Ainda entediante.

Há apenas um aspecto desse episódio que funciona: Alicia tendo que lidar com a possibilidade de Peter tê-la “traído” novamente. E digo traído entre aspas por que eles já não estavam mais juntos e é o que torna a reação da protagonista ainda mais interessante e coerente. Embora o comportamento lógico seja pensar que não faz o menor sentido ela se incomodar com isso — roteiristas ruins dificilmente criariam uma trama sobre isso — é fácil perceber que a reação dela vem de uma memória do que aconteceu da última vez que uma traição de Peter foi descoberta pela imprensa e a idéia de ter de passar por isso novamente é o bastante para que ela culpe o ex-marido sem nem ao menos saber se a acusação é verdadeira.

Por esses motivos, a ela é tão rápida em ir encontrar o marido e beijá-lo sem muitas explicações assim que descobre que toda a história era uma farsa. Toda a atitude de Alicia diante da situação foi emocional e sua reação final é catártica. Diante do alivio de saber que a nova acusação era falsa, ela esquece momentaneamente os problemas do passado numa estranha forma de compensação, como se ela pensasse “Dessa vez ele disse a verdade, vamos esquecer o passado por agora”. Não faz sentido algum racionalmente, mas funciona para a construção da personagem.

O episódio poderia ter sido apenas sobre isso, mas não foi. O caso da semana foi arrastado e alguns momentos engraçadinhos — a sala de reunião alugada e o juiz que entende sobre algoritmos de busca — não são o bastante para salvar uma disputa quie não pode ser diferenciada de inúmeros outros casos vistos na série, que sequer é eficiente como um comentário sobre o mundo real.

Kalinda deixou de ser uma personagem excelente para se tornar uma que me da vontade de parar o episódio quando ela aparece pela primeira vez afinal, sei que junto com ela vem seu marido cujo propósito até o presente momento não consigo ver. É incompreensível por que ela fica presa nesse joguinho que não leva a lugar nenhum, que apenas gasta tempo do episódio.

The Good Wife nunca foi tão desinteressante como nesse momento.