True Blood: Review dos episódios finais da temporada
19.9.11
Chegamos ao fim de mais uma temporada de True Blood. Abaixo, uma avaliação geral da temporada e dos seus episódios finais.
Levou algum tempo, mais especificamente a temporada inteira, e agora percebo aquilo que talvez tenha ignorado durante toda essa temporada de True Blood. Agora, com todas as tramas finalizadas é possível ver que o grande erro da série, responsável pela sua queda de qualidade — embora goste da terceira e dessa temporada, é impossível não notar a piora —, se encontra na deficiência, por parte da equipe criativa de True Blood, em perceber quais tramas merecem mais destaque, mais tempo e, por conseqüência, mais desenvolvimento.
A seguir, me concentro principalmente na trama de Marnie, e todos os elementos que levaram a uma conclusão apressada e confusa.
Comecemos por Jesus e Lafayette. Ficou óbvio ao longo da temporada que eles teriam grande importância para a resolução do problema crescente que Marnie se tornava. Quando Lafayette fica possuído e seqüestra o filho de Arlene, no nono episódio, fica óbvio que a solução para a possessão (ou união) de Marnie é Jesus e sua capacidade de se comunicar e acalmar espíritos. Introduzir um novo elemento, que será tão relevante para a derrota de Marnie, tão próximo do fim da temporada é um erro. Parece que esta ali apenas por conveniência do roteiro.
Tivessem esses poderes sido apresentados antes da metade da temporada, jamais pareceriam uma adição conveniente para resolver o problema de um roteirista que não sabe o que fazer para eliminar a antagonista da temporada. Além disso, não teríamos que suportar a demora na resolução da trama do bebe evil de Arlene, trama que se arrastou muito mais do que devia.
A ida de Lafayette e Jesus ao Mexico serviu para que? O que descobrimos ali que não poderia ter sido revelado de outra forma e gastando muito menos tempo? Ao invés de justificar a perda de todo aquele tempo apenas com a descoberta da mediunidade de Lafayette, muito mais útil seria se tivessem aproveitado a oportunidade para explicar de onde vêem os poderes de Jesus, de onde vem aquele demônio em que ele se transforma. Qualquer explicação mais elaborada seria melhor do que o simples ‘isso é de família’
Ao invés de desperdiçar todo esse tempo com momentos que poucos acrescentaram a temporada, poderiam ter explicado melhor as motivações de Marnie (falo mais sobre isso a seguir).
Claro, as tramas inúteis não se limitaram a Jesus e Lafayette. Tivemos também todo o emocionante drama (NOT!) de Andy e sua sofrida luta contra o vicio em V. O que justifica a existência dessa trama? Inventar uma história para um personagem secundário da série? Pra que? Andy sempre foi o looser que servia como alivio cômico, mas foi incapaz de proporcionar uma risada durante toda a temporada.
Ao fim ainda temos o cruzamento de duas tramas inúteis, como Andy sendo atacado no meio da floresta por uma fada. Fadas, que apareceram três vezes na temporada e pouco acrescentaram. Essa trama é uma promessa há duas temporadas, as fadas aparecem, mostram uns cenários mal feitos, uma guerra entre facções diferentes no mundo das fadas é sugerida, tomam uma água brilhante e só. Quando elas vão justificar sua existência?
As wearpanthers também tiveram uma aparição estranha nessa temporada. Surgiram com uma idéia louca de transformar Jason num deles e, depois que ele conseguiu fugir, as panteras desapareceram, sem muitas explicações. Se o propósito da aparição das wearpanthers nessa temporada era finalizar a trama iniciada na terceira, falhou, já que sua aparição pouco acrescentou nessa temporada e tampouco finalizou aquilo iniciado na terceira temporada.
De todas as tramas paralelas, aquela que menos comprometeu foi a de Sam e Tommy. O ultimo continuou igual: irresponsável, aproveitador e tentando sempre tirar vantagem do irmão. Quando outro traço de sua personalidade, a constante busca por brigas, surgiu novamente, foi morto, despertando a fúria de Sam contra Marcus. Infelizmente, Sam não é capaz de matá-lo, o que é incompreensível já que ele não teve o menor problema em matar antes e por muito menos, mas é incapaz de matar aquele que tirou a vida do seu irmão. Isso é no mínimo incoerente.
