The Yard: Complete Minisseries
5.9.11Um retrato frio e ousado sobre a Máfia da Pasta de Amendoim.
Esqueça todas as séries que você já assistiu retratando o dia a dia de mafiosos perigosos e violentos. ‘The Yard’ minissérie em seis capítulos produzida pela HBO Canadá vem para a TV para desmistificar todo esse universo, mas pasmem, os grandes astros aqui não são adultos com cara de malvados. São crianças, nenhuma com mais do que 12 anos de idade, que mostram como esse sistema sobrevive dentro de um território muito disputado: O pátio da escola.
Para se ter uma ideia, a descrição dada por Paul Gross, um dos produtores executivos é a seguinte: “Os Sopranos vão à escola”. É bem por aí. Você pode até achar que é piada, no entanto essa é a genial proposta de ‘The Yard’, produção deliciosa de assistir e, facilmente, uma das melhores minisséries lançadas nos últimos dois anos.
Aqui, são mesmo os pequenos quem comandam tudo e nos explicam, de forma didática e bem humorada, como a engrenagem se move. É quase uma contradição. Ao mesmo tempo em que a série destrói sua visão do mundo infantil, a inocência não é deixada de lado.
No controle do Pátio está Nick (Quintin Colantoni), o chefão dos “Good Guys”, que se preocupa em manter tudo o que acontece dentro de sua área na mais completa paz e harmonia, tentando controlar os diversos golpes e avanços de Frankie (Daniel Lupetina), seu grande inimigo que domina tudo o que vai além da escadaria, como a quadra de esportes e o refeitório.
O interessante é que Nick, apesar de representar os mocinhos da história, não está longe de ser um “criminoso” como Frankie. A disputa de poder entre os dois tem um balanço delicado, temperado por violência, golpes e traições. Por exemplo, ao lado de Nick, está Suzy, especializada em resolver casos onde o diálogo não funciona. Por ser menina, ela é considerada uma arma perfeita. Pode encarar as garotas sem problemas “éticos” e socar os meninos, que justamente por ela ser do sexo oposto, ficam indefesos, sem poder revidar.
Mary, irmã de Frankie, é quem comanda o grupo das meninas, sempre deixando claro que só não domina completamente o Pátio porque tratar de tantas obrigações simplesmente não lhe interessa.
Temos ainda J.J, irmão de Nick que é o cérebro de todas as operações, Johnny, o melhor amigo de Nick com fixação em mágica, meninas e invisibilidade e Adam, o irmão mais novo de Nick, que é fofo demais para ser pego traficando sanduíches de pasta de amendoim em seu baldinho.
Aliás, vale dizer que Adam é dono das falas mais espertas de toda a série, se convertendo numa espécie de pensador do Jardim de Infância. Além dele, há Cory, um garotinho negligenciado pela mãe, para aumentar ainda mais os índices de fofura.
Em estilo mockumentary, todas essas figuras vão contando, durante o intervalo das aulas, como funcionam as coisas no Pátio. Aos poucos você compreende como funciona a economia local, o valor de mercado dos cartões de Ju-Ji-Mon, as rixas raciais, a ascensão social, a agiotagem e a corrupção, numa perfeita metáfora para o que realmente acontece no mundo adulto. Para citar apenas um exemplo, há a interessante troca das drogas pelos sanduíches de pasta de amendoim com geléia, estritamente proibidos para consumo dentro da escola, mas amplamente distribuídos ilegalmente por Frankie e Nick.
Falando nisso, um dos pontos interessantes é que a minissérie aposta naquele tradicional “adultos sem cabeça”, muito comum em desenhos animados. Eles nunca aparecem de corpo inteiro e o único que tem falas com as crianças é o cinegrafista do documentário.
O único problema em The Yard é que ao final da minissérie você deseja que existam mais episódios, porque eles são viciantes. No mais é só aproveitar o roteiro afiado e os atores infantis talentosíssimos.
2 comentários
Estou até agora triste por não ter novos episódios para apreciar as barras de Cory tentando abrir as latas de ervilhas e descongelar os frangos que sua mãe manda de almoço e por não saber o que será de Adam após aquele plot twist em que, cansado de ser o certinho do pátio, ele põe tudo a perder no quesito LANGUAGE.
ResponderExcluirSentirei muita falta da marra de Suzi, do casalzinho Nick e Mary e da extrema sabedoria do bully peidorreiro. Que Sopranos que nada, trama complexa e com pegada política é mesmo The Yard!
Review de The Yaaaaard!!! By Camis Barbieri *0*
ResponderExcluirE pensar que fui eu que te indiquei ^^ - ou um dos primeiros a fazer isso, pelo menos.
Agora é esperar até a próxima Summer Season pra ver se algum milagre acontece - se Luther virou série, porque The Yard não pode virar? Eu tenho certeza que só loucos se oporiam a essa ideia.
Fala sério, apesar de se tratar de uma minissérie e não de uma série, The Yard tem que aparecer na lista de maiores surpresas da Summer Season, mesmo que só com uma menção honrosa.
The Yard - 4ever in My Heart
PS: Só eu senti que o coitado do Cory é um potencial futuro gay? É só que, sei lá... O modo como ele se comportava, falava do Nick e olhava pra ele era meio estranho. Ou talvez seja apenas eu esperando que aquele moleque se torne gay porque não acho que um hétero mereça olhos lindos como aqueles - tipo aquele cara do White Collar *suspira*
Comenta, gente, é nosso sarálio!