Grey's Anatomy 8x13: "If/Then"
3.2.12A realidade alternativa de Lost desta vez em Grey's Anatomy.
Titia Shonda não é uma produtora acomodada, muito pelo contrário. Nos entretendo com muita competência durante oito temporadas, de vez em quando ela dá vazão ao seu lado criativo para criar episódios diferentes, com grandes eventos e que fogem da dinâmica usual da série. Depois de musicais, documentários, depoimentos dos residentes e muito mais, Shonda resolveu revelar sua veia nerd. Toda trabalhada na ficção científica, Shondalinda nos apresentou a tão aguardada realidade alternativa, com o episódio que deve ser o mais polêmico da temporada. Assim como o evento musical, imagino que "If/Then" dividirá opiniões, muitos vão amar mas, por outro lado, muitos vão odiar, enquanto eu ficarei no meio de toda esta discussão.
O grande desafio de se construir uma realidade paralela é fazer a audiência se identificar com as novas versões dos personagens e, por consequência, se importar com os eventos do episódio, neste quesito acredito que o episódio até fez um bom trabalho, uma vez que todos os seus 42 minutos me prenderam. O que me incomodou um pouco é que fiquei com a impressão que as novas vidas dos personagens foram elaboradas aleatoriamente, principalmente em alguns casos como o de Callie e Owen ou o relacionamento de Meredith com Karev. Estas situações me pareceram aleatórias e até mesmo forçadas. Parece fácil demais pegar um monte de personagem e casar um com o outro sem nenhum motivo aparente ou semelhança entre os novos casais.
Shonda usou a repressão de Ellis como eixo principal do roteiro para mudar a vida de todos, o que resultou numa nova Meredith, fraca e insegura, muito bem construída pelo roteiro. Mesmo fugindo de todo o drama da vida real de Meredith, sua versão do lado B acabou não tendo uma vida mais fácil, também sendo podada por sua mãe Mega Evill tudo fica mais difícil. O que me chamou mais a atenção foi perceber que ao ser controlada por Ellis, Meredtith realmente nunca seria amiga de Cristina ou casaria num post it com um atendente. Mas assim como em Lost, o destino acabou se encarregando de tudo e a aproximando da vida com a qual estamos acostumados. Não sei se este tipo de coisa me agrada, prefiro confiar nas maravilhosas coincidências que transformam a nossa vida e nos aproxima de pessoas que passamos a amar do que em qualquer tipo de destino que tedencie nossas vidas ao mesmo rumo.
É sempre ótimo ver Addison de volta, dos atendentes ela sempre foi a minha favorita, principalmente porque não apresenta nenhuma semelhança com a Addison muito atrapalhada de Práticas Privadas. O casamento boring dela com Derek me lembrou aquele horrendo filme Separados pelo Casamento, em que alguém partiu da suposição de que eu me divertiria vendo um casal brigar por uma hora e meia. O melhor desta história foi mesmo a cena do Sloan repetindo "This is awkward" como na terceira temporada, mostrando como Shonda tem um ótimo humor e sabe brincar em muitos momentos. Outros momento muito engraçados aconteceram quando o em outra vida falecido Charles soltou "Shoot me" ou quando Meredith fofocou sobre uma residente louca chamada Izzie que foi capaz de pegar um paciente e roubar um órgão para ele. Adoro Shonda trollando a si mesma.
Mesmo na realidade alternativa, Cristina continuou fodona e roubando as cirurgia alheias, mas desta vez sozinha, sem amigos. A relação dela com os outros residentes foi muito divertida, mas a peruqinha estava estranho hein, Sandra Oh entra na disputa com Rob Lowe pelo Emmy de cabelo mais revolucionário da temporada. Gostei também da Junky Lexie, que ao perder seus pais e nem conhecer sua irmã acabou no hospital de uma forma bem diferente de sua vida normal. E Virgin April chocando a sociedade cristã e sendo uma quenga capaz de dar para o noivo de sua melhor amiga.
