Homeland 2x03/04: State of Independence/New Car Smell

11.11.12



 

2x03 – State of Independence

Esse episódio talvez tenha sido o pior de Homeland até hoje. Os primeiros minutos não prenunciavam o enorme filler que seria State of independence. A cena que Saul quase perde o SD com o vídeo de Brody é eficiente não apenas por construir uma situação de clara desvantagem para o agente da CIA, mas também por que em Homeland há claramente a idéia de que tudo pode acontecer. Naquele momento, poderíamos estar vendo tanto uma saída preguiçosa dos roteiristas para prolongar a série ou apenas um desenvolvimento inteligente e uma boa cena de tensão, que acabou sendo o caso.

Desse momento em diante, muito do que foi mostrado é absurdo demais e aparentemente sem muito propósito. Ter que assistir Brody protegendo o alfaiate foi torturante, mas não pelas cenas em si — essas foram até interessantes, com Brody podendo ver nos temores daquele homem sobre a sua segurança uma vez que estivesse ‘protegido’ pela organização de Abu Nazir qual pode ser o seu próprio destino quando não for mais necessário, ou pior, se tornar uma ameaça —, e sim pelo fato de ser absurdo que os terroristas utilizem um de seus membros mais valiosos em bem colocados, Brody, para resgatar um outro terrorista, correndo o risco dos dois serem vistos juntos por alguém ou serem pegos pela CIA. É simplesmente muito arriscado.

A tentativa de suicídio de Carrie foi o único momento mais emocionante no decorrer do episódio. É o atestado que ela quase chegou no limite antes de finalmente descobrir que estava certa o tempo todo, quando vê o vídeo no fim do episódio. É um excelente arco dramático que tem impacto em todas as decisões dela nos futuros episódio já que, se antes ela era obcecada pelo trabalho, agora ela também vai se mostrar descontrolada emocionalmente após tudo que aconteceu.

2x04 – New Car Smell

Há duas novas situações apresentadas nesse episódio que parecem um tanto nebulosas. Uma delas, Dana namorando o filho do vice-presidente, parece muito desconexa de tudo. Não é comum a Homeland criar tramas paralelas, a série sempre foi muito focada no plot principal. Assim, fica difícil ver como um namoro adolescente pode ter alguma relevância para num cenário que envolve terrorismo e política.

A outra novidade misteriosa é bem mais intrigante, ainda mais por que seu surgimento vem cercado de dúvidas levantadas por Carrie. Peter Quinn, o agente responsável pela vigilância de Brody, surge do nada e ninguém o conhece exceto David. Intrometido, falastrão e aparentemente competente, o primeiro pensamento ao vê-lo é ‘Ele é o informante dentro da CIA’. Por que introduzir um novo personagem a operação de Carrie a essa altura? Ainda mais, um que parece tão próximo de Estes, talvez a ponto de saber que ele possui um cofre na sua sala e já ter visto a senha dele. Existem vários argumentos que podem contrariar essa possibilidade, mas tudo ainda é muito suspeito, e Carrie não demora a perceber isso.

Uma grande parte desse episódio é dedicada ao jogo de enganação entre Carrie e Brody, e isso é muito bem feito. Desde a isca inicial, ao deixá-lo saber do retorno dela a CIA até o ponto culminante do episódio, com o confronto entre os dois personagens, há a sempre crescente sensação de tensão e perigo para os dois lados, construída em grande parte pela excelente atuação de Claire Danes e Damian Lewis. Na cena final, por exemplo, é possível ver a mudança na expressão de Brody quando Carrie fala do vídeo, e seu desespero fica claro pela maneira como ele passa a se movimentar enquanto nela, é possível perceber o prazer em vê-lo encurralado.

Foi excelente episódio, fazendo esquecer o fracasso anterior.

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