The Good Wife 3x17: Long Way Home
13.3.12
Família e paranóia.
Após todos
os abutres cercarem o corpo que sequer havia esfriado de Will, o clima de
paranóia se instalou na Lockhart & Gardner e é bem isso o que foi mostrado
nesse episódio. Muito daquilo exibido em Long
Way Home tem origem na complexa dinâmica daquele escritório, onde cada
conversa que não se pode ouvir logo é vista como uma possível trama com fins
escusos.
Começando
pela mera presença de Will, de volta a sua sala antes abandonada que servia
apenas como um símbolo do lugar almejado por Julius e David Lee. Ele não esta
lá apenas para fugir da perturbadora idéia de passar mais um dia com suas
irritantes irmãs, mas para proteger seu lugar dentro da empresa que fundou afinal,
a presença dele no escritório parece ter posto um freio nos planos de seus
colegas para tomar sua posição.
Claro, a
desconfiança constante não existe apenas entre os sócios, ela chega até os
advogados mais novos e Catlin é a personificação desse fato. A cada vez que ela
aparece em tela, fica maior a impressão de que seu sorriso é dissimulado e que
sua simpatia esconde uma enorme ambição. É proposital, já que nesses momentos
são como estivéssemos acompanhando a realidade através dos olhos de Alicia, que
parece enxergar a advogada da qual seria uma mentora como uma ameaça, mesmo que
negue isso.
Assim,
quando vemos os vários olhares suspeitos de Alicia direcionados a Catlin, seu
interesse desconfiado em uma simples resposta de David Lee para uma pergunta
dirigida a sobrinha ou o discreto prazer ao vê-la sem a resposta para outra
pergunta, somos levados a crer que de fato a jovem advogada é uma ameaça,
quando na verdade ela esta longe disso.
Além,
Alicia é incapaz de perceber como as duas são parecidas. Se Catlin tem a
proteção de David Lee, Will logo surge para colocar momentaneamente os
holofotes novamente em Alicia ou, ao menos, equilibrar a disputa de atenção
travada entre as duas. Quando ela agradece a Will pela ajuda, fica claro que
seu desejo de se mostrar tanto quanto sua adversária, e seu incomodo por não
ser mais ela a única que recebe elogios dos chefes.
A
possibilidade de Alicia voltar a viver na casa que era sua quando era casada
com Peter é mais um paralelo entre as duas. Enquanto Catlin faz o mesmo que sua
mentora/rival fez anos atrás, abandonando a carreira para ser uma mãe, Alicia
vê a possibilidade de voltar ao lugar onde viveu quando abandonou a carreira.
Isso, e a manipulação da corretora (que entrega propositalmente o folder da
casa para os Zach e Grace) acabam despertando certa nostalgia nela.
O caso da
semana, como todos em que Colin Sweeney aparece, foi excelente. Uma idéia que
poderia facilmente render momentos de tédio, mas que é salva graças ao seu
protagonista e seu divertido cinismo, principalmente quando ele se encontra com
Alicia ou em seus depoimentos. Destaque para a cena em que ele chega ao
escritório com o filho.
Na
promotoria, Cary continua se mostrando um personagem cada vez mais
interessante. Na ultima review, apontei a enorme evolução sofrida pelo
personagem desde aquele advogado ansioso para provar sua capacidade. Nesse
episódio, continuamos vendo novas atitudes desse Cary mais maduro, que consegue
tomar decisões complicadas simplesmente por que é o certo a fazer, mesmo que
tenha conseqüências negativas para ele.
Além de
ser um episódio excelente da série, Long Way Home se focou bastante em Alicia, como há
algum tempo não viamos. É um bom sinal que seja possível para a série passar
vários episódios sem se concentrar em sua protagonista, já que isso denota uma
evolução dos personagens que a cercam, tornando suas tramas tão, ou mais,
interessantes que as dela.
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