The Newsroom 1x03: The 112th Congress

19.7.12


Consequências

Quando Jesus e Moisés foram jogar golfe, Jesus foi reprimido por Moisés de usar seus artifícios para acertar sua tacada, afinal, por mais que ele possa com muita facilidade fazer a bola chegar ao buraco, o jogo tem regras a seguir e Leona Lansing (Jane Fonda), diretora executiva do ACN, deixa claro para Charlie que ele tem que jogar dentro delas, por que nenhum jornal pode simplesmente transmitir a verdade. Enquanto o jornal for parte de uma empresa que visa lucro e for de um grupo de acionistas que visam lucro acima de tudo, não poderá “simplesmente” contar a verdade. É isso que o episódio “The 12th Congress” – o melhor até então – tem como foco: as consequências. O preço que alguém paga por andar fora da linha, ir contra o poder.

No início vemos uma declaração de Will McAvoy, nosso âncora, se desculpando aos expectadores em nome de seu telejornal pela sua conduta nos últimos anos. McAvoy promete para o futuro um jornal descente que foque nos fatos. Daí em diante o episódio mostra alguns dos programas que seguiram o pedido de desculpas mostrando o desenvolvimento da relação dos nossos jornalistas com o tempo e, de pouco em pouco, a insatisfação crescente da ACN com o seu jornal agressivo. E é com a intenção de informar que Aaron Sorkin mostra, através da sua apresentação das notícias, muitos dos artifícios usados para o controle de informação na mídia. Uma das notícias fala de uma tentativa de bombardeamento no Times Square. O “terrorista” era muçulmano, como os jornais fizeram questão de informar, mas, o que muitos esqueceram, o homem que viu e alertou o acontecimento também era. Agora, qual o interesse dos jornais em omitir essa informação? O interesse, não dos jornais, mas de quem os controla. Seria a vontade de criar uma imagem inimiga? O bom e velho terrorista que justifica os atos extremos do governo.


Ao longo do episódio vemos o desenrolar de seis meses desse jornalismo intercalados com uma reunião entre Charlie e os cabeças da ACN. A insatisfação da emissora está no constante ataque do jornal ao Tea Party, movimento político conservador que se diz a voz do povo. A ousadia chama a atenção dos superiores e a pressão em cima de Charlie só aumenta a cada menção do movimento e quando Will cita as indústrias KOCH, segunda organização mais rentável de 2010, parece pisar num calo do conselho. É sutil, mas pra mim, essa é a mais importante das denúncias. Mostra quem está acima, acima de um senador, acima de um partido. Está no poder quem financia. Para a emissora, Charlie não poderia nem citar o nome da empresa sem antes pedir permissão.

Destaque para a estrutura do episódio que faz esse salto temporal sem cansar, pelo contrário, ficamos presos.

Vemos também mais da relação Will x MacKenzie. Emily Mortimer acerta no tom de comédia ao ter acessos de ciúme a cada mulher que ia de encontro a Will. Por mais que negue, como negou a Maggie, tentava afetar MacKenzie levando suas namoradas ao jornal, mas o tiro sai pela culatra quando ela mesma encontra um parceiro.

Maggie também ganha destaque no episódio. Sua timidez e nervosismo não é tão fofo e ingênuo como parecia. Na verdade a produtora sofre de ataques de pânico e, é claro, ninguém menos que Jim aparece para salvá-la. Os dois formam um casal bonito, mas relacionamento não são simples. Jim tenta interferir no dela e seu conselho não vai como queria. Depois de terminarem, Maggie e Don acabam se reconciliando no final do episódio. E Don se mostra cada vez mais escroto, egocêntrico, como um Will que não se importa.

Pra mim, é o melhor dos três episódios e preparam para um futuro incerto, já que agora a carreira de Will está em jogo. Veremos qual será a próxima jogada de Charlie.

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3 comentários

  1. Depois de um episódio fraco, esse conseguiu restituir minha fé.

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  2. Depois de um episódio fraco, esse conseguiu restituir minha fé.

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  3. Parece ótimo!! Quero conferir, com certeza, a estréia de The Newsroom, que promete mostrar uma comédia inteligente e crítica política tendenciosa.Tem todos os ingredientes para ser mais uma excelente série do talentoso roteirista Aaron Sorkin. Não vou perder de jeito nenhum.

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