True Blood 5x10/5x11: Gone, Gone, Gone/Sunset
30.8.12
Habitualmente sou à favor que
uma série expanda seu foco e mostre mais de outros personagens além de seu
protagonista. Com True Blood, não poderia ser diferente, mas a maneira como a
trama de Sookie foi desenvolvida nos últimos episódios se mostrou desastrada.
De uma busca existencial pelas
suas origens e seu conflito por ser uma fada, a história de Sookie se tornou
algo vazio, uma investigação inútil sobre um mistério desinteressante que
introduz um novo personagem irrelevante, Warlow. Pior ainda, agora que Russell
decidiu finalmente ‘ter o sol’ e
trabalhar para realizar esse sonho, indo atrás de Sookie, tudo parece ainda
mais confuso. O que importa mais? A investigação de Sookie sobre a morte de seus
pais ou o fato de que um vampiro com três milênios de vida deseja matá-la? A
primeira trama é muito mais recente, mas parecia ser a mais importante das duas
para os roteiristas de TB mas inesperadamente a segunda ressurge quase como uma
solução mágica para criar uma tensão para o episódio final da temporada.
Indo além, é possível ver
também erros em detalhes menores dessa trama. Por exemplo, o contrato escrito
na língua das fadas com séculos de idade que parece ter saído ontem de uma
impressora — a cenografia de True Blood nunca foi muito boa, diga-se —, a fada
que surge do nada, sendo anunciada como a detentora de enorme sabedoria e
conhecimento, que dança no meio de uma conversa e divaga de forma
desinteressante sobre a música de Kesha e desaparece de uma maneira estúpida,
sendo tão pouco marcante que ela pode ser esquecida segundos após sua morte.
Qual o propósito de tudo isso?
Indo além do grande
desapontamento que se tornou a trama da fada, ver Luna e Sam correndo por ai
como dois ratos de laboratório não é exatamente um exemplo de qualidade. Por
outro lado, o fim(?) do relacionamento entre Jessica e Hoyt foi bom, resgatando
um pouco da ingenuidade que havia no começo do namoro dos dois mas adicionando
um pouco de melancolia devido ao modo infeliz como tudo se desenrolou entre
eles. A amizade de Hoyt e Jason foi igualmente bem utilizada, dando um
significado maior a cena de despedida do trio no Merlotte’s.
Nesse cenário, a única trama
empolgante que resta é a dos vampiros da Autoridade. O lado político do mundo
vampírico se revela interessante por que, apesar de toda a aparência de
civilidade e evolução, sua política é tão agressiva como as outras relações.
Adicionado a crescente insanidade dos membros que, dominados pelo sangue de
Lilith, matam uns aos outros e desafiam os humanos em uma guerra aberta, a
trama funcionou para dar novas dimensões ao egoísmo dos vampiros, que dizem
acreditar na bíblia apenas por conveniência, mas que na primeira ameaça logo
ficam desesperados e para desconstruir a imagem de Bill, que se mostrou ingênuo
o bastante para ser influenciado, e Eric, que exibiu um auto-controle
inesperado dele.
É nesse cenário paradoxal, com
uma trama entediante e uma outra que consegue prender minha atenção que aguardo
pelo fim dessa temporada.
P.S. Amanhã, espero, review da season finale
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