The Mob Doctor 1x01: Pilot.

18.9.12




Quão longe você iria para salvar a vida de um irmão?


Essa é a pergunta que Grace Devlin, interpretada por Jordana Spiro (My Boys), terá que responder nessa nova série da Fox. Para quem é apegado ao conceito familiar, que põe a família sempre em primeiro lugar, essa é uma pergunta fácil. The Mob Doctor conta a história dessa cardiologista residente do Roosevelt Medical Center de Chicago, que deve favores à máfia, graças ao seu irmão um tanto babaca, Nate (Jesse Lee Soffer). Para salvar a vida de Nate, um endividado com jogos, Grace faz um acordo com o mafioso Paul Moretti (Michael Rappaport), se comprometendo a trabalhar para ele, cuidando de seus filhotes mafiosos.

Ainda não decidi se a forma que começaram a trama toda foi a ideal, porque acompanhar toda a trajetória que levou Grace àquela situação, desviando seus valores éticos e profissionais, seria interessante. Mas ainda podem abordar isso, através de flashbacks, sei lá; flashbacks geralmente são bacanas. Logo de cara vemos a médica em ação, retirando uma chave de fenda da cabeça de um criminoso, com o conselho de que nunca se deve tentar roubar uma loja de ferramentas bêbado. Aliás, adorei o osso de brinquedo usado para abafar o grito de dor dele, achei uma boa metáfora.

Passamos então para a outra vida da Dra. Devlin, a vida certinha, e podemos ver como essa vida é influenciada pela outra, a secreta. O tempo todo, podemos notar o sentimento de culpa em Grace por estar numa situação dessas, como quando ela abraça a mãe do garotinho baleado. Numa mistura de casos, que eu não sei se é bom ou ruim para a série, temos ainda o caso da menina Suzie, que, com 14 anos, acaba grávida miraculosamente (só que não) do namorado, correndo o risco de enfrentar a típica crise do papai rígido.

É aí que entra Brett Robinson (Zach Gilford), colega e namorado de Grace. Ele é levado por Grace a mentir para o pai da menina sobre sua condição. Isso tanto pode ser uma característica fofa do rapaz para com Grace, como também pode representar o nascimento de um banana, assim como o Daniel de Revenge, apesar de eu começar a duvidar disso depois daquela cena dele se rebelando de leve contra Grace; pelo menos ele mostrou um pouco de atitude aí, mesmo que de maneira mais discreta e cedendo ao charme da moça no final das contas. Fora isso, a química dos dois é boa tanto no trabalho como na intimidade e eu em breve começarei a shippar.

No arco principal do episódio, Grace vê um fio de esperança quando Severino, testemunha contra Moretti, chega ao hospital para uma cirurgia. Salvando-o, ela também estaria salvando a si mesma de Moretti. Mas obviamente não seria assim tão fácil, pois Moretti está um passo a frente, mandando balões com um bilhete dizendo “Kill him”, que me lembrou muito um presentinho de -A.

Depois de tentar argumentar com Moretti sobre não ter concordado em matar ninguém (a senhora achou mesmo que, nessa circunstância, estaria livre de algo como isso, Dra. Devlin? Por favor, né!), ela é obrigada a fazer uma nova escolha: matar ou não matar Severino. No entanto, sua integridade, ainda que já esteja meio abalada, não permite tal atitude sangue-frio, salvando sua alma, mas fazendo dela alvo de Moretti, que logo entra em ação, fazendo a mãe de Grace de refém.

Gostei do jeito que Grace salvou a mãe, batendo no carro de Moretti para tirá-lo casa. Esse final é legal, com Moretti perseguindo Grace até a casa de Constantine Alexander (William Forsythe, de Boardwalk Empire), chefe da máfia recém-saído da cadeia, que inicialmente se fez de arrependido. Esse, como resposta à frase dita por Moretti, “Ninguém mais tem medo de você”, saca uma arma e mata o outro. Eis então um novo acordo: a dívida de Grace com Moretti passa a pertencer a Constantine, que se revela o verdadeiro grande chefão. Alguém acreditou mesmo que ele havia mudado? “Eu emoldurei o jornal só pra me lembrar dos erros que me colocaram na prisão”. Aham, tá bom.

Outras tramas envolvem os médicos que trabalham com Grace. Como se não bastasse os criminosos, ela arruma encrenca (com todo o meu apoio, aliás) com a Dra. Olivia (Jaime Lee Kirchner), uma médica recalcada, e até mesmo com seu chefe, dois irresponsáveis que, além de tomarem o caso do menino baleado, não fazem o serviço direito, ocasionando na morte do garoto. Grace então, furiosa, exige alguma providência e enfrenta ambos, iniciando uma grande rivalidade, que eu espero representar uma ameaça para nossa protagonista.

Quero ver como vão trabalhar a série de uma forma que ela possa durar, porque o enredo tem algumas limitações. Para ter mais temporadas, alguns caminhos precisam ser abertos. O piloto não foi ruim, achei mediano, mais porque não gosto muito de pilotos que nos jogam tanta informação e tantos plots misturados logo de cara. Apesar disso, tenho boas esperanças para a série. A atuação de Jordana merece destaque e se mantém impecável o tempo inteiro, me passando realmente a posição sentimental de Grace diante dessa situação que envolve muito mais do que apenas perigo; envolve também moral e profissionalismo.

Na produção, o drama médico/criminal traz nomes como Rob Write, conhecido por Charmed, e Josh Berman, produtor de alguns episódios de CSI e criador de Drop Dead Diva.

P.S. 1: “Não sou uma típica médica”, Grace sobre ela mesma.

P.S. 2: Adorei a metáfora que faz referência a Star Wars para explicar a gravidez de Suzie.

P.S. 3: “Você é uma má influência”, Brett sobre Grace. Verdade, mas bem que ele gosta, né?

P.S. 4: Só que eu achei certo ar paterno na conversa de Constantine com Grace sobre a mãe dela? Levantem hipóteses: ele apenas a vê como uma filha mesmo? Ou ele quer é pegar a mãe? Ou ainda será que vão apostar no clichê de coloca-lo como pai biológico dela?

P.S. 5: É, o pai dela é o defunto que ela vê pela primeira vez, mas quem não acha que pode haver um twist aí?



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6 comentários

  1. Baixei a série e vou ver de peito aberto, sem perspectivas. Tava mesmo querendo uma opinião a respeito :)

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  2. Só essa sua opinião já me instigou demais a assistir a série!!!

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  3. Eu achei ok, mas vou ver mais episodios. O piloto foi bem melhor do que eu esperava e dependendo da forma como eles trabalharem a trama pode sair coisas bem interessantes dai.

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  4. Eu adorei. Pena que não vai durar. A audiência do piloto foi baixa e normalmente os episódios seguintes costumam registrar menos, ou seja...

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  5. E não é que é boa? Espero que a audiência melhore, a série tem muito o que render ainda, adorei.

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  6. Não é tão ruim quanto eu imaginava, mas não continuarei assistindo a menos que sua proxima review sobre a série me diga que vale a pena.

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