Vegas 1x03/04: All That Glitters/(Il)Legitimate
29.10.12
Não é bizarro que as
pessoas matam tanto por amor numa cidade onde o dinheiro é tudo?
Ao menos foi esse o principal motivo dos três primeiros
crimes da semana. Neste último, o assassinado da vez foi um boxeador olímpico
que estava tendo um caso com a mulher de um companheiro de equipe. A intenção
de inserir na trama um elemento que veio a se tornar um dos alicerces de Las
Vegas na época dos primórdios da cidade é louvável, mas não tem como negar que
a série ainda sofre com o mau desenvolvimento da trama procedural.
Pelo menos no episódio seguinte os roteiristas abriram mão
dos crimes passionais, mas mesmo assim a história da camareira negra que era
filha bastarda de um branco e que se levantava contra um sindicato que não
representava bem sua classe tinha muito potencial para ser desperdiçado com
aquela confissão pobre da colega de trabalho invejosa. Fora que as
investigações apresentam um grau de dificuldade e experiência inferiores aos
casos desvendados pela gangue do Scooby-Doo.
O que nos resta é a trama do cassino que, apesar de
burocrática (não quanto a sua fluidez, mas pela temática da burocracia
hierárquica da máfia Chicago/Las Vegas), é a única contínua e, portanto, melhor
desenvolvida da série. Nesses dois episódios, ela contou com a presença do big boss Angelo LaFlatta (Jonathan
Banks, o sensacional Mike de Breaking Bad)
e do problemático Johnny Rizzo, o pai de Mia. Este último, proibido pela lei de
sequer por os pés num salão de jogos, deu muita dor de cabeça ao Vincent, que
por conta da questão hierárquica é obrigado a agradá-lo. Antes de partir,
Angelo passa por cima de Johnny e apóia algumas das visões de Vincent a respeito
dos rumos do Savoy, mas o que vimos no episódio seguinte mostra que Vinny ainda
precisa muito do apoio de Rizzo para lidar com algumas questões da máfia.
Falando em Rizzo, Mia e Jack Lamb formaram o primeiro quase-casal
de Vegas, o que já seria o suficiente para a audiência sexagenária da CBS “shipá-los”
ad infinitum se esses espectadores fossem dados a uma prática tão aborrecente
quanto essa. No começo eu achei que ia ficar só no flerte da delegacia, mas
parando para pensar eles até que têm muito em comum já que ambos são capachos
dos protagonistas da série e seus interpretes acabaram de sair de séries falidas.
Mas falando sério, até que eles são legais juntos.
Também valem ser comentadas a cena dos tiros no carro de
Vincent e a explosão no hotel, ambas muito bem executadas, assim como a direção
de arte que não deve em nada às produções de época da TV a cabo. E existe personagem
mais irrelevante do que a Katherine O’Connell? Até o filho do xerife, que só
aparece para soltar uma cantada barata e ir embora, deve ter mais airtime que ela.
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