Há quem ame de paixão a Summer Season, – afinal, é uma boa época para fazer maratonas e ficar em dia com séries que não deu tempo de acompanhar na temporada comum – quem odeie o tempo de escassez e até mesmo quem nem perceba a diferença. Mas se tem uma coisa inegável na temporada de verão 2011 é a sua capacidade de sambar, sapatear e descer até o chão na cara da sociedade. Pensando nisso, terminamos a nossa homenagem às melhores séries (veja a primeira parte da lista aqui) no mesmo espírito, com direito a escolhas mais polêmicas do que mamilos, que vão causar a desidratação de muitos leitores!

Breaking Bad - 4ª temporada
(Camis Barbieri)

Não é à toa que Breaking Bad está sempre figurando em diversas categorias dos prêmios de TV e também não é à toa que essa 4ª temporada está deixando os fãs mais do que satisfeitos.

Já é clichê elogiar a atuação de Bryan Cranston, por isso, vou deixar passar a oportunidade. O que é preciso louvar nesse ano da série é a atuação impecável de Aaron Paul, um dos coadjuvantes mais geniais da TV atual. Sem ele, Jesse Pinkman provavelmente não teria crescido tanto, a ponto de (pasmem) deixar o trabalho dos colegas de elenco meio apagado.

Como essa é uma trama crescente e muito bem costurada fica difícil elogiar a temporada atual sem mencionar a base sólida deixada pelas demais. Breaking Bad é uma série complexa e inteligente, diferente de 99% de todas as outras produções que aparecem na Summer Season. A história de Walter White a cada episódio ganha mais camadas dramáticas e detalhes que jamais serão esquecidos pelos roteiristas que, vira e mexe, fazem links excelentes com cenas de anos anteriores, mostrando que a trama tem planejamento e destino certos.

Alphas
(Hadriel Maia)

Ok, eu admito, à primeira vista pode parecer algo absurdo, ou até digno de duvidas quanto à qualidade. É fácil compreender essa impressão imediata, já que Alphas tem entre seus personagens o garoto iPad, o homem suor (o poder dele não é exatamente esse, mas não deixa de ser incomodo vê-lo suar como um esquimó no Saara) e um laboratório forense ambulante. Apesar de tudo isso — afinal, histórias de personagens superpoderosos sempre são meio absurdas — Alphas se destaca por conseguir fugir do lugar comum, que se limitaria a trama da semana com os mocinhos vencendo no final. Até essa noção de mocinho e vilão em Alphas não é bem definida, o que é sempre algo louvável, considerando o maniqueísmo adotado na maioria das produções televisivas. E, por favor, não pensem em atrocidades recentes como Heroes e No Ordinary Family quando forem decidir se verão Alphas, pois a ultima é muito superior a esses dois crimes televisivos.

Sirens
(Marco C. Pontes)

A série mostra a vida de três paramédicos, explorando a forma como somos afetados pelo medo, ansiedade, como lidamos com perda, separação e outras coisas que só um humano pode sentir. Dramédia britânica, que não se leva tão a sério, mas sempre nos faz refletir, mesmo que essa reflexão seja sobre algo tão estranho como as mudanças bruscas de humor que acontecem por causa do estresse-pós traumático, simbolizadas pelos estágios “euforia, tesão, tristeza”. Além disso, a série não se concentra somente na vida dos personagens e muitas das vezes, os casos do episódio os ajudam a perceber e solucionar os próprios problemas. Foi uma enorme surpresa da Summer Season, uma delícia de série que com certeza deixou uma legião de viciados querendo ver logo a segunda temporada e também, o elenco inteiro sem roupas. Na verdade, todos menos o Stuart. Ele é muito branco para o meu gosto.

Louie - 2ª temporada
(Camis Barbieri)

Ator, diretor, roteirista, produtor, câmera-man, tia do café... Louis C.K é mesmo o faz-tudo de Louie, comédia criada por ele para ele mesmo, para retratar um humor adulto e porque não dizer, um pouco ranzinza. Desde o ano passado, quando estreou, a comédia virou uma das minhas favoritas, figurando no TOP três das melhores de seu gênero.

É tudo muito simples e muito honesto. Louie não possuiu um orçamento grande e por isso, o que eles fazem é aproveitar muito bem os poucos recursos disponíveis e apostar no texto genial, que brinca com a rotina de seu personagem título (pai solteiro e comediante), além de colocar o dedo na ferida de muitos tipos de preconceito e de assunto polêmicos, como Deus, terrorismo, sexo e pasmem: peidos.

O bacana de Louie é que não existe medo de errar e de ser tosco, de vez em quando. Todo tema vale, doa a quem doer, traduzindo para a TV o melhor da essência da stand up comedy.

 The Nines Lives Of Chloe King
(Leo Gravena)

Chloezinha (como eu e meus amigos chamamos, e sim, a série tem vários nomes) foi uma surpresa crocante, deliciosa e com recheio de chocolate! Mas não ache que a a bomba calórica vem assim não, os primeiros episódios são vergonhosamente péssimos, efeitos meia-boca para dar e vender e tramas chatas, infantis e nada interessantes.

Porém, lá pelo quarto episódio a mesa começa a virar, as tramas ficam mais interessantes, eles decidem parar de usar as lindas –not garras de Chloe King, e logo você está torcendo, rindo e se divertindo com a série. Claro, não decida ver Chloe King achando que ela será a nova The Vampire Diaries, a série esta bem longe disto, mas a química entre os personagens, que formam um tipo de “Scooby Gang” vai crescendo cada vez mais, os últimos quatro episódios são ainda melhores, com um roteiro rápido e ágil, segredos que não são inúteis e jogados somente para ficarem lá e varias intrigas, que culminam para o Summer (possível Season ou Series?) Finale que chocou, escandalizou e causou ataques cardíacos em grande partes dos fãs.

Sem falar, claro, da excelente trilha sonora, que vai de Stars a The Perishers, passando por The Eels e Sia, e das frases de efeitos crocantes de Chloezinha antes de dar uma surra em seus oponentes.