Mas nem só de maus momentos viveu essa quarta temporada de True Blood, caso contrario eu já nem estaria aqui para escrever essa ultima review.
A maior parte deles vieram do confronto entre os vampiros e Marnie/Antonia. Se no inicio a grande antagonista da temporada parecia uma figura fraca, que só se tornava interessante quando possuída por Antonia, cresceu perto do fim, com a apresentação de detalhes interessantes de sua personalidade, detalhes estes que gostaria de ver mais explorados, como as razões para Marnie sentir tanto prazer em possuir os poderes que tinha quando unida a Antonia.
Quando é sugerido na reta final que ela se sente bem, importante, com seus novos poderes por que sempre foi uma excluída graças as suas habilidades médium, parece apenas algo conveniente. Fosse apresentada no inicio da temporada, essa justificativa pareceria muito mais verossímil. Novamente, o erro cai no mau aproveitamento do tempo, já que todo o tempo jogado fora em tramas que se estenderam alem do necessário, seria melhor aproveitado desenvolvendo Marnie, que, afinal, era uma personagem essencial da temporada.
Outro aspecto positivo da temporada foi o triangulo Bill – Sookie – Eric. Geralmente não sou grande apreciador dessas tramas mais shippers, que usualmente pouco acrescentam a história, quando por vezes não a prejudicam. Entretanto, a relação do trio teve ramificações interessantes, como Sookie considerando a possibilidade, mesmo em sonho, de ficar com ambos, Eric e Bill — não podíamos esperar menos de uma série que passa longe do moralismo —. A decisão final de Sookie, se afastando dos dois, também foi inesperada.
Um dos melhores cliffhangers deixados para próxima temporada é Eric. Mesmo com a sua memória recuperada, ele não voltou a ser o mesmo que era antes. O sarcasmo esta novamente ali, mas Eric parece menos agressivo, ficando até mais próximo de Bill, eterno adversário.
O episódio final em si foi uma confusão. Talvez em uma tentativa de dar um final menos vilanesco para Marnie, tentando — desnecessariamente — redimi-la de suas atitudes com sua cena final onde ela aceita a morte. Ela nunca foi vilã para precisar ser redimida, assim como os vampiros nunca foram heróis.
Foi tudo apressado demais nesse episódio. Tão apressado que sequer se deram ao trabalho de explicar como Marnie derrotou todos os seguranças de Bill e o aprisionou junto com Eric. E por que a necessidade de uma fogueira? Se ela foi capaz de dominar tão facilmente os dois vampiros, por que não usar uma simples estaca. Todo o show-off com fogueira e correntes de prata só se justifica por uma necessidade do roteiro em aguardar Sookie, Holly e Tara chegarem para o confronto final.
Além disso, quem quer que tenha escrito esse episódio parece acreditar que grande quantidade de mortes significa que um episódio foi movimentado ou bom. Se era para matar personagens como Tara ou Nan, por que não matá-las em situações que envolvessem a guerra entre Marnie os vampiros de Bon Temps.
Exceto por Jason e Jessica — outra trama que gostei nessa temporada —, salvam-se apenas os cliffhangers: Russell esta de volta, Tara morreu, Steve Newlin é um vampiro e Bill e Eric aparentemente vão se insurgir contra a Autoridade. Espero que esse grupo que governa os vampiros finalmente apareça na série, já que considero a política vampírica uma parte interessantíssima da série.
Em suma, a quarta temporada fica no mesmo nível da terceira. Inferior as duas primeiras mas, entre seus erros e acertos, o saldo final é positivo.
@hadrielsm
1 comentários
Meu essa temporada de True Blood foi um verdadeiro lixo...não consegui encontrar algo de bom!!
ResponderExcluirComenta, gente, é nosso sarálio!