva" se faz presente em Glee. Ryder e Jake estavam simplesmente possuídos no duelo de caretas e revelando, sem pudores, os uniformes do famoso herói Puta Gostoso.
"Some Nights" - fun.: Sam (Chord Overstreet), Blaine (Darren Criss), Tina (Jenna Ushkowitz), Joe (Samuel Larsen), Marley (Melissa Benoist), Kitty (Becca Tobin) e New Directions
Épico. Me imaginem batendo palmas sem parar como Finn!
7 comentários
Leo, já disse e repito: TE AMO! E não vou perder a oportunidade de escrever: RYAN MURPHY IS A GENIUS!!! Volto pra comentar mais tarde.
ResponderExcluirLeo parabéns pela review digna do Seriadores.
ResponderExcluirSuper concordo com você. Eu sempre fui fã da série, do todo. Tenho meus personagens e casais favoritos assim como tenho personagens e casais que eu jogaria fora da série sem pensar duas vezes, mas sempre vou tentar me divertir com as historias e com as tentativas de melhora.
ResponderExcluirp.s.: as piadas de xaninha não ficam velhas nunca
Bela review, Léo. To aqui pra expressar meu desprezo por qualquer um que ousar falar mal de Glee. A série tá em sua melhor forma e isso é inegável. Mesmo sem Rachel e Kurt, tudo continua bem estruturado e está mais divertido de acompanhar do que nunca. Os haters que vão lá assistir The Big Bang Theory.
ResponderExcluirMais uma citação a Sandy & Junior, kkkk. Os Warblers sempre supermachos, não? Esse Hunter, não sei não. Tá mais pra poser do que pra alguém mega evil (Sebastiana tinha potencial, mas né...). Fico indignada com o povo que deixa de aproveitar o elenco atual da série só por birra. Esse episódio demonstra que mesmo sem Rachel e Kurt, Glee pode manter-se muito bem. O trio Marley, Jake e Ryder está segurando as pontas (desconsidero totalmente a cheerleader de 40 anos). O episódio foi canastríssimo, principalmente por Blaine parar de fazer caras e bocas depressivas. Tivemos muitas cenas Blam (meu ship favorito dessa temporada), citações de superheróis a torto e a direito (achava que a fantasia de Blaine era Night Bird o_O) e músicas bem executadas. Porém, o que mais gostei foram das apresentações de Heroes e Some Nights, esta última que já pode ser comparada a Don't Stop Believing, só que bem mais harmônica. E o que dizer de Xaninha, né? Torcendo para que tenha um plot envolvendo-a com Lord Tubbington, que ainda está na rehab, diga-se de passagem. Parabéns, mais uma vez, Leo.
ResponderExcluirps.: melhor google tradutor ever!!!
Aguardem!! Lord Tubbington com Xaninha vai ser o plot da temporada!!! Leo review ótima como sempre!! adorei as carinhas de Didi e Santanão como as heroínas sécsy. O episódio foi excelente aliás pra dizer a verdade desde meados da temporada passada q Glee não faz um episódio ruim, palmas pra Titia!! #penaqñroloufotossintese
ResponderExcluirPFVR, Plot da Xaninha na proxima midseadon!
ResponderExcluirComenta, gente, é nosso sarálio!