Outra personagem muito bem construída nesta realidade foi Miranda Bailey, quer dizer, Mandy. Adoro a Bailey riponga e insegura sendo castrada por Ellis. Sua história foi a melhor do episódio, principalmente pelo desfecho. A cena dela amadurecendo no elevador foi muito boa e a atriz sempre é excelente quando lhe dão uma trama decente. Mesmo em outra realidade podemos perceber que o elevador do Seatle Grace continua com poderes mágicos assim como a rolha da ilha de Lost.
Um casamento entre Callie e Owen foi a coisa mais absurda proposta pelos roteirista e beirou o incesto. Eu sei que a Callie estava bem diferente, meio perua e longe de ser uma ortopedista bad ass como de costume, mas mesmo assim esta não colou. Sem dizer que sua aproximação com Arizona, que deveria parecer natural, foi bem estranha. Owen, por sua vez, continuou todo traumatizado com sua experiência na guerra, mesmo que com ajuda de seu "parceiro" Teddy. Ri muito ao perceber que Callie estava sendo chifrada mais uma vez, coitada.
Em resumo, o episódio foi interessante, mas nada demais. Uma ótima forma de completar os vinte e poucos episódios da temporada com algo novo e completamente despretensioso. Inclusive, o grande mérito do episódio foi ser descontraído, brincalhão e claramente sem importância para a trama central. Além disso, é sempre bom termos a oportunidade de ver um pouco mais da megera Ellis Grey, afinal a mulher é tão poderosa que é capaz de mudar a vida de toda essa gente. Shondinha contiune se aventurando em águas inexploradas, errando ou acertando é bom ver algo diferente numa série médica, que tinha tudo para ser repetitiva e batida mas que consegue nos surprender a cada dia.
P.S.: O Chief até estava casado com a Ellis e sendo o pai da Meredith, mas para mim ele continuou igualzinho.
5 comentários
Oi Diogo, gostei muito do episódio, queria até uma parte 2, até a trilha sonora foi uma revisita a episódios passados.
ResponderExcluirCom relação ao relacionamento do Karev e da Meredith eu achei até que fez sentido, já que a Meredith sempre quando o Karev metia os pés pelas mãos era quem o ajudava, ela sempre conseguiu ver ele além da máscara (que inclusive ela citou no epi). Eu não esperava a Callie com o Owen, mas as reações dela vendo a ortopedista conversando com a Arizona e o meio nojinho dela ao beijar Owen foram engraçados.
"Ri muito ao perceber que Callie estava sendo chifrada mais uma vez, coitada." Eu só percebi a ironia da situação lendo a sua review.
Miranda Bailey só pode ser Miranda Bailey, a Nazi, em um mundo sem Ellis Grey. Mas Cristina Yang sempre será Cristina Yang, com ou sem alisamento japonês.
A referência do Charles foi a melhor do episódio.
Acho que tinham que ter um "If/Then" para todas as temporadas seguintes, ia ser fodaaa...
ResponderExcluirClaro que por exemplo o da 9ª seria uma coninuação *-*
Ah quer saber, eu gostei sim.
ResponderExcluirFoi meio esquisito, diferente, mas é como vc disse: tem que arriscar, errando ou não.
Achei melhor que o episodio musical, isso com certeza...
Engraçado ver Meredita toda trabalhada no pink e com o cabelo escorridinho (mtooo filhinha-de-mamãe). E por falar em cabelo escorridinho, alguém deveria quebrar a chapinha da Yang..... ficou uóó. Mas fodona do msm jeito
Owen com Callie nada a ver. Meredita com Alex mto menos.... d resto foi ok.
É como vc disse: foi despretensioso e leve. E isso foi o melhor mérito do episódio....
Janaina.
ResponderExcluirA trilha sonora foi linda e nostálgica mesmo. Valeu por comentar.
Bjos.
Pra mim ninguém me convenceu de nada.
ResponderExcluirParece que os atores não souberam se acostumar com os personagens deles com uma outra personalidade. Só a Callie me convenceu nos 10 minutos iniciais...
Queria ver mais da Little Grey dorgada.
Comenta, gente, é nosso sarálio!